Por: Vasco Simões
Maio é o mês do Giro! Entre os
dias 06 e 29 realiza-se a 105.ª edição da Volta a Itália e o Eurosport vai
acompanhar tudo o que acontece nesta 1.ª ‘Grande Volta’ da temporada com uma
cobertura sem rival com perto de 110 horas de transmissão exclusiva em direto.
Durante três semanas, os fãs
de ciclismo vão poder seguir o pelotão do Giro no Eurosport ao longo de 3.445,6
quilómetros repletos de emoção e belíssimas paisagens. Depois de brilhar na
edição de 2020, João Almeida está mais maduro e ambicioso para vestir de novo a
‘Maglia Rosa’. Uma Volta fantástica para ver no Eurosport com os comentários de
Luís Piçarra, Paulo Martins, Olivier Bonamici e José Azevedo.
O QUE
ESPERAR
O Giro 2022 apresenta-se uma
vez mais com muita montanha e dois contrarrelógios individuais, o último deles
em Verona, na 21.ª e derradeira etapa. A prova arranca em Budapeste, capital da
Hungria, e durante três etapas a festa do ciclismo acontece neste país do leste
da Europa. É a 14.ª vez na história da competição que o Giro arranca fora de
Itália e a primeira desde Jerusalém, em 2018.
A 10 de maio, e após um dia de
viagem/descanso, o pelotão cumpre a 4.ª etapa do Giro e 1.ª em solo italiano,
na Ilha da Sicília. O grupo parte de Avola rumo ao vulcão Etna, onde tem o
primeiro desafio de montanha. São apenas 166 quilómetros e uma meta situada a
1892m de altitude. No entanto, o desnível é de 3.590m. Depois de entrar pela
ponta da ‘bota’, o Giro segue rumo ao Norte com algumas etapas mais planas, mas
igualmente exigentes.
A 9.ª etapa, a 15 de maio,
marca a dupla ascensão ao icónico Blockhaus (1695m) e o fim da primeira semana
de prova. Uma imponente subida de 13.7 quilómetros com uma inclinação média de
8,5% e que pode representar a primeira grande seleção de favoritos à conquista
da ‘Maglia Rosa’. Pelo caminho o pelotão tem ainda passagens previstas pelo
Roccaraso (1254m) e pelo Passo Lanciano (1310m).
Na segunda semana, o pelotão
do Giro ruma pela Costa do Mar Adriático rumo a Norte até ao outro extremo, o
Mediterrânio, passando por cidades icónicas como Pescara, Reggio Emilia, Parma,
Génova, San Remo e Turim. Com a chegada aos Alpes as etapas prometem ser bem
mais duras, com a montanha a aparecer em força antes de novo dia de descanso. A
14.ª etapa, a 21 de maio, será uma espécie de Liège-Bastogne- Liège à italiana
com muitas subidas curtas e íngremes, mas também muitas descidas. Segue-se uma
tirada no Vale de Aosta, com duas subidas de montanha de 1.ª categoria
(Pila-Les Fleurs 1421m e Verrogne 1582m) e uma de 2.ª categoria, o Cogne, onde
está situada a meta a 1611m. Dia 23 de maio, cumpre-se o último dia de
descanso.
Com muitos quilómetros e
desgaste nas pernas, o pelotão entra na terceira semana do Giro, a 24 de maio,
e para dias verdadeiramente desafiantes com montanha até não mais ver. A 16.ª
etapa liga Salò a Aprica, nas Dolomitas, ao longo de 202 quilómetros e pelo
caminho há três subidas de montanha de 1.ª categoria: Goletto di Cadino
(1938m), Passo del Mortirolo (1854m) e Valico di Santa Cristina (1448m). No dia
seguinte, é a vez de mais dois desafios imponentes: o Passo del Vetriolo
(1383m) e o Monterovere (1261m), outras duas contagens de montanha de 1.ª
categoria.
Ainda nada pode estar decidido
e a 18.ª etapa, mais plana e curta é apenas um dia mais calmo antes de duas
tiradas de montanha arrasadoras a 27 e 28 de maio. A 19.ª etapa tem prevista
uma passagem pelo Kolovart (1.ª categoria a 1145m) e um total de 177
quilómetros. Mas é a 19.ª etapa que concentra todas as atenções.
A etapa Rainha liga Belluno a
Marmolada (Passo Fedaia a 2057m) ao longo de 168 quilómetros e prevê a passagem
pelo duro Passo San Pellegrino (1918m) e o duríssimo Passo Pordoi (2239m, 11,9
quilómetros e 6,6% de média de inclinação), o ‘Cima Coppi’ deste Giro 2022, ou
seja, o ponto mais alto da prova. A chegada à meta no Passo Fedaia é de mais de
12,9 quilómetros e tem uma inclinação média de 7,8%. Finais curtos, mas por
vezes explosivos, podem produzir impactos significativos na classificação
geral.
Na 21.ª e derradeira etapa do
Giro, fazem-se as contas e logo com um contrarrelógio individual na cidade de
Verona. São 17,4 quilómetros com meta situada no Coliseu da cidade. Quem será o
melhor no final? Quem vestirá a camisola rosa? Quem irá erguer o troféu
infinito e entrar para a história? A não perder!
ETAPAS DO
GIRO 2022
ETAPA –
DATA – DISTÂNCIA – PARTIDA - CHEGADA
1 – 06/ 05 – 195 km –
Budapeste – Visegrád (Hungria)
2 – 07/ 05 – 9.2 km Budapeste
(Hungria) – Contrarrelógio Individual
3 – 08/ 05 – 201 km – Kaposvár
– Balatonfured (Hungria)
-- - 09/05 – Dia de Descanso
4 – 10/05 – 172 km – Avola –
Etna (Rif. Sapienza)
5 – 11/05 – 174 km – Catania –
Messina
6 – 12/05 – 192 km – Palmi –
Scalea (Riviera dei Cedri)
7 – 13/05 – 196 km – Diamante
– Potenza
8 – 14/05 – 153 km – Nápoles –
Nápoles
9 – 15/05 – 191 km – Isernia –
Blockhaus
-- - 16/05 – Dia de Descanso
10 – 17/05 – 196 km – Pescara
– Jesi
11 – 18/05 – 203 km –
Santarcangelo di Romagna – Reggio Emilia
12 – 19/05 – 204 km – Parma –
Genova
13 – 20/05 – 150 km – San Remo
– Cuneo
14 – 21/05 – 147 km – Santena
– Turim
15 – 22/05 – 178 km – Rivarolo
Canavese - Cogne
-- - 23/05 – Dia de Descanso
16 – 24/05 – 202 km – Salò –
Aprica
17 – 25/05 – 168 km – Ponte di
Legno – Lavarone
18 – 26/05 – 152 km – Borgo
Valsugana – Treviso
19 – 27/05 – 177 km – Marano
Lagunare – Santuario di Castelmonte
20 – 28/05 – 168 km – Balluno
– Marmolada (Passo Fedaia)
21 – 29/05 – 17.4 km – Verona
– Contrarrelógio Individual
OS
FAVORITOS...
João Almeida tem nos ombros o
peso da responsabilidade e desejo de um país que o pretende ver vestido de
rosa, tal como em 2020, quando rolou pelas estradas de Itália com a ‘Maglia
Rosa’ durante 15 dias. Não conseguiu a vitória, mas o 4.ª lugar alcançado foi o
melhor de sempre de um português no Giro. Dois anos depois, mais experiente, e
com uma nova equipa e um novo papel de destaque, o ciclista português da UAE
Team Emirates coloca como objetivo terminar no pódio da classificação geral.
Terá a concorrência de peso de
nomes como Richard Carapaz, vencedor do Giro 2019, Simon Yates, Tom Dumoulin,
Tobias Foss, Vincenzo Nibali, Miguel Ángel López, Jai Hindley, Wilco Kelderman,
Bauke Mollema, Giulio Ciccione, Romain Bardet, Hugh Carthy, Mikel Landa, Wout
Poels ou Guillaume Martin.
Outros nomes podem brilhar
conquistando etapas como a sensação holandesa Mathieu van der Poel, que faz a
sua estreia no Giro, Alejandro Valverde, Caleb Ewan, Mark Cavendish, Giacomo
Nizzolo, Fernando Gaviria ou Tim Merlier.
E OS
AUSENTES
Pouco mais de três meses após
o acidente em que quase ficou paraplégico, o colombiano Egan Bernal regressou
recentemente aos treinos de bicicleta na estrada, no entanto, está longe de
poder voltar para já às grandescompetições. O vencedor do Tour 2019 e do Giro
2021, colidiu com a alta velocidade com um autocarro, nos arredores de Bogotá,
sofrendo 20 fraturas, além da perfuração dos pulmões, que obrigou a várias
intervenções cirúrgicas. Bernal estará ausente das estradas italianas bem como
os favoritos eslovenos Tadej Pogacar e Primoz Roglic, ambos focados na Volta a
França. De fora fica também o eslovaco Peter Sagan.
O sonho durou 15 dias! Ninguém
se esqueceu em Portugal, dos 15 dias de rosa do João Almeida no Giro 2020. A
partir daí, a Volta a Itália teve sempre um sabor especial e, no ano passado, o
ciclista português fez-nos sonhar novamente com uma ‘remontada’ espetacular,
acabando no 6.º lugar da geral.
Este ano, as expectativas são
ainda maiores e é normal. O João tem tudo para finalmente alcançar o primeiro
pódio da sua carreira numa grande Volta, mas a pergunta coloca-se: Será que
podemos sonhar ainda mais alto com ele? Existem sinais que indicam que sim. O
ciclista português está cada vez melhor na alta montanha e desta vez é o claro
líder da equipa, acompanhado por 2 outros portugueses: Rui Oliveira e Rui
Costa. Além disso, os dois melhores ciclistas do mundo, Tadej Pogacar e Primoz
Roglic não estão no Giro, pelo que a concorrência na Volta à Itália é
claramente inferior à que existe no Tour.
Mas, cuidado porque ciclistas
como Richard Carapaz, Simon Yates, Aleksandr Vlasov, Romain Bardet, Mikel Landa
e Miguel Ángel López podem dar dores de cabeça a João Almeida. Em breve teremos
a resposta à pergunta que toda a gente se coloca desde há alguns meses. O que
pode fazer o João Almeida com a sua nova equipa?
Fonte: Eurosport
Sem comentários:
Enviar um comentário