No
dia 1 de julho realizou-se a VI edição do Triatlo de Caminha, uma prova que
incluiu o Campeonato Nacional de Clubes de Triatlo Longo e uma prova aberta na
distância standard.
Esta
competição tem como característica singular o transporte de barco para a partida,
em que os triatletas saltam para dentro de água cumprindo depois o segmento de
natação em direção a terra.
Os
triatletas tiveram que contar com uma start list muito competitiva, além da
chuva que se fez sentir, numa prova do Campeonato Nacional de Clubes Triatlo
Longo muito disputada no setor masculino.
A
grande novidade deste ano foi a alteração do percurso de ciclismo, que deixou
de incluir a subida à Serra d’Arga, o que o tornou muito mais rolante e rápido,
com o primeiro triatleta a chegar à meta num tempo inferior a quatro horas.
As classificações do Triatlo Longo de Caminha
Os
triatletas são transportados de ferry e saltam para a água até à linha de
partida
A
vitória coletiva foi para o Estoril Praia Triatlo com João Ferreira, Bruno Pais
e Rafael Gomes, na segunda posição de clubes subiu ao pódio o CNATRIL Triatlo,
com José Estrangeiro, Sérgio Marques e Pedro Oliveira e o terceiro lugar
pertenceu ao Clube de Praças da Armada com Jorge Duarte, João Bragadeste e
Ildefonso Mendonça.
Em
femininos, o primeiro lugar de clubes pertenceu à Associação Académica de São
Mamede com as triatletas Joana Creissac, Margarida Cunha Reis e Sílvia Pedroso.
Foi no ciclismo que João Ferreira ganhou vantagem, isolando-se
em relação ao grupo
Na
geral, foi João Ferreira, do Estoril Praia Triatlo, que cortou a meta na
primeira posição, em 03:57:41. Após o período mais complicado de natação por
falta de aquecimento, o triatleta do Estoril Praia conseguiu impor o seu ritmo.
«A natação foi complicada porque a água está fria e como a partida é do ferry
não consegui aquecer, demorando a encontrar o meu ritmo» João perdeu o contacto
com o grupo da frente, saindo da água com o seu colega de equipa Bruno Pais.
«No ciclismo as sensações foram boas desde o início, rapidamente consegui
alcançar o primeiro grupo e decidi imprimir o ritmo para ganhar vantagem e
consegui isolar-me a cerca de dois terços da prova». Quando chegou à corrida,
já estava com três a quatro minutos de vantagem, pelo que tentou gerir o ritmo
melhor possível para não quebrar, acabando por se sentir bem e arrecadando mais
uma vitória.
«Foi
a primeira vitória no Campeonato Nacional de Clubes do Estoril Praia este ano,
– foi também a primeira etapa – pelo que alcançámos o objetivo mais importante.
Juntamos a dobradinha na classificação individual comigo e com o Bruno Pais.
Dou os meus parabéns aos outros triatletas do clube que muito se esforçam para
ajudar a equipa»
Bruno
Pais, do Estoril Praia Triatlo, ficou em segundo lugar, com 04:03:24. «Só fiz a
prova no ano passado e este ano e o novo percurso de 2018 tornou o ciclismo
mais plano e mais espetacular para os espetadores que tiveram a oportunidade de
nos ver passar de bicicleta oito vezes», explica Bruno Pais. O triatleta do
Estoril Praia refere que o segmento de natação é único, com o salto do barco
(ferry) para dentro de água. «A partida é em linha reta, mas com alterações de
correntes dificulta muito a navegação, o percurso de ciclismo quase plano, mas
com vento lateral num sentido e no sentido oposto a favor do vento». O
triatleta salienta o facto de se passar muitas vezes por Caminha, onde se
encontra muito público a aplaudir, aumenta o entusiasmo dos triatletas. As
mudanças de paisagem num percurso variado de corrida tornam este segmento
motivador: duas voltas com alguns quilómetros dentro da mata, na praia, junto
ao rio, num passadiço em madeira. Bruno Pais conclui: «Uma organização muito
boa e uma prova com futuro para níveis internacionais.»
José
Estrangeiro, do CNATRIL Triatlo, fechou o pódio absoluto com 04:04:03. «A prova
foi boa, correu bem, estava à espera de fazer pódio, mas não estava com a
expectativa de estar nas melhores condições, já que tinha encarado a prova como
um treino em que o objetivo principal era ajudar a equipa, tendo que controlar
para não andar em ritmos demasiado elevados.» José refere o segmento tático de
ciclismo e o isolamento de João Ferreira ‘vencedor merecido que foi claramente
mais forte, deixando a disputa para os outros lugares’. «Durante a corrida saí
bem com o Bruno (Pais), mas tive que parar três vezes o que me fez perder
tempo». No final o triatleta ficou satisfeito, já que fez uma prova consistente
e que conseguiu o objetivo de ajudar a equipa!
Na
competição feminina foi Abigail Santana, do SFRAA TRIATLO, a triatleta mais
rápida em prova, a terminar em 04:49:31. A atleta refere o Triatlo Longo de
Caminha como uma prova experiente, desafiante e bem organizada. «Tirou-se a
Serra d’Arga dos anos anteriores (como quando fiz a prova em 2016), mas sem
perder qualidade, até facilitou o processo em alguns aspetos, já que, por
exemplo, este ano teria sido perigoso fazer a prova com estas condições
climatéricas.»
Abigail
mora no centro do país, com poucas oportunidades de visitar o norte, mas refere
que vale sempre a pena: «Caminha é um sítio espetacular para triatlos, tem uma
paisagem linda e variada, contando também com edifícios históricos
deslumbrantes e uma praça principal muito animada.» A experiência única de
saltar do ferry é mais um símbolo do triatlo de Caminha e ‘este ano houve um DJ
a animar os triatletas’.
«Em
termos de desafio, o vento e a chuva apresentaram-se como adversários, havendo
também o percurso de corrida, que, com duas voltas no mato e no passadiço de
madeira, acabou por tornar o percurso mais técnico do é habitual nas provas
longas.» Abigail conta-nos que Diana, sua colega de prova, fez uma natação
muito rápida, saindo muito antes dela da zona de transição, conseguindo apanhá-la
apenas no final da primeira volta.
«Foi
uma luta contra o vento e o tempo e Ana Lopes conseguiu apanhar-me fazendo um
excelente segmento na bike; estivemos a trocar posições no resto do ciclismo
até à T2. A corrida não foi fácil — com os elementos “corta-mato” quase me
provocaram quedas, mas com duas voltas deu para torcer e cumprimentar os amigos
no caminho». A vencedora do Triatlo de Caminha tem tido uma época difícil em
vários aspetos, mas acabou por passar a meta orgulhosa do seu feito e levar ‘a equipa
nova, o SFRAA Triatlo, à posição mais alta do pódio, esperando representá-lo da
melhor forma nos próximos anos’.
Ana
Lopes, do Estoril Praia Triatlo, concluiu os três segmentos em 05:09:44,
ficando em segundo lugar no pódio. A triatleta caracteriza a prova como
‘magnífica e dura em todos os segmentos’. «Uma natação que apesar da corrente a
favor se torna uma forte adversária quando não alinhamos na trajetória, como
foi o meu caso; um ciclismo aparentemente fácil, mas com muito vento e uma
chuva constante que, a meu ver, acabou por ser muito duro, mas que foi a minha
maior aposta».
A
triatleta do Estoril Praia acabou por arriscar no ciclismo e conseguir o melhor
tempo parcial, criando maior distância do terceiro lugar. «A Abigail é uma
excelente corredora e quanto maior conseguisse ganhar distância para o terceiro
lugar, mais tranquila iria para a corrida. Mas eu sabia que iria pagar uma
fatura cara pelo melhor parcial de ciclismo da prova feminina. Foi uma corrida
fantástica que por ser de duas voltas, não nos cansa tanto como em trajetos
mais repetitivos!» conclui Ana Lopes
Foi
Diana Mariño Lourenço, da Associação Humanitária de Bombeiros dos Estoris, que
ficou em terceiro na classificação geral, com 05:25:05. «Na minha primeira
participação no Triatlo de Caminha, gostei especialmente do segmento de natação
por ter uma partida original e por ter rolado a 1’10’’ com aquela corrente.
Apesar
de a temperatura estar excelente, o vento tornou os percursos de bike e da
corrida mais desafiantes. Em todo o caso, perante a beleza da marginal e a
paisagem de Caminha, todas as dificuldades foram mitigadas. As boas sensações e
a classificação simpática para quem ainda é verde na matéria foram a cereja no
topo do bolo! O Triatlo de Caminha é, provavelmente, um dos melhores triatlos
do mundo!» remata Diana Lourenço.
Com
este novo formato, o Triatlo Longo de Caminha ganha também novos participantes
e uma estratégia nova, perspetivando-se que se possa tornar num evento
internacional a médio prazo.
O VI
Triatlo Longo de Caminha é uma organização conjunta da Câmara Municipal de
Caminha, da Associação de Triatlo de Caminha e da Federação de Triatlo de
Portugal.
Fonte:
FTP
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