Remco Evenepoel voa no contrarrelógio para vestir-se de amarelo
Por: José Carlos Gomes
O belga Remco Evenepoel (Quick-Step Alpha Vinyl Team) conquistou hoje a Camisola Amarela, impondo-se com autoridade na quarta etapa da Volta ao Algarve, um contrarrelógio individual de 32,2 quilómetros, entre Vila Real de Santo António e Tavira.
Sabia-se que o contrarrelógio seria decisivo para a definição da classificação geral, mas o forte vento que hoje se fez sentir tornou ainda mais difícil a missão dos corredores num percurso de enorme exigência. Os primeiros quilómetros, planos e em estrada larga, serviam de aperitivo para uma fase central da prova marcada pelo sobe e desce e por descidas rápidas e muito técnicas.
Motivado pela exigência do desafio, Remco Evenepoel
fez “o melhor contrarrelógio da carreira” e pedalou à média de 51,089 km/h para
parar o cronómetro nos 37m49s. Foi o único corredor a cumprir o percurso em
menos de 38 minutos e deixou o segundo classificado, o bicampeão europeu,
Stefan Küng (Groupama-FDJ), a 58 segundos. O terceiro, a 1m06s, foi o britânico
Ethan Hayter (INEOS Grenadiers), a 1m06s.
“Estou super, super feliz. Desde o início da semana sabia que este era o dia mais importante para mim. Tentei resguardar-me ao máximo para hoje e penso que tive uma preparação perfeita a pensar no contrarrelógio. Fizemos um bom reconhecimento do contrarrelógio. O vento estava forte, era um pouco perigoso a descer e não arrisquei nada na descida. Estou feliz por ter sobrevivido sem nenhum problema. No plano e na subida dei tudo, sem hesitar, a todo o gás. Acho que hoje foi o meu melhor contrarrelógio de sempre. Não esperava ganhar por tanta diferença. Stefan Küng é um dos melhores do mundo no contrarrelógio”, confessa o homem do dia.
O francês David Gaudu (Groupama-FDJ), trepador puro,
com pouca envergadura física, defendeu-se muito bem, mas as suas caraterísticas
não lhe permitiram melhor do que o nono lugar na etapa, cedendo 2m09s e a Camisola
Amarela Turismo do Algarve a Remco Evenepoel. Rafael Reis
(Glassdrive-Q8-Anicolor), que passou boa parte da tarde na cadeira para o
detentor do melhor tempo, cotou-se como melhor português, na 23.ª posição, a
3m26s do vencedor da etapa.
Remco Evenepoel vai para a última etapa com mais de um
minuto sobre toda a concorrência. O segundo classificado é Ethan Hayter, a
1m06s, e o terceiro é o estadunidense Brandon McNulty (UAE Team Emirates), a
1m25s. A INEOS Grenadiers, ainda com Daniel Martínez e Dylan van Baarle no top
10, será a maior ameaçada à ambição de Evenepoel repetir o triunfo de 2020 na
Volta ao Algarve.
“Provavelmente só teremos de controlar a
corrida. Podemos esperar uma etapa muito difícil no início. Vai ser algo
caótico, uma grande luta para nos colocar sob pressão. Tenho 100 por cento de
confiança nos companheiros, especialmente o Louis [Vervaeke], o último que fica
comigo, vamos também tentar ganhar a etapa”, adianta
Remco Evenepoel.
Só que terreno para tentar modificar a classificação não
faltará, neste domingo, na quinta etapa. Será uma ligação de 173 quilómetros,
entre Lagoa e o Alto do Malhão, Loulé. A meta coincide com uma contagem de
montanha de segunda categoria. Mas o Malhão será ainda escalado a 24
quilómetros do final, antecedido pelas subidas de Picota (km 43,6), Vermelhos
(106,2) e Alte (135,5).
Remco Evenepoel é junta a Camisola Branca IPDJ, de
melhor jovem, à Camisola Amarela Turismo do Algarve. Fabio Jakobsen (Quick-Step
Alpha Vinyl Team) veste a Camisola Verde Crédito Agrícola, dos pontos, e João
Matias (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) terá um domingo trabalhoso, em defesa
da Camisola Azul Lusíadas, da montanha. A INEOS Grenadiers comanda por equipas.
Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano-Loulé
Concelho) parte para o último dia como melhor elemento das equipas portuguesas.
É 21.º, a 5m39s do camisola amarela. O melhor ciclista nacional é Ricardo
Vilela (W52-FC Porto), 30.º, a 8m05s.
Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo
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