Por: Lusa
A Federação Portuguesa de
Ciclismo reconheceu esta terça-feira que possa haver condicionalismo à presença
de público na Volta a Portugal, mas garantiu um "compromisso máximo na
defesa da saúde de todos os intervenientes" na prova.
"Estamos a planear e
desenvolver o evento para que tenha toda a qualidade sanitária exigível. É um
processo complexo, porque, além da presença do público, há outras
condicionantes. Vamos fazer tudo com o compromisso máximo na defesa da saúde de
todos os intervenientes", garantiu Delmino Pereira, presidente do organismo,
à Lusa.
O dirigente explicou que a
Federação "está a trabalhar numa lógica inspirada nas regras que estão a
ser desenvolvidas para a Volta a França", onde também estão a ser pensadas
estratégias para limitar aglomerados de pessoas durante as etapas.
"Se a Volta a França, que
tem uma dimensão enorme comparada com a nossa Volta a Portugal, se vai
realizar, e num país que foi muito mais afetado pela pandemia, nós acreditamos
que também podemos fazer, com todos os cuidados, esta prova tão importante para
o ciclismo nacional", acrescentou Delmino Pereira.
O líder da Federação vincou a
versatilidade da modalidade, lembrando "que as pessoas podem ver o
ciclismo na janela das suas casas, sem ter que sair" e que, no caso da
Volta a Portugal, "as partidas e chegadas das etapas podem ser
acompanhadas através televisão".
"Todos temos de nos
adaptar a uma nova realidade, mas possuímos ferramentas necessárias para poder
cumprir as regras da Direção-Geral da Saúde e do IPDJ [Instituto Português do
Desporto e Juventude], e, ao mesmo tempo, levar para a estrada este grande
evento desportivo. Temos trabalhado em conjunto com o organizador da Volta para
isso", vincou Delmino Pereira.
Da parte da Podium Events,
empresa que organiza a prova rainha do ciclismo nacional, há também a garantia
que o modelo da realização da edição deste ano da Volta está a ser
constantemente aprimorado.
"Até 31 de maio, não
fazemos cenários, porque estamos numa 'navegação à vista', mas não estamos
quietos. Continuamos a trabalhar várias hipóteses, mas é extemporâneo fazer
comentários sobre o que vai acontecer", disse José Carmona, administrador
executivo da Podium.
O responsável espera que a
prova, que está agendada de 29 de julho a 09 de agosto, se possa realizar em
condições normais, e sobre a questão de presença de público nas etapas explicou
que tal "tem de ser analisado".
"O nosso modelo vai sendo
trabalhado à medida que a situação vai evoluindo. Vamos analisado o que se
passa e trabalhando com várias entidades. É ainda prematuro falar em decisões
finais", acrescentou José Carmona.
O Secretário de Estado da
Juventude e Desporto admitiu, em entrevista a Antena 1, que a Volta a Portugal
se possa realizar em agosto, mas reconheceu que não pode ser feita "nos
moldes habituais".
"A festa da Volta a Portugal
e animação, nas partidas e nas chegadas, não poderá ser feita da mesma forma,
tem de ser repensada. Temos mantido um diálogo com a Federação de Ciclismo e
sentimos que há abertura para ajustes", disse João Paulo Rebelo.
O governante vincou, ainda assim,
que, faltando cerca de três meses para data da competição, "ainda não há
visibilidade para perceber o que vai acontecer no futuro", mas deixou
abertura para que a prova se realize.
"Julgo que podem ser
criadas condições para que a competição se realize, cumprindo vários protocolos
e regras claras. Mas, os ajuntamentos de pessoas acho que toda agente percebe
que não é desejável que aconteçam", completou o Secretário de Estado da
Juventude e Desporto.
Fonte: Record on-line
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