O
ciclista português Rui Costa considerou hoje que o 10.º lugar alcançado na
prova de fundo de elite dos Campeonatos do Mundo de estrada, em Harrogate,
ficou a dever-se à capacidade psicológica para superar o “sofrimento”.
“Foi
preciso estar muito forte psicologicamente para encarar um Mundial como este,
porque foi um dia de muita chuva e frio. Durante uma prova tão longa, muitas
coisas nos passam pela cabeça. As sensações foram boas no início, mas a meio
não estava tão bem. Foi preciso ultrapassar esses momentos mais difíceis, esse
sofrimento, para chegar melhor aos últimos quilómetros”, afirmou, em
declarações à assessoria da Federação Portuguesa de Ciclismo.
Na
competição com 261,8 quilómetros realizada na região de Yorkshire, no Reino
Unido, o ciclista de 32 anos – que chegou a 1.10 minutos do vencedor, o
dinamarquês Mads Pedersen – foi o único representante nacional a completar o
percurso, face às desistências de José Gonçalves, Nélson Oliveira, Rui Oliveira
e Rúben Guerreiro.
As
condições meteorológicas adversas levaram a organização a alterar o traçado
previsto, anulando duas das três subidas que antecediam o circuito de
Harrogate, o que retirou cerca de 20 quilómetros. Contudo, as alterações não
significaram uma prova mais simples para os corredores e Rui Costa assumiu
mesmo ter ficado “contente” pela quarta presença entre o 'top' 10, depois da vitória
em 2013, do nono posto em 2015 e do décimo em 2018.
“O
traçado previsto iria ser muito mais duro, talvez deixando mais cedo para trás
alguns corredores que chegaram aqui na frente. Em todo o caso, um Mundial é
sempre duro e hoje viu-se o quão difícil é estar com os melhores. Fico contente
com mais este 'top' 10. Sempre que venho à seleção, tento estar nas melhores
condições para representar o país, penso que voltei a dignificar as cores de
Portugal”, resumiu.
A
análise positiva do ciclista foi partilhada pelo selecionador nacional, José
Poeira, que enalteceu a resistência de Rui Costa após ficar sem mais colegas
para o ajudarem a conseguir um bom resultado para as cores portuguesas.
“Nos
últimos anos partimos sempre com a ambição de ficar nos dez primeiros e hoje,
mais uma vez, conseguimo-lo. A corrida tornou-se muito dura, devido às
condições climatéricas. Muitos corredores que vinham para ganhar acabaram por
desistir. Nós resistimos. Apesar de os colegas terem ajudado o Rui Costa em
determinada fase, ele ficou sozinho durante muito tempo. Nessa circunstância
não podia ter feito mais do que fez. Esteve muito bem”, notou.
O
título mundial na prova de fundo para elite ficou nas mãos do dinamarquês Mads
Pedersen, que se impôs no ‘sprint’ final com o tempo de 06:27.28 horas ao
italiano Matteo Trentin, deixando ainda o suíço Stefan Küng na terceira
posição, a dois segundos do vencedor.
Fonte:
Sapo on-line
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