Por: LUsa
Foto: Lusa/EPA
Vários ciclistas retidos nos
Emirados Árabes Unidos após o cancelamento da Volta àquele país admitiram esta
segunda-feira sentir frustração por cinco dias sem treinos e sem autorização
para deixar o hotel.
A prova, cancelada antes do
final depois de existirem suspeitas de pessoas infetadas com o coronavírus no
hotel onde ficaram as equipas, terminou há cinco dias e três equipas - Cofidis,
Gazprom-RusVélo e Groupama-FDJ - ficaram retidas no quarto piso do hotel.
"A equipa [Cofidis] está
frustrada, porque não temos notícias. Já voltámos a ser testados, mas não nos
disseram mais nada. Assim que recebermos os resultados, devemos poder sair do
país, mas não nos disseram nada", explicou o australiano Nathan Haas à
publicação especializada Cyclingnews.
Haas explica que não foram
registados casos positivos no hotel desde a última quinta-feira, mas as equipas
continuam retidas no quarto andar, enquanto grande parte das outras formações
conseguiram deixar o país.
Segundo o ciclista, todos
estão "em forma e saudáveis", além de acompanhados pelos médicos das
equipas, ainda que a calma que se tem sentido comece a dar lugar a
"pessoas a perder a cabeça", por falta de paciência.
A perda de pelo menos uma
semana de treino coloca em causa "objetivos na temporada de
clássicas". "Sei que há coisas maiores no mundo, mas é disto que nós
vivemos", atirou.
O diretor da equipa francesa,
Roberto Damiani, admitiu estar preparado para fazer greve de fome até a equipa
ser libertada, enquanto Arnaud Démare, corredor da Groupama-FDJ, usou as redes
sociais para partilhar a frustração com a situação.
"Estamos aqui à espera
nos quartos, vimos muito ciclismo na televisão no fim de semana. (...) Fiz
algum trabalho de pesos, para compensar a falta da bicicleta, e tenho visto
Netflix em bloco. Todos sabem o mesmo que nós", confessou.
O surto de Covid-19, detetado
em dezembro de 2019, na China, e que pode causar infeções respiratórias como
pneumonia, provocou mais de 3.000 mortos e infetou mais de 87 mil pessoas, de
acordo com dados reportados por 60 países.
Das pessoas infetadas, mais de
41 mil recuperaram.
Além de 2.873 mortos na China,
há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França,
Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.
A Organização Mundial de Saúde
(OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública
internacional e aumentou o risco para "muito elevado".
A DGS manteve no sábado o
risco da epidemia para a saúde pública em "moderado a elevado".
Por: Record on-line
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