Esloveno elogia a Jumbo-Visma, mas deixa claro que o erro que comprometeu o Tour foi seu
Por: Lusa
Foto: Reuters
Tadej Pogacar continuará a ter
a Volta a França como principal objetivo, apesar das duas derrotas consecutivas
frente a Jonas Vingegaard, garantindo que continuará a ter um calendário
variado, com clássicas incluídas.
"Estou
sempre em forma na primavera, porque teria de renunciar a essas corridas? Gosto
de estar em todas as frentes [...]. Adoro desafios e ganhar essas provas
[clássicas] trata-se disso mesmo, como também o é ganhar o Tour. Vou voltar a
tentar no próximo ano", assegurou o esloveno de 24
anos.
O ciclista da UAE Emirates
refutou assim as críticas que defendem que tem um calendário demasiado disperso
e com demasiados objetivos, ao contrário de Vingegaard que se centra unicamente
na Grande Boucle, acabando por pagar essa sobrecarga na Volta a França, como
aconteceu este ano, em que desfaleceu na 17.ª etapa, sentindo-se "vazio".
"Voltarei
mais forte, mais preparado. Trabalharemos todos os dias para o próximo ano,
para o próximo duelo com o Jonas e com a Jumbo-Visma",
prometeu, considerando que a sua rivalidade com o dinamarquês proporcionou,
este ano, grandes momentos de ciclismo.
Apesar de elogiar o seu rival,
"um grande tipo" que o relegou pelo segundo ano consecutivo para o
segundo degrau do pódio, mas a quem "respeita
muito", Pogi notou que não foi Vingegaard quem o derrotou
nem a sua equipa, mas sim o seu desfalecimento.
"Têm
uma das melhores equipas e consideram-me uma ameaça [...], mas não foram eles
que me derrubaram. Fui eu quem caiu, eu sozinho, dentro de mim... ninguém me
derrotou", argumentou, numa alusão aos quase seis
minutos que perdeu na 17.ª tirada.
Depois de, na flash-interview,
ter dito que "hoje, finalmente",
voltou a sentir-se ele próprio e de ter recordado os "olhos
assustados" com que o companheiro Marc Soler o olhava enquanto tentava
rebocá-lo no Col de la Loze, 'Pogi'
abordou novamente essa jornada 'fatídica' para
as suas aspirações.
"Aprendi
que posso sofrer quando me sinto uma m****, quando estou em baixo, que posso
continuar a pedalar. Esse é o ponto positivo que retiro deste Tour",
destacou, notando que, hoje, até tinha "mais
cor na cara", numa referência aos dias anteriores, em que
estava pálido e parecia doente.
O bicampeão do Tour (2020 e
2021), que nunca acabou a prova francesa fora dos dois primeiros lugares e foi
ao pódio em todas as grandes Voltas em que participou (foi terceiro na
Vuelta'2019), garante que a Grande Boucle continuará a ser o seu principal
objetivo como corrida de três semanas.
Como consolação, além de duas
vitórias em etapas, Pogacar também leva deste Tour dois novos recordes: o de
camisolas da juventude conquistadas (quatro) e o de número de jornadas vestido
de branco.
Se no primeiro caso, Pogi vai
no domingo desempatar com Jan Ullrich, vencedor do Tour'1997 e segundo
classificado em 1996, 1998, 2000, 2001 e 2003, e com o luxemburguês Andy
Schleck, campeão da prova francesa em 2010 e 'vice' em 2009 e 2011, no segundo
superou e muito o registo do alemão.
Foi logo na terceira etapa
desta edição que o esloveno se tornou no corredor que mais dias liderou a
classificação da juventude, ultrapassando Ullrich.
Nesse dia, Pogi vestiu a
camisola branca pela 56.ª vez e isolou-se como recordista no ranking da
precocidade, deixando para trás o alemão que na segunda metade dos anos 90
encantou o ciclismo mundial.
No domingo, na última etapa,
irá envergar o símbolo da juventude pela 74.ª jornada, um recorde que deverá
perdurar por muito tempo na história da Volta a França.
Fonte: Record on-line
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