Um
dia depois de ter subido ao pódio na Volta a Espanha (onde foi segundo),
Alejandro Valverde participou na apresentação de um documentário intitulado 'Um
ano de arco-íris', em que além de analisar como está a ser o ano como campeão
do Mundo (alcançou o título em 2018 e em 2019 corre com as cores arco-íris), o
ciclista espanhol admite que passou por uma depressão na sequência da suspensão
por doping, que cumpriu entre 2010 e 2012.
"Estive
num estado quase depressivo. Muitos desportistas retiram-se porque não aguentam
esta pressão. Sentia muito medo, vivia sobrecarregado, sentia-me mal. O psiquiatra
disse-me que eu estava num estado depressivo. Fui ao fundo. Ia ao médico e
vinha pior", reconheceu no documentário, segundo escreve o jornal 'Marca'.
"Tinha
medo de conduzir, de ir para a estrada. A pressão psicológica é muito
complicada. Fui à Amstel Gold Race e pensei que não ia conseguir correr. Fui
dormir e no dia seguinte, na prova, andei sempre no último grupo. Cada vez
havia menos ciclistas e eu continuava lá, não conseguia avançar. Ia com medo,
sem ânimo", prosseguiu.
Valverde
compara os ciclistas aos estudantes. "O ciclismo profissional é bonito,
mas passei por coisas difíceis. Segundo o psiquiatra nós, ciclistas, somos
pessoas que querem tudo muito bem feito. Acontece-nos o mesmo que aos bons
estudantes que não querem falhar em nada e que, se um dia não estudam, ficam
ansiosos.
Eu
via tudo negro, mas no fim acabei por superar. Lembro-me que pensava 'se eu
tenho tudo, por que estou a passar por isto?' Não conseguia perceber. Mas,
graças aos especialistas, tudo isto ficou para trás."
Fonte:
Record on-line
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