quarta-feira, 21 de outubro de 2020

“Comunicado Triatlo de Oeiras 2020”


Ao longo dos anos, o Triatlo de Oeiras tem evidenciado problemas no segmento da natação, questões que se têm tentado minimizar junto das entidades competentes.

O triatlo passou desta forma a ser realizado em dias de maré parada ou a subir, com pouca amplitude para minimizar os efeitos da corrente, circunstância que foi impossível garantir este ano, face à necessidade de reajustar o calendário por causa da pandemia.

Os horários da prova foram adaptados às possibilidades, realizando a prova de Elite com a maré ainda a vazar, aproveitando o facto de os atletas serem fortes no segmento para garantir o sucesso à primeira boia.

A opção de incluir os Grupos de Idade num horário mais tardio deveu-se ao facto de a maré estar a subir, sentindo-se, por um lado, menos os seus efeitos e, por outro, estes resultarem mais longe da costa, por causa do forte de S. Julião da Barra. Na esmagadora maioria das vezes que a maré sobe, o rio continua a vazar pelas margens, como aconteceu na aproximação à primeira boia, sendo expectável a mesma situação na segunda boia, o que não sucedeu (a primeira boia encontrava-se mais no meio do rio do que a segunda).

Quando se iniciou o Campeonato Nacional de Paratriatlo e o Campeonato Nacional de Grupos de Idade a situação alterou-se entre a partida e a chegada à boia, facto que era percetível inclusive de terra. A agitação marítima provocada pela corrente estava ao largo do mar tendo sido no decorrer da prova que essa corrente chegou à boia.

A entrada da tempestade implicou uma alteração na direção do vento, que é habitualmente de norte em Oeiras e que se manifestou antes das previsões que apontavam para esta mudança apenas a partir de segunda-feira, dia 19 de outubro.

A montagem do percurso teve em conta a colocação das boias nos extremos de modo a minimizar a entrada no rio, com os atletas a optar por partir mais junto ao molhe da marina por ser o ponto mais perto para alcançar a primeira boia. Em relação à segunda boia, quem estava na saída de água percebia que o alinhamento desta e a saída implicava passar a menos de 20 metros da zona rochosa do Forte de S. Julião, sendo por isso impossível afastar mais as boias.

Esclarecemos igualmente que houve fatores, entre eles o número de atletas em prova, a diferença do nível de natação e a distância ao PT que impediram a realização de duas voltas no Triatlo de Oeiras, sob pena de impossibilitar o controlo da verdade desportiva ou da segurança dos percursos de ciclismo e corrida.

A preparação de outros percursos menos lineares e com maior número de boias apresentam também problemas acrescidos, considerando os diferentes níveis de natação que este Triatlo costuma apresentar por parte dos atletas. Nestas situações, os ângulos entre boias têm de ser o mais abertos possível para evitar embates entre atletas, como existem frequentemente em provas muito participadas e com percursos confusos ou com ângulos apertados nas boias.

Resumindo, após a partida dos atletas para o segmento de natação houve uma repentina mudança na corrente, o que a aproximou para junto da segunda boia. A equipa técnica, ao aperceber-se que os primeiros atletas estavam em profundas dificuldades para ultrapassar a segunda boia, tomou sensatamente a única decisão possível de desviar para terra os atletas seguintes.

Depois de assegurada a nossa principal preocupação com a segurança dos atletas, reconhecemos as consequências para os participantes que completaram todo o segmento, que ficaram prejudicados no cansaço acrescido e no tempo despendido, sendo impossível contabilizar a distância que cada atleta percorreu.

A Federação Triatlo Pportugal assume que não estão criadas as condições para garantir a verdade desportiva, já que depois de dadas indicações por parte da organização para que os atletas se dirigissem para terra, também o encurtamento do percurso de natação causou um inevitável aglomerado no percurso de ciclismo.

Perante o exposto, e de acordo com o previsto no Regulamento Técnico e de Competições para situações idênticas, não serão atribuídos os Título Nacionais de Grupos de Idade.

Apesar de os constrangimentos causados que profundamente lamentamos, e sendo uma decisão que está longe de ser justa ou que colha o agrado de todos, estamos convictos que é a mais acertada neste momento.

Neste período tão conturbado, a FTP tem mantido a sua determinação na realização de provas por considerar que estas contribuem de modo determinante para manter a motivação desportiva e inclusive o equilíbrio noutras as áreas da vida.

Terminamos com uma mensagem de confiança e esperança de que tudo volte à normalidade o mais rapidamente possível, prometendo que tudo faremos para que isso aconteça sempre em segurança.

Fonte: Federação Triatlo Portugal

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