Modelo britânico reforça o núcleo dos “puro-sangue” da coleção automóvel
Foto: Joel Araújo
A coleção permanente de
automóveis do Museu do Caramulo foi reforçada com um extraordinário Jaguar
E-Type 4.2 OTS de 1965.
Considerado um dos automóveis
mais bonitos de sempre, o Jaguar E-Type é a interpretação da marca inglesa de
um verdadeiro roadster, esculpido pelo vento e animado pelo mesmo motor que, no
passado havia ganho, com o modelo D-Type, as 24 Horas de Le Mans.
Para Salvador Patrício
Gouveia, Presidente da Direção do Museu do Caramulo, “estamos encantados com a
inclusão deste modelo na coleção permanente do Museu do Caramulo. Considerado
por muitos como o mais bonito automóvel de sempre, o Jaguar E-Type faz parte da
lista de modelos obrigatórios em qualquer coleção, seja pela sua história, seja
pela sua superioridade estética e é um dos veículos mais apreciados pelo
público.”
Doado ao museu por Carlos
Mendes Costa, o automóvel já se encontra em exposição no museu, podendo agora
ser visto de Terça-feira a Domingo, durante o horário de expediente do museu.
Sobre o
Jaguar E-Type 4.2 OTS (1965)
Tal como o D-Type de
competição, o Jaguar E-Type tinha como base um chassis que combinava uma
estrutura monocoque com subchassis multitubular, revestido por uma carroçaria
esguia. Ao nível da suspensão, os engenheiros da Jaguar optaram por equipar o
bólide com elementos independentes nas quatro rodas, auxiliados por
amortecedores telescópicos.
Outra das características
herdadas da competição era o sistema de travagem, de discos operados
hidraulicamente com servofreio de vácuo nas quatro rodas, equipamento nunca
antes visto num automóvel de produção. E se o chassis era de qualidade
invejável, o motor de seis cilindros em linha não se ficava atrás.
Acoplado a uma caixa de quatro relações, o
bloco em aço do motor vinha equipado com duas árvores de cames à cabeça (em
alumínio), sete rolamentos na cambota e uma bateria de três carburadores duplos
Weber, debitando 265cv de potência.
Originalmente testado em
competição, em 1960, nas 24 Horas de Le Mans pela equipa de Lance Cunningham, o
projeto do E-Type foi intencionalmente preparado para ser um automóvel aberto,
oferecendo grande rigidez torcional. Mas quando a Jaguar apresentou a versão
fechada, o sucesso foi redobrado.
Acusando na balança pouco mais
que 1200 kg, o roadster foi publicitado à imprensa, em 1961, pela Jaguar, como
sendo capaz de atingir a incrível marca de 150 mph, cerca de 241 km/h, tornando
o E-Type no automóvel inglês de produção mais rápido. Além disso, custava um
terço dos seus adversários diretos como o Aston Martin DB4, sendo por isso
muito acessível.
Em 1964, o motor XK de seis
cilindros em linha viu a sua capacidade ser aumentada de 3,8 para 4,2 litros -
versão que equipa este modelo do Museu do Caramulo - sendo acoplado a uma caixa
de velocidades com quatro relações totalmente sincronizadas. Esteticamente, o
novo E-Type 4.2 apresentava os faróis da frente desprovidos de tampas
aerodinâmicas, enquanto no interior as modificações estipulavam um nível de
equipamento melhor. A direção assistida passava a ser opcional e recebeu um
novo sistema de refrigeração.
Respondendo às críticas do
mercado americano de falta de espaço no interior da versão coupé do E-Type, a
Jaguar apresentou, em 1966, uma versão 2+2, procurando combinar o conforto da
nova carroçaria com as performances associadas ao bólide.
Em 1971, a gama E-Type sofria
a sua primeira grande revolução, com a substituição do motor de seis cilindros
em linha (XK) por uma unidade V12, com uma capacidade de 5343cc, debitando
272cv de potência às 5850 rotações por minuto. Para acomodar a potência e as
prestações do novo motor, o chassis do E-Type foi aumentado na distância entre
eixos em 2300 mm, passando todos os modelos a medir o mesmo que a versão coupé
2+2 (2670 mm).
Quando a produção do E-Type
cessou, em 1975, um total de 72.507 unidades haviam sido construídas.
Sobre o
Museu do Caramulo
Com mais de 60 anos de
existência e visitado por mais de um milhão e meio de pessoas, o Museu do
Caramulo alberga no seu espólio uma coleção de arte, uma coleção de automóveis,
motos e bicicletas e uma coleção de brinquedos antigos. O Museu do Caramulo
produz ainda, de forma regular, exposições temáticas e temporárias, e organiza
vários eventos como o Salão Motorclássico, o Caramulo Motorfestival ou o Rider
– Passeio de Motos Clássicas.
Mais informação em www.museudocaramulo.pt
Fonte: Museu Caramulo/Parceria
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