A chave do sucesso do antigo campeão do mundo de juniores e sub-23 foi um ataque na descida do Poggio, a pouco mais de quatro quilómetros da meta
Foto: EPA/CHRISTOPHE
PETIT-TESSON
Um ataque na última descida da
113.ª edição da Milão-Sanremo, o primeiro ‘Monumento’ da época de ciclismo de estrada, valeu a vitória
ao esloveno Matej Mohoric (Bahrain-Victorious), dois segundos mais rápido do
que uma ‘constelação’ de favoritos.
Mohoric, de 27 anos, cumpriu
os 293 quilómetros entre Milão e Sanremo em 6:27.49 horas, dois segundos mais
rápido do que o francês Anthony Turgis (TotalEnergies), segundo, e do que o
neerlandês Mathieu van der Poel (Alpecin-Fenix), terceiro.
A chave do sucesso do antigo
campeão do mundo de juniores e sub-23 foi um ataque na descida do Poggio, a
pouco mais de quatro quilómetros da meta, contrariando as expectativas antes da
prova, que apontavam a subida como decisiva.
Seria antes, no Cipressa, que
alguns velocistas ficariam distanciados do grupo principal, no qual aumentava a
expectativa para ver outros eslovenos, no caso Tadej Pogacar (UAE Emirates) ou
Primoz Roglic (Jumbo-Visma), tentarem sair.
Ambos o fizeram, mais o
primeiro do que o segundo, ‘esticando’ o grupo de favoritos e abrindo alguns
espaços, mas sem ‘abanar’ o belga Wout van Aert (Jumbo-Visma) ou Van Der Poel,
de regresso à competição.
O ataque de Mohoric, campeão
de fundo da Eslovénia e com etapas nas três grandes Voltas no palmarés, levou-o
a um triunfo por que arriscou tudo, até ‘galgar’ bermas e aproveitar cada centímetro da descida.
Nos últimos 4.000 metros,
quase caiu e a corrente saltou já na parte final, mas a ‘Classicissima’ seria
mesmo para ele, o ‘outro’ esloveno, primeiro do seu país a ganhar, à frente
de Turgis e do ‘sprint’ que
deu o último lugar do pódio ao regressado Mathieu van der Poel.
No final, os quatro ataques no
Poggio não valeram a Pogacar, que tinha vencido todas as corridas até aqui e
hoje foi quinto, com Van Aert no oitavo lugar, num dia marcado pelo bom tempo e
vento de feição.
Apesar de ser a primeira clássica
do palmarés, Mohoric admitiu que tinha pensado na corrida “o inverno inteiro”.
“Sabia que esta corrida era ao
meu jeito e que seria o meu dia. Arrisquei na descida, mas foi o que me
permitiu vencer. Seria a única hipótese, desde que não cometesse erros”,
resumiu o sucessor do belga Jasper Stuyven.
Fonte: Sapo on-line
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