Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A condenação de Fernando
Gaviria por condução sob o efeito de álcool suscitou uma reação frontal e
brutalmente honesta de alguém que o conhece bem: o seu antigo diretor
desportivo na Soudal - Quick-Step, Brian Holm.
Falando no podcast Café Eddy,
o dinamarquês admitiu estar desiludido com a notícia, mas longe de
surpreendido.
Holm, que trabalhou com o
colombiano entre 2016 e 2018, não poupou palavras quando questionado sobre a
detenção de Gaviria no Mónaco por conduzir com uma taxa de alcoolemia de 2,40,
cinco vezes acima do limite legal.
“Se tivesse de apontar um
corredor que seria apanhado por condução sob o efeito de álcool no Mónaco,
provavelmente diria Gaviria”, observa o dinamarquês de 63 anos.
Holm: “O
corredor mais preguiçoso que alguma vez conheci”
A reação de Holm foi além do
incidente em si, tocando nas contradições que marcaram o início da carreira de
Gaviria, um talento geracional, mas que muitas vezes foi difícil de motivar.
“Porque é que isto não me
surpreende assim tanto?”, pergunta Holm, retoricamente. “Sem dúvida um dos
maiores talentos com quem trabalhei: um dom de Deus sobre a bicicleta, e também
o corredor mais preguiçoso que alguma vez conheci. Gosto muito dele, mas,
caramba, Fernando, é preciso?”
As palavras de Holm sublinham
a frustração de quem viu Gaviria no seu auge explosivo: etapas na Volta a
França, vitórias na Volta a Itália e uma ponta final que em tempos o tornou no
sprinter mais temido do mundo. Mas evidenciam também a inconsistência que
persegue a carreira do colombiano de 31 anos desde que saiu da Quick-Step.
O caso no
Mónaco que originou a resposta de Holm
O incidente ocorreu no passado
dia 22 de outubro, pouco depois de terminar a difícil época de 2025 de Gaviria
na Movistar. A polícia do Mónaco imobilizou-o após condução perigosa e várias
infrações, registando depois uma taxa de álcool no sangue muito acima do
permitido.
Em tribunal, Gaviria terá
admitido o erro: “Dormi duas horas antes de sair. Senti que podia pegar no
carro. Visto agora, não era o caso. Foi um erro meu, não voltará a acontecer”,
citou o Monaco-Matin.
Foi condenado a uma pena de
prisão suspensa de dois meses, multa de 5000 €, proibição de conduzir no Mónaco
por dois anos e três coimas adicionais menores.
A reação de Holm surge num
momento delicado. Precisamente quando Gaviria se preparava para relançar a
carreira na Caja Rural – Seguros RGA, após três épocas na Movistar, a polémica
extradesportiva ensombra uma transferência que deveria simbolizar um recomeço.
O colombiano vem do pior ano
da carreira, com apenas 125 pontos UCI, e vai competir fora do World Tour pela
primeira vez desde 2015.
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