Por: AMG // VR
O ciclista português Amaro
Antunes, tricampeão da Volta a Portugal, vai decidir o seu futuro nos próximos
dias, depois de hoje a W52-FC Porto ter desistido de inscrever-se como equipa
continental para a próxima temporada.
“Já tinha
sido informado desta decisão e estou numa fase de aguardar para decidir o meu
futuro”, disse à agência Lusa o algarvio de 31 anos,
acrescentando que irá “ver a melhor solução
nos próximos dias”.
Amaro Antunes, tricampeão da
Volta (2017, 2020 e 2021), é o único dos ciclistas ligados à W52-FC Porto
durante a temporada de 2022 que não foi suspenso no âmbito da operação ‘Prova Limpa’, e tinha um acordo para
representar a equipa no próximo ano.
A W52-FC Porto renunciou à
intenção de inscrever-se como equipa continental para a próxima temporada, numa
carta endereçada ao presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), a que
a Lusa teve acesso.
“Adriano
Teixeira de Sousa, na qualidade de presidente da Direção da Associação Calvário
Várzea Clube de Ciclismo (Quintanilha), na sequência das pendências de
processos que correm trâmites nas entidades competentes, cujo tempo de decisão
não é possível determinar e precavendo o melhor benefício do próprio ciclismo,
vem por este meio solicitar a Vossa Excelência que não seja prosseguida a
intenção de constituir a equipa profissional continental W52–FC PORTO 2023”,
lê-se na carta enviada a Delmino Pereira.
Numa nota, a equipa informou
também que comunicou hoje à FPC “a
desistência da sua candidatura a equipa continental em 2023”.
Em 05 de outubro, um dia
depois de sete ciclistas da W52-FC Porto terem sido suspensos pela Autoridade
Antidopagem de Portugal (ADoP), a FPC revelou ter adiado a decisão quanto à
candidatura daquela estrutura ao estatuto de equipa continental em 2023, depois
de ter solicitado “novos dados” à União Ciclista Internacional (UCI).
No final de abril, 10
corredores da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo
da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjunto, José
Rodrigues, no decurso da operação ‘Prova
Limpa’, a cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP)
do Porto.
Na operação policial, “foram apreendidas diversas substâncias e instrumentos
clínicos, usados no treino dos atletas e com impacto no seu rendimento
desportivo", detalhou então a Polícia Judiciária.
João Rodrigues, vencedor da Volta
a Portugal de 2019 e da Volta ao Algarve de 2021, foi o ciclista que recebeu
uma sanção mais pesada: o algarvio de 27 anos vai cumprir sete anos de
suspensão, quatro dos quais impostos pela UCI, por anomalias no passaporte
biológico, e outros três anos pela ADoP, por “posse
de método proibido”.
Rui Vinhas e Ricardo Mestre,
vencedores da Volta a Portugal em 2016 e 2011, respetivamente, foram
sancionados por três anos, por “posse de
substância proibida e método proibido”, o mesmo motivo evocado
pela ADoP para suspender por igual período Ricardo Vilela, Daniel Mestre, José
Neves e Samuel Caldeira.
A ADoP reduziu a suspensão dos
sete ciclistas de quatro para três anos por terem “confessado”, ao contrário do que aconteceu com Joni
Brandão, José Gonçalves e Jorge Magalhães, assim como com quatro elementos do ‘staff’ da
equipa, incluindo Nuno Ribeiro todos eles suspensos preventivamente por aquele
organismo, cujos processos continuam a decorrer, indicou à Lusa fonte ligada ao
processo.
Fonte: Lusa
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