Por:
Lusa
Foto:
Paulo Calado
Vasco
Rodrigues, presidente da Federação de Triatlo de Portugal (FTP), alerta que o
chumbo do Conselho Fiscal (CF) ao Plano de Atividades e Orçamento (PAO)
apresentado para 2019 pode colocar em causa o funcionamento de toda a
modalidade.
O
documento foi já chumbado por duas vezes em Assembleia Geral (AG), o que, de
acordo com o presidente da FTP, eleito em 2016, "coloca tudo em
causa". Vasco Rodrigues explica que o impasse resulta das divergências que
se geraram entre a direção que lidera e o CF.
"Aquando
das eleições, em 2016, a lista vencedora perdeu dois órgãos: o Conselho de
Arbitragem e Competições e o Conselho Fiscal. A situação que vivemos hoje é
fruto da incompatibilidade que se gerou entre a direção da FTP e o Conselho
Fiscal", afirmou Vasco Rodrigues, em declarações à Lusa, apontando como
objetivo último destes chumbos "mandar abaixo" a sua direção,
"por forma a que o projeto não chegue a 2020".
Ainda
assim, o dirigente reconhece que as contas dos dois primeiros anos de mandato
são negativas. Embora sem números finais, Vasco Rodrigues avança que 2017 e
2018 devam significar um resultado líquido negativo de 100 mil euros, o que
justifica com a aposta no Alto Rendimento e na promoção de provas
internacionais.
"Estes
números justificam-se com uma necessidade que tínhamos de apostar em algumas
áreas chaves que até agora tinham sido desconsideradas. Uma delas é o Alto
Rendimento. Fizemos uma aposta nesse sentido e foi esse o grande motor do
aumento da despesa da federação nestes dois anos", admite o presidente da
FTP, que reitera que é necessário "cortar algumas despesas
exageradas", dando como exemplo a presença em eventos internacionais,
onde, assume, que o organismo não esteve bem do ponto de vista financeiro.
Fernando
Feijão, antigo presidente da FTP e que antecedeu a Vasco Rodrigues no cargo,
tem sido um dos principais críticos da sua liderança e sublinha que deixou a
federação com as contas sanadas, "depois de quatro anos de trabalho
árduo", que agora diz estarem a ser completamente desperdiçados.
"Quando
saí da FTP, em 2016, deixei as contas organizadas, com tudo pago e dinheiro
para receber. O que temos agora são milhares de euros de prejuízo e a
modalidade a regredir", aponta Fernando Feijão, que considera que o
adiamento e cancelamento permanente de provas, assim como a participação cada
vez menor, se deve à falta de qualidade das provas propostas por esta direção,
que acusa de não ter qualquer estratégia para a modalidade.
Em
entrevista à Lusa, o antigo presidente da FTP, que liderou o organismo de 2012
a 2016, frisa que não o move qualquer sentimento de "vingança" contra
esta direção, não pretende voltar ao cargo, mas diz sentir tristeza por ver
destruído o trabalho que foi feito durante o seu mandato. Quanto aos dois
chumbos da AG ao PAO proposto pela atual direção, Fernando Feijão diz que a
mensagem é bastante clara e que a demissão é o único caminho que resta aos
atuais responsáveis da FTP.
"Não
haver ainda um plano de atividades em março é algo inédito e que na FTP nunca
aconteceu. Depois de dois chumbos em AG, se calhar ainda vamos para um
terceiro, pois ficou claro que este não é um plano exequível e que mantém a
tendência de gastos excessivos. Se houvesse um pouco de ética, as pessoas
tinham-se demitido depois destes chumbos. Mas não, apresentam sempre a mesma coisa
e parece que se quer chegar à aprovação pela exaustão ou até haver uma AG mais
favorável que consiga a aprovação", acusa.
Fonte:
Record on-line
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