Por: Fábio Lima
Foto: Reuters
Sempre teve curiosidade em saber como é a alimentação de um ciclista de
topo durante uma grande volta como o Giro? A Sky decidiu satisfazer a
curiosidade dos fãs da modalidade, aproveitando igualmente para tentar dissipar
as dúvidas que constantemente pairam sobre Chris Froome, a principal referência
da equipa.
À BBC Sport, e para lá de revelar o esquema de treinos do ciclista (que
durante o Giro, a determinada fase, procurou perder peso), a formação britânica
deu conta do esquema de nutrição utilizado na recente Volta a Itália, ganha
pelo britânico, com especial ênfase nas etapas 11 e 19. A primeira era uma
tirada mais ou menos plana, sem grandes objetivos para Froome, ao passo que a
19.ª coincidia com a derradeira chega em alto, a Bardonecchia, o que obrigou a
grandes diferenças naquilo que o ciclista ingeriu ao longo dos dias. Refira-se
que a 19.ª tirada foi também aquela em que Froome se destacou, ao andar mais de
80 quilómetros ao ataque.
Passemos então a detalhar aquilo que Froome consumiu, antes, durante e
depois das duas etapas em causa, isto segundo os dados enviados à BBC Sport.
Etapa 11
Pequeno almoço (524 kcal)
Durante a etapa (981 kcal)
3 bidões de água, 5 géis e 5 tostas de arroz
Recuperação (516 kcal)
Arroz e frango, acompanhado de água
Jantar (445 kcal)
À base de arroz e proteína
Total do dia: 2466 kcal
(407 gramas de hidratos, 139g de proteína e 32g de lípidos)
ETAPA 19
Pequeno almoço (996 kcal)
200ml de sumo, 400 gramas de arroz, omelete (3 claras e 1 gema), 4
panquecas com compota e chá verde com mel
Durante a etapa (2348 kcal)
14 géis, 4 tostas de arroz e 2 Beta Fuel, da SIS
Recuperação (2348 kcal)
70g de smoothie de recuperação, Haribo (gomas), 400 gramas de arroz e
quatro pedaços de banana
Jantar (971 kcal)
Arroz e alguma proteína
Total do dia: 6663 kcal
(1305g de hidratos, 143g de proteína e 88g de lípidos)
A diferença entre ambos os dias é colossal. Froome ingeriu o triplo das
calorias na etapa 19 em comparação com a 11, sendo que praticamente metade
dessa ingestão aconteceu no pós etapa. Uma técnica utilizada para recuperar os
níveis de glicogénio muscular, de forma a deixar o ciclista pronto para a etapa
seguinte.
O nível de detalhe da Sky vai mais longe, com um esquema bem claro de onde
deveria ser feito cada reabastecimento, assim como onde deveriam estar os seus
colegas e aquilo que teriam de transportar. Incrível acaba por ser o facto de
terem dividido a etapa 19 em pequenas secções, nas quais faziam o cálculo do
gasto calórico do ciclista, apontando em seguida quanto teria de ingerir para
repôr o que havia gasto. Tudo planeado ao pormenor, de forma a que nada pudesse
falhar.
Nos dados enviados à BBC Sport, Froome e a Sky partilharam igualmente dados
mais técnicos, como os planos de treino e de prova para o Giro, assim como a
potência gasta em cada ponto da etapa de montanha e o ritmo cardíaco médio e
máximo em cada zona da etapa. Neste aspeto, refira-se que Froome tinha um ritmo
cardíaco de 32 bpm de manhã ao acordar, ao passo que no esforço máximo chegou
às 152.
Fonte: Record on-line
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