Sinais positivos dos portugueses em dia dominado pelos italianos
Por; José Carlos Gomes
Os cinco corredores que hoje
representaram Portugal no Campeonato do Mundo de Paraciclismo, no Circuito
Estoril, Cascais, tiveram desempenhos que o selecionador nacional, José
Marques, considera como sinais positivos para o futuro. Luís Costa, oitavo no
contrarrelógio da classe H5, foi o melhor. Em termos gerais, destaque para o
desempenho dos italianos, que hoje conquistaram sete títulos mundiais.
Luís Costa foi o primeiro
português a correr e foi também aquele que logrou um melhor resultado final,
completando os 25,2 quilómetros do contrarrelógio de classe H5 em 40m21s, o que
lhe valeu a oitava posição, a 4m20s do holandês Mitch Valize, que conquistou o
título mundial uma semana depois de sagrar-se campeão da Europa.
“Em
termos de performance consegui ter o rendimento que estava à espera, numa
corrida que não me favorece tanto como a prova de fundo. O lugar que acabo por
alcançar está dentro das expectativas que tinha à partida”,
confessou o paraciclista. O selecionador nacional, José Marques, corroborou as
palavras do atleta, juntando mais um dado: “Fez
o possível, ficando muito perto do quinto e do sexto classificados. É sinal de
que está a melhorar a sua condição física. O objetivo são os Jogos Paralímpicos
e esperemos que o Luís lá chegue bastante melhor do que está agora”.
Portugal teve três
paraciclistas no contrarrelógio de classe H4, também com 25,2 quilómetros. No
entanto, só um terminaria a prova entre os 15 classificados no final da prova.
Carlos Neves desistiu, na sequência de um capotamento. Rúben Garcia cortou a
meta ao fim de 48m12s de esforço, mas foi reclassificado como H3 (grau menor de
funcionalidade) e irá competir na nova classe na prova de fundo. Foi Flávio
Pacheco terminou no 15.º posto, a 6m07s do vencedor, o holandês Jetze Plat, que
revalidou o título com um registo de 35m27s.
“Cumpri as expectativas pessoais, numa especialidade que não é a minha. Vi agora o resultado e até fiz melhor do que esperava. Embora sendo pouco para a minha classe, estou satisfeito. A prova em linha favorece-me mais, porque o circuito é sinuoso, com algumas dificuldades e poucas partes rolantes, o que não favorece os atletas mais possantes da minha classe. Na prova em linha espero ficar no top 10”, afirmou Flávio Pacheco após o final da corrida.
João Pinto estreou-se em
Campeonatos do Mundo com o 24.º posto no contrarrelógio de classe H3, cobrindo
os 25,2 quilómetros em 43m20s, mais 5m21s do que o italiano Paolo Cecchetto,
vencedor com 37m59s. “Foi um dia normal para
a nossa equipa, tirando o percalço do Carlos Neves. O Flávio, o Rúben e o João
cumpriram, e o Luís deu boas indicações”, resume José Marques.
Num dia com 14 títulos
mundiais atribuídos, Itália arrebatou sete camisolas arco-íris. Os Países
Baixos também tiveram uma jornada prolífica, somando cinco medalhas de ouro. Os
restantes títulos foram conquistados pelo Canadá e pela Alemanha.
Ao fim de três dias de
competição, Itália soma oito títulos mundiais, os Países Baixos têm cinco e a
Grã-Bretanha já venceu quatro medalhas de ouro. No conjunto de todas as
medalhas, já há 19 países que subiram ao pódio.
As provas de fundo começam
neste sábado. Entre as 10h00 e as 12h15 realizam-se as corridas de classe B
(tandem), com participação da dupla Ana Silva/Isabel Caetano na competição
feminina, de 100,8 quilómetros. O período vespertino está guardado para as
corridas das diferentes classes da categoria C. Às 13h30 iniciam-se as corridas
das classes C4 e C5, com 92,4 quilómetros. Portugal contará com João Monteiro
(C4), Hélder Maximino e Manuel Ferreira (C5). Os 67,2 quilómetros das corridas
C1, C2 e C3 fecham o programa, com partida às 16h30. Estarão em liça o C1
Bernardo Vieira, o C2 Telmo Pinão e o C3 Paulo Teixeira.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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