Por:
Lusa
Foto:
Reuters
O
antigo ciclista norte-americano Lance Armstrong disse que a imagem do britânico
Chris Froome vai ficar manchada para sempre, devido ao controlo antidoping
adverso, mesmo que as quatro vezes vencedor do Tour seja ilibado.
"Sou
a última pessoa que poderia falar sobre esta situação", começou por dizer
Armstrong no seu 'podcast' sobre ciclismo, aludindo ao controlo antidoping
adverso de Froome, com a presença do broncodilatador salbutamol acima do
admitido para uso terapêutico, numa análise à urina feita a 7 de setembro,
durante a última edição da Vuelta.
Armstrong,
que foi desapossado de sete triunfos no Tour, por doping, disse estranhar o
desenrolar do caso do britânico, que a União Ciclista Internacional (UCI)
anunciou no passado dia 13 de dezembro. "Atendendo ao processo, ele deve
ter a possibilidade de explicar o que aconteceu. Ele até pode ser completamente
ilibado, mas está manchado para sempre. O estrago está feito", frisou.
No
episódio de 45 minutos, o norte-americano ainda admitiu parte da culpa pela imagem
da modalidade: "O ciclismo é o capacho do desporto mundial e, a propósito,
tenho de dizer: Eu tenho muita culpa disso."
"Sim,
sou grande responsável por isso, estou a tentar arcar com algumas
responsabilidades aqui, porque manchei a modalidade, claro", referiu
Armstrong, defendendo Froome de um artigo publicado no New York Times: "Ao
ler, ficas com a ideia de que o Froome toma EPO ao pequeno-almoço e isso não é
assim, não é justo para ele."
Armstrong
advertiu ainda para a demora na resolução do caso, e para as dificuldades que
Froome terá de enfrentar. "Esta investigação pode durar meses. Correndo em
julho, em França, vai ser um pesadelo. E eu sei como é", rematou.
Froome,
vencedor da Volta a Espanha em bicicleta de 2017, disse ter "seguido os
conselhos do médico da equipa" Sky, para aumentar a dosagem face ao
agravamento da sua asma.
"É
do conhecimento público que tenho asma e eu conheço detalhadamente as regras.
Eu utilizo um inalador para atenuar os sintomas (sempre dentro dos limites
permitidos) e sei que sou, obviamente, controlado em cada dia que uso a
camisola de líder", referiu Froome, acrescentado ter fornecido à UCI
"toda a informação solicitada".
Segundo
a equipa Sky, "as análises indicam a presença de salbutamol a uma
concentração de 2.000 nanogramas por mililitro", o dobro do autorizado
pela Agência Mundial Antidopagem (AMA).
O
organismo acrescentou que, atendendo à substância em causa, o corredor não
incorre numa suspensão provisória obrigatória. Salbutamol é utilizado para
tratar doenças como asma ou doença pulmonar obstrutiva crónica, podendo também
ser usado como doping para melhorar a resistência.
O
tetracampeão do Tour, de 32 anos, venceu pela primeira vez a Volta a Espanha,
depois de dois segundos lugares, em 2011 e 2014, à frente do italiano Vincenzo
Nibali (Bahrain-Merida), segundo classificado, e do russo Ilnur Zakarin
(Katusha Alpecin), terceiro.
Froome,
que pode perder o título da corrida espanhola e arrisca uma suspensão, anunciou
recentemente a vontade de disputar a edição de 2018 da Volta a Itália, para
conquistar uma terceira 'Grande Volta' seguida.
Fonte:
Record on-line
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