Ciclista português treinou numa câmara que simulava as condições que vão encontrar em Tóquio
Por: Lusa
Foto: Facebook Federação
Portuguesa de Ciclismo
O ciclista Nélson Oliveira
concentrou esta sexta-feira o foco na prova de contrarrelógio dos Jogos
Olímpicos Tóquio'2020, onde espera ter "uma
recompensa" após todo o trabalho e preparação efetuados
para o calor e humidade do Japão.
"O
meu foco sempre foi mais para o contrarrelógio e aqui não será diferente. A
prova de fundo, vai ser bastante complicada, também pelas condições
climatéricas que apanharemos lá, mas a preparação foi bem feita e só espero que
venha uma recompensa depois desse trabalho todo",
afirmou à agência Lusa o ciclista, de 32 anos.
Momentos antes de efetuar o
check-in e rumar à capital nipónica, Nélson Oliveira revelou ansiedade "por chegar ao Japão e ao dia das provas",
após "um período bastante
complicado", no qual teve de "treinar muito" e
estar "bastante focado".
"O
trabalho deste ano foi muito diferente, já que estamos numa situação mundial
bastante complicada por causa da pandemia. Em relação ao clima, é um bocadinho
pior do que no Rio'2016, onde tivemos dias de aclimatização que aqui já não
temos, pois temos de ir só cinco dias antes da prova. A adaptação vai ser mais
curta, mas tudo faremos para que corra ainda melhor do que no Rio",
expressou o ciclista de Anadia.
Para fazer face às condições
extremas de humidade e calor que se farão sentir no país asiático, Nélson
Oliveira explicou os dois ciclos de adaptação efetuados com o colega João
Almeida, no Laboratório de Aerodinâmica Industrial da Universidade de Coimbra,
onde treinaram numa câmara que simulava as condições que vão encontrar nos
Jogos.
"Fizemos
dois ciclos de sete dias cada um. No final desses ciclos, notávamos que, de dia
para dia, íamos melhorando e era esse o objetivo. Agora, esperemos que, no
Japão, as coisas corram bem", sublinhou o ciclista, que
representa os espanhóis da Movistar.
O experiente ciclista parte
para a sua terceira experiência olímpica, depois de ter sido sétimo no
contrarrelógio e ter abandonado a prova de fundo no Rio'2016 e de ter terminado
em 18.º no contrarrelógio e em 69.º a prova de fundo em Londres'2012, enquanto
o caldense João Almeida fará a estreia no palco dos Jogos Olímpicos.
"Se
eu terminar no top 10, seria uma vitória para mim e ficaria muito
satisfeito", apontou o ciclista da Deceuninck-QuickStep,
acrescentando: "Todos têm esse objetivo
[das medalhas]. Vamos todos para o mesmo. Seria um sonho tornado
realidade".
Destacando-se nas duas últimas
Voltas a Itália, com um quarto lugar em 2020 (onde passou 15 dias como líder da
classificação geral) e sexto na prova de 2021, João Almeida conquistou a
convocatória para Tóquio'2020, beneficiando do adiamento.
"Tendo
em conta que era para ser o ano passado, obviamente que não [esperava], mas
tenho vindo a fazer boas épocas nestes últimos dois anos. Só com duas vagas,
não tinha certezas e sabia que seria difícil, mas cá estamos e estou muito
contente", disse.
João Almeida, de 22 anos,
realçou a motivação e a ansiedade patente em toda a equipa portuguesa de
ciclismo, baseado numa "boa
preparação" para acreditar que "tem tudo para correr bem",
considerando que a aclimatação feita no laboratório de Coimbra "foi uma vantagem e será mais fácil agora a
adaptação em Tóquio".
Portugal vai estar
representado por 92 atletas, em 17 modalidades, nos Jogos Olímpicos
Tóquio'2020, que vão ser disputados entre 23 de julho e 08 de agosto, depois do
adiamento por um ano, devido à pandemia de covid-19.
Fonte: Record on-line
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