Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A Volta à Romandia Feminina
2025 começou envolta em polémica, com seis equipas do World Tour afastadas logo
na jornada inaugural: Team Visma | Lease a Bike, AG Insurance-Soudal,
EF-Oatly-Cannondale, Canyon//SRAM, Team Picnic PostNL e Lidl-Trek foram desclassificadas
pela UCI, devido a um diferendo relacionado com a implementação de um novo
sistema de localização por GPS.
Num
comunicado, a organização expressou a sua insatisfação com o desfecho:
Consideramos lamentável e
infeliz, para dizer o mínimo, que não tenha sido possível encontrar uma solução
positiva.
A decisão teve impacto directo
no aspeto desportivo da corrida, afetando igualmente a preparação das provas
seguintes e prejudicando ciclistas, adeptos e todos os envolvidos na Volta à
Romandia Feminina.
O sistema de GPS em causa
estava a ser testado em tempo real, como parte de uma iniciativa de reforço da
segurança após vários incidentes fatais no ciclismo, incluindo a morte de
Muriel Furrier nos Campeonatos do Mundo de Zurique do ano passado, quando se
despistou numa zona florestal e demorou muito tempo a ser encontrada.
As equipas foram informadas de
que teriam de instalar os dispositivos nas suas bicicletas e assumir total
responsabilidade por eventuais perdas ou danos durante acidentes ou outros
incidentes. A recusa em aceitar estas condições deixou a UCI sem margem para
compromissos, conduzindo a uma decisão que deixou a prova com um pelotão
reduzido e um ambiente marcado pela tensão.
Jonathan
Vaughters criticou fortemente a abordagem da UCI:
“Utilizar uma prova do World
Tour como campo de ensaio está errado. Além disso, uma vez que se optou por
impor a sua vontade, recusar-se a selecionar os ciclistas que vão ser vítimas e
atirar essa decisão para as equipas? Não é correto. E depois desqualificar as
equipas por não escolherem a vítima?”
Em
resposta, a UCI defendeu a sua posição:
“A Union Cycliste
Internationale (UCI) lamenta que algumas equipas da lista de partida da Volta à
Romandia Feminina tenham recusado cumprir as regras da corrida relacionadas com
a implementação de localizadores GPS como teste para um novo sistema de segurança.”
“A decisão destas equipas de
se oporem às regras específicas do evento é surpreendente e compromete os
esforços da família do ciclismo para garantir a segurança de todos os ciclistas
de estrada através do desenvolvimento desta nova tecnologia. É deplorável
testemunhar a recusa de certas equipas em avançar em conjunto para proteger a
segurança dos ciclistas e a UCI condena a sua não cooperação.”
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