Por:
Lusa
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Reuters
A
ausência do britânico Chris Froome, quatro vezes vencedor, na partida para a
106.ª Volta a França provoca no pelotão uma sensação semelhante à de um rebanho
sem pastor, reconheceu esta quinta-feira o diretor geral da Movistar, Eusebio
Unzué.
O
momento era dos líderes da Movistar nesta Volta a França, contudo, dadas as
sucintas e incipientes respostas de Nairo Quintana, o discurso cauteloso de
Mikel Landa e a indisponibilidade de Alejandro Valverde para lutar pela geral,
foram as declarações do experiente diretor a 'animar' a (pouco concorrida)
conferência de imprensa da mais antiga formação a competir no Tour (embora sob
diferentes denominações).
"Somos
ambiciosos, nos últimos esta corrida 'acariciámos' a vitória várias vezes,
ganhámos a prova muitas vezes na nossa história e chegamos a este Tour
conscientes de que podemos sair vencedores. É um Tour atípico. Sem Froome, há a
sensação de que o rebanho ficou sem pastor", concedeu.
Eusebio
Unzué acredita que a ausência por lesão do britânico da INEOS, vencedor da
'Grande Boucle' em 2013, 2015, 2016 e 2017 e terceiro classificado no ano
passado, tornará a 106.ª edição da Volta a França "muito aberta", até
pelas suas particulares nuances, sejam elas a expectativa existente em torno de
Egan Bernal, o colombiano de 22 anos que é o talento em ascensão na INEOS, a
dureza do percurso, com cinco chegadas em alto, ou os 'riscos' introduzidos
pela organização no traçado, para incentivar ao espetáculo.
"A
nossa tática para evitar as quedas é a do salve-se quem puder. Nos últimos
anos, há uma tendência dos organizadores para tornar as corridas um espetáculo
e nessa demanda estamos a dotar o ciclismo de uma percentagem de nervos, de
stress, de riscos múltiplos. Multiplicam-se os riscos e com eles as quedas. Na
minha opinião, está a perder-se uma parte da essência do ciclismo. Para mim,
numa corrida de três semanas, havia que encontrar um equilíbrio entre a vontade
de dar espetáculo e os riscos", defendeu.
Longe
de pódio desde 2016, ano em que Nairo Quintana foi terceiro -- no ano anterior,
o colombiano e Valverde tinham sido, respetivamente, segundo e terceiro -, a
Movistar quer voltar a entrar na foto final dos vencedores em Paris.
"Quem
ganha o Tour, normalmente é o mais forte ou o mais regular, ou aquele que
cometeu menos erros. Depois de 21 dias, costuma haver justiça no pódio
final", admitiu Unzué, esperando que um dos seus dois líderes consiga
vestir a amarela nos Campos Elísios em 28 de julho.
Parco
em palavras, e sem esconder o incómodo ao falar em público, o eterno candidato
à vitória final Nairo Quintana limitou-se a dizer que está ansioso para começar
a pedalar no Tour, que arranca no sábado em Bruxelas, e que o traçado da 106.ª
edição é bom para as suas características.
"Nasci
em altitude e vivi em altitude sempre. Há que compreender que os rivais nos
últimos cinco anos também se prepararam em altura, por isso as muitas contagens
de montanha acima dos 2.000 metros não serão uma desvantagem para eles",
analisou sobre um percurso que inclui cinco chegadas em alto.
Na
ausência do seu arquirrival Froome, que secundou no pódio em 2013 e 2015, o
colombiano de 29 anos apontou como rivais "os líderes da INEOS" -- o
campeão em título, o galês Geraint Thomas, e o já mencionado Bernal -, o
dinamarquês Jakob Fuglsang (Astana), o australiano Richie Porte
(Trek-Segafredo) ou os gémeos Yates (Mitchelton-Scott).
"E
outros cujo nome agora me escapa", completou.
Sétimo
no ano passado, Mikel Landa disse ter recuperado bem da Volta a Itália, onde
foi quarto, mas concedeu que os primeiros dias deste Tour vão custar-lhe
"um pouco mais".
Fora
das contas da geral, estará, segundo as suas palavras, o campeão do Mundo, o
veterano e agora magérrimo Alejandro Valverde (está a pesar 58 quilos):
"Estou aqui para ajudar os líderes, que são o Nairo e o Mikel. Os líderes
são eles, e têm de ter a melhor equipa possível. Os que vimos aqui ajudar estamos
em ótima forma. Claro que venho com ambições, mas uma delas não é lutar pela
amarela".
Fonte:
Record on-line
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