Por: Ana
Paula Marques
Foto: Luís Vieira
A Volta a Portugal também se faz no feminino. Há
mulheres a distribuir beijinhos no pódio, no staff da organização, na
comunicação social e até no pelotão. Não, a Rita Teixeira e a Xana Esteves não
pedalam, seguem antes na caravana de moto. São comissárias e este ano surgiu a
oportunidade de fazer a prova rainha numa outra função, levando as ardósias. Ou
seja, são elas que vão dando indicações aos ciclistas sobre a situação de
corrida, por exemplo, quanto tem de vantagem uma fuga. Há sempre riscos inerentes
a uma prova de bicicletas e numa altura em que os acidentes envolvendo
veículos, nomeadamente as motos, estão na ordem do dia.
"Confio plenamente no motard que me conduz",
frisou Xana Esteves, 26 anos. "A organização disse-nos logo que os motards
eram muito experientes. Temos de deixar o risco em casa", sublinhou por
sua vez Rita Teixeira, três anos mais velha que a colega. "Quando for para
descer a Serra da Estrela nem haverá certamente tempo e oportunidade para dar
os tempos. Temos de dar espaço aos ciclistas", acrescentou Xana Esteves.
O calor tem sido nos primeiros dias, com temperaturas
a chegarem quase aos 40 graus, um dos grandes problemas. É que Rita e Xana vão
vestidas até ao pescoço, com fatos de quem parece estar a disputar um Dakar.
Mas os compromissos com o patrocinador assim o obrigam.
O começo de tudo
Ambas são comissárias; Rita, que já foi jornalista e
que agora é bancária – "mas não banqueira", brinca –, é-o há seis
anos; Xana, auxiliar de ação educativa começou mais cedo, há oito. "O meu
pai foi ciclista, mas não cheguei a vê-lo correr. Não, penso que o ciclismo
está no sangue, nasce connosco. Comecei por fazer uma formação de ciclismo e
pista", explicou Rita Teixeira.
"A minha mãe pertencia à organização do GP Torres
Vedras e aos 14 anos já era menina do pódio. O meu pai também é
comissário", destaca Xana Esteves, que através do ciclismo viria a
conhecer o namorado, o ciclista Fábio Silvestre, da Leopard.
Respeito mútuo por cada função
Como comissárias, Rita e Xana já tiveram outras funções no pelotão que não a ardósia. Mas seja ela qual for , não tem havido problemas num ‘mundo’ dominado por homens. "Os ciclistas respeitam-nos muito. Houve uma vez que um deles teve uma reação mais a ‘quente’, mas no dia seguinte desculpou-se", explicou Xana. "Acima de tudo há um grande respeito pelas funções de cada um e nós também percebemos quando as coisas são ditas com os nervos à flor da pele", frisa Rita.
Sonho do Tour mas com os pés no chão
Isabel Fernandes e Paula Martins são as únicas comissárias portuguesas internacionais e ambas estão no Rio’2016. A primeira como principal responsável pelas provas; a segunda integrando o Colégio de Comissários. E sonham a Rita e a Xana chegar a um Tour ou Jogos Olímpicos? "Gosto muito de saber o chão que piso", destacou a segunda. "Não escondo que gostava de fazer uma Volta a França, mas também sou muito terra a terra", disse Rita.
Respeito mútuo por cada função
Como comissárias, Rita e Xana já tiveram outras funções no pelotão que não a ardósia. Mas seja ela qual for , não tem havido problemas num ‘mundo’ dominado por homens. "Os ciclistas respeitam-nos muito. Houve uma vez que um deles teve uma reação mais a ‘quente’, mas no dia seguinte desculpou-se", explicou Xana. "Acima de tudo há um grande respeito pelas funções de cada um e nós também percebemos quando as coisas são ditas com os nervos à flor da pele", frisa Rita.
Sonho do Tour mas com os pés no chão
Isabel Fernandes e Paula Martins são as únicas comissárias portuguesas internacionais e ambas estão no Rio’2016. A primeira como principal responsável pelas provas; a segunda integrando o Colégio de Comissários. E sonham a Rita e a Xana chegar a um Tour ou Jogos Olímpicos? "Gosto muito de saber o chão que piso", destacou a segunda. "Não escondo que gostava de fazer uma Volta a França, mas também sou muito terra a terra", disse Rita.
Fonte: Record on-line
Sem comentários:
Enviar um comentário