Ao longo dos anos, o Triatlo de Oeiras tem evidenciado problemas no segmento da natação, questões que se têm tentado minimizar junto das entidades competentes.
O triatlo passou desta forma a
ser realizado em dias de maré parada ou a subir, com pouca amplitude para
minimizar os efeitos da corrente, circunstância que foi impossível garantir
este ano, face à necessidade de reajustar o calendário por causa da pandemia.
Os horários da prova foram
adaptados às possibilidades, realizando a prova de Elite com a maré ainda a
vazar, aproveitando o facto de os atletas serem fortes no segmento para
garantir o sucesso à primeira boia.
A opção de incluir os Grupos
de Idade num horário mais tardio deveu-se ao facto de a maré estar a subir,
sentindo-se, por um lado, menos os seus efeitos e, por outro, estes resultarem
mais longe da costa, por causa do forte de S. Julião da Barra. Na esmagadora
maioria das vezes que a maré sobe, o rio continua a vazar pelas margens, como
aconteceu na aproximação à primeira boia, sendo expectável a mesma situação na
segunda boia, o que não sucedeu (a primeira boia encontrava-se mais no meio do
rio do que a segunda).
Quando se iniciou o Campeonato
Nacional de Paratriatlo e o Campeonato Nacional de Grupos de Idade a situação
alterou-se entre a partida e a chegada à boia, facto que era percetível
inclusive de terra. A agitação marítima provocada pela corrente estava ao largo
do mar tendo sido no decorrer da prova que essa corrente chegou à boia.
A entrada da tempestade
implicou uma alteração na direção do vento, que é habitualmente de norte em
Oeiras e que se manifestou antes das previsões que apontavam para esta mudança
apenas a partir de segunda-feira, dia 19 de outubro.
A montagem do percurso teve em
conta a colocação das boias nos extremos de modo a minimizar a entrada no rio,
com os atletas a optar por partir mais junto ao molhe da marina por ser o ponto
mais perto para alcançar a primeira boia. Em relação à segunda boia, quem
estava na saída de água percebia que o alinhamento desta e a saída implicava
passar a menos de 20 metros da zona rochosa do Forte de S. Julião, sendo por
isso impossível afastar mais as boias.
Esclarecemos igualmente que
houve fatores, entre eles o número de atletas em prova, a diferença do nível de
natação e a distância ao PT que impediram a realização de duas voltas no
Triatlo de Oeiras, sob pena de impossibilitar o controlo da verdade desportiva
ou da segurança dos percursos de ciclismo e corrida.
A preparação de outros
percursos menos lineares e com maior número de boias apresentam também
problemas acrescidos, considerando os diferentes níveis de natação que este
Triatlo costuma apresentar por parte dos atletas. Nestas situações, os ângulos
entre boias têm de ser o mais abertos possível para evitar embates entre
atletas, como existem frequentemente em provas muito participadas e com
percursos confusos ou com ângulos apertados nas boias.
Resumindo, após a partida dos
atletas para o segmento de natação houve uma repentina mudança na corrente, o
que a aproximou para junto da segunda boia. A equipa técnica, ao aperceber-se
que os primeiros atletas estavam em profundas dificuldades para ultrapassar a
segunda boia, tomou sensatamente a única decisão possível de desviar para terra
os atletas seguintes.
Depois de assegurada a nossa
principal preocupação com a segurança dos atletas, reconhecemos as
consequências para os participantes que completaram todo o segmento, que
ficaram prejudicados no cansaço acrescido e no tempo despendido, sendo impossível
contabilizar a distância que cada atleta percorreu.
A Federação Triatlo Pportugal
assume que não estão criadas as condições para garantir a verdade desportiva,
já que depois de dadas indicações por parte da organização para que os atletas
se dirigissem para terra, também o encurtamento do percurso de natação causou
um inevitável aglomerado no percurso de ciclismo.
Perante o exposto, e de acordo
com o previsto no Regulamento Técnico e de Competições para situações
idênticas, não serão atribuídos os Título Nacionais de Grupos de Idade.
Apesar de os constrangimentos
causados que profundamente lamentamos, e sendo uma decisão que está longe de
ser justa ou que colha o agrado de todos, estamos convictos que é a mais
acertada neste momento.
Neste período tão conturbado,
a FTP tem mantido a sua determinação na realização de provas por considerar que
estas contribuem de modo determinante para manter a motivação desportiva e
inclusive o equilíbrio noutras as áreas da vida.
Terminamos com uma mensagem de
confiança e esperança de que tudo volte à normalidade o mais rapidamente
possível, prometendo que tudo faremos para que isso aconteça sempre em
segurança.
Fonte: Federação Triatlo
Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário