A Equipa Portugal iniciou,
esta sexta-feira, a participação no Campeonato da Europa de Pista, em Glasgow,
Escócia, apresentando-se com ambição e com metas traçadas para o curto, o médio
e o longo prazo.
Portugal estará representado
por Ivo Oliveira, Rui Oliveira e Maria Martins. A corredora é aquela para a
qual o foco está colocado mais além, uma vez que é sub-23 de primeiro ano e
compete pela primeira vez numa grande competição de elite. Depois de ser
medalhada, em 2016 e 2017, na categoria júnior, Maria Martins chega a Glasgow
com a missão de adquirir experiência e competências tendo em visto o futuro.
“Espero tirar o maior proveito
da experiência de correr com atletas de grande nível para poder evoluir. Espero
também passar um bom bocado com a Equipa Portugal e desfrutar da pista e do
ambiente que, por si só, é fantástico”, afirma a corredora portuguesa, que
entrou em ação já nesta sexta-feira, em scratch.
Ivo Oliveira também correu
nesta sexta-feira, igualmente em scratch. O ciclista gaiense, que já conquistou
dez medalhas em Europeus e Mundiais de Pista, desde a categoria júnior até à de
elite, tem um duplo desafio: bater-se pela maior pontuação possível na
disciplina olímpica de madison, um objetivo de médio prazo, pois visa criar
condições para a estreia do ciclismo de pista luso nos Jogos Olímpicos, já em
Tóquio, e disputar as posições cimeiras nas disciplinas de scratch e de
perseguição individual.
“Na perseguição individual
tentarei fazer um tempo abaixo dos 4m15s para ter a possibilidade de apurar-me
para as finais de discussão das medalhas. Na disciplina olímpica de madison, em
que farei equipa com o Rui, tentarei contribuir para a conquista do maior
número possível de pontos, já que esta é a primeira prova que conta para o
apuramento olímpico. As outras seleções pensam o mesmo e vão apresentar-se na
máxima força, também com Tóquio no horizonte”, entende Ivo Oliveira.
Já o irmão gémeo, Rui Oliveira,
terá a exigente mas motivante tarefa de competir nas duas disciplinas nas quais
Portugal almeja carimbar o passaporte para os Jogos de Tóquio, omnium e
madison.
“É uma missão complicada,
porque todos os países estão aqui na máxima forma. Acredito que também estou no
meu melhor e vou trabalhar para conseguir bons resultados. Como no madison
estamos um pouco atrás no ranking e precisamos de pontos para nos qualificarmos
para a Taça do Mundo, vamos lutar por uma classificação nos oito primeiros”,
adianta Rui Oliveira, que também vai competir em eliminação, uma disciplina que
lhe traz boas recordações, mas que não lhe retira a concentração do essencial.
“No ano passado fui campeão europeu de sub-23 e ganhei a medalha de bronze em
elite. É uma prova motivadora, mas madison e omnium são mais importantes,
porque os Jogos são o principal foco”, reforça o corredor.
O selecionador nacional,
Gabriel Mendes, acredita que o trio escolhido para o Campeonato da Europa está
num excelente momento de forma, destacando a necessidade de superação para
ultrapassar os adversários.
“Numa fase importante de
qualificação olímpica, todas as seleções estão na máxima força. Nós também nos
apresentamos muito bem e tentaremos que os desempenhos superem o que fizemos no
passado. Fazer melhor vai ser essencial para ter bons resultados, porque o
nível estará muito elevado. As disciplinas olímpicas e a caminhada rumo à
possível qualificação para Tóquio são os momentos mais importantes deste
Europeu, mas aproveitaremos a oportunidade para nos desenvolvermos para o
futuro, no caso da Maria. A luta pelas medalhas, nas disciplinas não olímpicas,
é uma possibilidade real com o Ivo e com o Rui”, confessa o selecionador
nacional, Gabriel Mendes.
Agenda de
corridas com participação da Equipa Portugal *
3 Agosto
15h45: Final Scratch Feminino
– Maria Martins
19h00: Final Scratch Masculino
– Ivo Oliveira
4 Agosto
11h15: Qualificação Omnium
Masculino – Rui Oliveira
Concurso de Omnium masculino
até 21h00 – Rui Oliveira
17h00: Corrida por Pontos
Feminina – Maria Martins
5 Agosto
9h00: Qualificação Perseguição
Individual Masculina – Ivo Oliveira
12h00: Eliminação Feminina –
Maria Martins
19h00: Final de Perseguição
Individual Masculina – Ivo Oliveira
6 Agosto
11h00: Qualificação Madison
Masculino – Ivo Oliveira e Rui Oliveira
13h30-21h00: Omnium feminino –
Maria Martins
15h30: Final Madison Masculino
– Ivo Oliveira e Rui Oliveira
7 Agosto
12h00: Eliminação Masculina –
Rui Oliveira
*Horários sujeitos a acertos
diários, depois de iniciada a competição
Guia das Provas de Pista com
participação portuguesa
As corridas de pista
dividem-se em provas de velocidade e em provas de resistência. As primeiras –
velocidade, keirin, 1 km, 500 metros – são disputadas por ciclistas possantes,
que, por norma, dedicam-se à pista em exclusividade. As corridas de resistência
têm participação de corredores que, geralmente, também se dedicam à estrada.
Os corredores portugueses de
pista competem em provas de resistência. No Campeonato da Europa de Glasgow são
estas as provas em que os ciclistas lusos poderão ser vistos:
Perseguição
Individual
É um contrarrelógio de 4
quilómetros, em que dois corredores competem em simultâneo. Cada um parte de um
lado da pista. Apuram-se para as finais os ciclistas com os quatro melhores
tempos na manga de qualificação. Os dois primeiros disputam a prova de
atribuição das medalhas de ouro e prata, enquanto o terceiro e quarto
classificados do apuramento vão bater-se pela medalha de bronze. Nas finais a
prova acaba quando os corredores cumprem o percurso – 4 quilómetros nos homens
e 3 quilómetros nas mulheres – ou antes disso, se um dos concorrentes
ultrapassar o adversário.
Corrida por
Pontos
Prova em pelotão na qual a
classificação é estabelecida em função dos pontos ganhos em sprints e através das
voltas conquistadas sobre o pelotão. Os sprints pontuáveis estão colocados de
dez em dez voltas. Em cada um destes sprints, o primeiro classificado soma
cinco pontos, o segundo três, o terceiro dois e o quarto um. Estas pontuações
são a dobrar na última volta. Outra forma de ganhar pontos é através da
conquista de voltas de avanço sobre o pelotão. Cada volta ganha vale 20 pontos.
Em contrapartida, uma volta perdida equivale à retirada de 20 pontos ao pecúlio
do ciclista. As provas de elite masculina têm 15 quilómetros na qualificação e
30 na final. As corridas femininas têm 10 quilómetros na qualificação e 20 na
final.
Madison
É uma disciplina que entra no
programa olímpico a partir dos Jogos de Tóquio 2020. As regras são semelhantes
à da corrida por pontos no que diz respeito à escala de pontuação nos sprints e
nas voltas ganhas e perdidas. A grande diferença é que o madison disputa-se por
equipas de dois corredores. Os dois elementos de cada equipa rodam na pista em
simultâneo, embora apenas um deles a contar para a classificação em cada
momento. Os corredores de cada equipa podem render-se a todo o instante,
através de um impulso na mão ou na traseira do calção. As provas de elite
masculina têm 25 quilómetros e as de elite feminina 20 mil metros.
Scratch
É uma corrida em pelotão. Das
provas de pista é a mais semelhante a uma corrida de estrada. Não há pontuação.
O resultado é determinado pela posição dos ciclistas na chegada, vencendo o
primeiro a cortar a meta no final da distância determinada para cada categoria.
As corridas de elite masculina têm 15 quilómetros, enquanto as femininas têm
dez. No caso de haver necessidade de qualificação, estas corridas preliminares
têm 10 e 7,5 quilómetros, consoante se trate de homens ou mulheres. Como em
todas as provas de ciclismo, existe tática e estratégia, pelo que um ciclista
ou vários podem optar por ganhar voltas de avanço sobre o pelotão para não
estarem dependentes do sprint final para determinação da classificação.
Eliminação
Prova em pelotão. A cada duas voltas
há um sprint de eliminação, no qual o último ciclista a passar a meta é
eliminado da corrida. Ao contrário do que acontece na maior parte das
disciplinas de ciclismo, na eliminação é a roda de trás e não a da frente que
determina a posição do corredor.
Omnium
É uma disciplina olímpica, que
tem sofrido várias alterações regulamentares ao longo dos anos. Começou por ser
disputada em dois dias, sendo o somatório de seis provas pontuáveis. Atualmente
corre-se apenas num dia. São pontuáveis para a classificação de omnium as
seguintes disciplinas, disputadas por esta ordem: scratch (10 km para homens e
7,5 para mulheres), corrida tempo (10 km para homens e 7,5 para mulheres),
eliminação e corrida por pontos (25 km para homens e 20 para mulheres). Na corrida
tempo, todos os sprints a partir da quarta volta atribuem um ponto ao vencedor.
Uma volta de avanço vale 20 pontos e uma volta perdida retira 20 pontos.
No scratch, na corrida tempo e
na eliminação, são creditados 40 pontos para a classificação geral de omnium ao
vencedor, 38 ao segundo, 36 ao terceiro, 34 ao quarto e assim sucessivamente.
Após estas três provas é estabelecida uma classificação geral, em função dos
pontos somados para cada um dos corredores. É com essa pontuação que cada
ciclista inicial a quarta prova do omnium, a corrida por pontos. Nesta
aplica-se o regulamento da corrida por pontos no que diz respeito aos sprints e
às voltas ganhas e perdidas. Os pontos somados em sprints e voltas são
adicionados à classificação geral de omnium para determinação da classificação
final.
Fonte: FPC
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