Texto: José Morais
Fotos: António
Baganha
Será
que pedalar por Lisboa é assim tão difícil e complicado como afirmam e apontam
as suas sete colinas, podem colocar de parte essa ideia, e mergulhar numa
cidade que é já considerada por muitos bastante ciclável, e para desmitificar
essa teoria da dificuldade, mais uma vez a Federação Portuguesa de Cicloturismo
e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) levou para as ruas da capital a tradicional
edição de “Lisboa Antiga de Bicicleta”, este ano a comemorar as Bodas de Prata,
na sua 25ª edição, onde mais uma vez se provou, que se podem ultrapassar de
forma simples, descontraidamente, e que, afinal, na capital, também
se pode andar de bicicleta, e dar fortes pedaladas, mesmo nas zonas mais
ingremes, já que hoje em dia as bicicleta são diferente e conseguem ultrapassar
os obstáculos.
O Terreiro do Paço foi
este ano o local da concentração neste domingo 4 de junho, pelas 8,30, dava-se início
à concentração dos amantes das duas rodas, os quais tinham pela frente pouco mais
de trinta quilómetros, quatro pontos de encontros de paragem obrigatória, com
três das mais emblemáticas Calçadas de Lisboa para subir.
Cerca das 10 era dada
a partida, o pelotão pedalou rumou à Sé de Lisboa, entrou pelo bairro de
Alfama, saiu em São Tomé, e fez a sua primeira paragem no Miradouro das Portas
do Sol, aqui foi tempo de reagrupar, restabelecer energias, e contar algumas
das peripécias das primeiras pedaladas.
De regresso á
descoberta, os participantes entraram pela rua de São Tomé, Calçada Santo
André, ruas dos Cavaleiros, Calçada da Moraria, Martim Moniz, Largo de São
Domingos, rua das Portas de Santo Antão, e no Largo da Anunciada, o segundo
ponto de encontro, foi feita nova paragens, aqui para os mais audaciosos e
destemidos, eram convidados a terem o primeiro grande desafio da manhã, a
subida e descida da Calçada do Lavre.
Tudo preparado, a
Calçada mais importante estava em frente, atravessando a Avenida da Liberdade,
com cerca de 270 metros os cicloturistas tinham a celebre e emblemática Calçada
do Glória, pedalada a pedalada, até lá ao cimo no Bairro Alto, o longo pelotão
lá foi subindo metro a metro a velha Glória, com o terceiro ponto de encontro a
ocorrer no Jardim de São Pedro de Alcântara, onde mais uma vez se descansou e
reagrupou todos os participantes, onde nos rosto dos mesmo se via o cansaço,
mas também a satisfação de tão fortes pedaladas.
De volta às pedaladas,
os participantes seguiram até ao Príncipe Real, entrando Bairro Alto dentro
pela rua do Século, despois uma descida cheia de adrenalina pela Calçada do
Combro, Calçada das Estrela, São Bento, Av. D. Carlos I, Av. 24 de Julho,
Viaduto de Alcântara, Av. Brasília, e Belém, onde junto à Torre foi feito o
quarto ponto de encontro, reagrupar o pelotão, e feito um abastecimento
liquido, para restabelecer as energias.
Na reta final, os
amantes das bicicletas voltam a pedalar, entrando pela Av. de Brasília, Cais do
Sodré, e Terreiro do Paço, onde terminaram mais uma edição de “Lisboa Antiga de
Bicicleta”.
Foi um belo passeio,
numa excelente manhã, onde o sol marcou presença, também de salientar a
presença candidata à Câmara de Lisboa, Assunção Cristas, e do candidato do
Bloco de Esquerda Ricardo Robles, como o reconhecer, o excelente trabalho feito
mais uma vez pela PSP- Trânsito de Lisboa dando segurança a todos os
participantes, num trajeto sem dúvida com algumas dificuldades, mas superados
por todos, já que a passagem por locais emblemáticos da capital marcou os
participantes, em ruas ou vielas onde apenas a pé ou de bicicleta se pode
passar, foram descobertas por muitos, com o cheirinho das festas de Lisboa,
onde não faltou também o belo cheiro da sardinha assada, também já com o
cheirinho aos Santos Populares que se aproximam.
No final, José Manuel
Caetano, presidente das FPCUB dizia á nossa reportagem; “Mais uma vez os objetivos foram
conseguidos, tivemos uma participação muito boa nesta 25ª edição, são 25 anos a
pedalar por Lisboa Antiga, e provamos mais um ano de que aquela cidade de que
muitos comentam não ser ciclável, afinal é, o que falta é criar mais condições,
e respeito da parte dos automobilistas, se existir isso, podemos contribuir
para que Lisboa seja mais limpa, mais saudável, e se possa utilizar ainda mais
a bicicleta, a qual cada vez é mais utilizada diariamente por muitos, por isso
venham pedalar por Lisboa, a mesma merece”.
A finalizar, apenas
os votos de bons passeios, boas pedaladas, e experimentem descobrir a cidade de
Lisboa de bicicleta, vale a pena.
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