Ruben Guerreiro (Education First) também brilhou
Por: Lusa
Foto: Getty Images
A 103.ª edição da Volta a
Itália, que este domngo terminou, foi histórica para Portugal, com João Almeida
(Deceuninck-QuickStep) a quebrar vários recordes, lusos e não só, num ano em
que também Ruben Guerreiro (Education First) brilhou.
O jovem de 22 anos tornou-se
hoje no melhor português na história da Volta a Itália, ao superar o registo de
José Azevedo, que, em 2001, foi quinto.
O feito torna-se ainda maior
quando se percebe que este é apenas o terceiro 'top 10' português na 'corsa
rosa', após o 'pioneiro' Acácio da Silva, que, além de vencer cinco etapas e de
ter liderado a prova, foi sétimo em 1986.
Esse foi o melhor resultado no
século XX, até José Azevedo fazer, em 2001, um quinto lugar que deu nova
alegria a Portugal na prova italiana, 19 anos antes de Almeida voltar a
brilhar.
Intocável, para já, continua o
registo da lenda maior do ciclismo nacional, Joaquim Agostinho (1943-1984), que
em 1974 terminou a Volta a Espanha no segundo lugar, até hoje o melhor
resultado de sempre de portugueses em grandes Voltas.
Enquanto líder com mais tempo
na frente da geral de uma grande Volta, Almeida levou mesmo tudo: bateu a
liderança de Joaquim Agostinho na Volta a Espanha de 1976, mas também os seis
dias de Acácio da Silva, entre a Volta a França e o Giro, em 1989, chegando aos
15 dias como 'maglia rosa'.
Entre os ciclistas em
atividade, o português de 22 anos, que se estreou em grandes Voltas no primeiro
ano de WorldTour, é o terceiro mais 'experiente' como líder do pelotão do Giro.
À frente, apenas dois antigos
vencedores: o italiano Vincenzo Nibali (Trek-Segafredo), campeão em 2013 e
2016, que soma 18 dias como 'maglia rosa', e o holandês Tom Dumoulin (Sunweb),
campeão em 2017, que leva 17.
De resto, o ciclista de
A-dos-Francos, nas Caldas da Rainha, ocupa o 35.º lugar, ex aequo, com quatro
outros ciclistas, dois deles campeões: o italiano Vasco Bergamaschi (1935), e a
'lenda' francesa Laurent Fignon (1989).
Entre os homens que lideraram
por 15 dias, Almeida é o único a fazê-lo numa única edição e, nesse capítulo,
já é o melhor sub-23 da história, batendo o 'mito' belga Eddy Merckx e o
italiano Damiano Cunego.
De resto, a longevidade na
frente permite-lhe deixar para trás grandes nomes do ciclismo mundial e uma
longa lista de antigos vencedores, de Marco Pantani a Cadel Evans, Nairo
Quintana, Ivan Gotti ou Richard Carapaz, este último campeão em 2019 com
'apenas' oito dias de rosa.
Também Ruben Guerreiro brilhou
nesta Volta a Itália e conseguiu fazer história para Portugal de duas maneiras
diferentes, a primeira ao quebrar um 'jejum' que vinha de 1989, e da última de
cinco vitórias em etapa de Acácio da Silva.
Em Roccaraso, no final da nona
tirada, Guerreiro acelerou para a vitória e conquistou a primeira etapa em
grandes Voltas da carreira, pondo fim a uma longa espera para as cores
nacionais na 'corsa rosa'.
Essa vitória permitiu-lhe
vestir a camisola azul, de líder da classificação da montanha, uma camisola
pela qual lutou até ao final, garantindo matematicamente a conquista à 18.ª
etapa.
Este resultado quer dizer que
o português de 26 anos é o primeiro representante nacional a vencer uma
camisola de classificação principal em qualquer das três grandes Voltas,
ganhando um lugar na história com o feito.
Antes, já Fernando Mendes
tinha vencido a tabela de metas volantes da Vuelta de 1976, com Acácio da Silva
a ser o melhor nos 'sprints' especiais também em Espanha, em 1991, com
Guerreiro a ser o primeiro a vencer uma das quatro classificações
'tradicionais'.
Fonte: Record on-line
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