Ciclista esloveno atacou na fase final e ninguém o acompanhou
Por: Lusa
Foto: EPA
O esloveno Primoz Roglic
(Jumbo-Visma) mostrou esta terça-feira as credenciais para revalidar a vitória
na Volta a Espanha, ao triunfar numa primeira etapa dura no País Basco que já
fez vítimas.
Roglic, que em 2019 venceu a
Vuelta e este ano já foi segundo na Volta a França, cumpriu os 173 quilómetros
entre Irún e o alto de Arrate em 4:22.34 horas, um segundo a menos do que o
equatoriano Richard Carapaz (INEOS), segundo, e o irlandês Dan Martin (Israel
Start-Up Nation), terceiro.
O campeão esloveno de fundo
venceu com autoridade num primeiro dia 'a doer', com chegada em alto e vários
topos desafiadores, no arranque de uma edição reduzida a 18 etapas, em que a
fuga reuniu vários ciclistas dispostos a sofrer para erguer os braços e vestir
a primeira camisola vermelha de líder da geral.
Apesar dos esforços de nomes
como os franceses Rémi Cavagna (Deceuninck-QuickStep) ou Quentin Jauregui (AG2R
La Mondiale), o último a ser apanhado, a 30 quilómetros da meta, o triunfo no
Monte Arrate foi mesmo disputado pelos favoritos à vitória final.
O primeiro embate de uma luta
que se espera demorada, pelas várias etapas de montanha, pendeu para a
Jumbo-Visma, que já lidera por equipas e que, apesar de ter deixado cair o
holandês Tom Dumoulin, conta com o norte-americano Sepp Kuss no top 10.
Roglic demonstrou a força que
o levou ao segundo lugar no Tour, perdido para o jovem compatriota Tadej
Pogacar, mas também que mantém a forma numa época em que começou por vencer os
Nacionais de fundo, em junho, e em que venceu um Monumento, a clássica belga
Liège-Bastogne-Liège, apenas há 16 dias.
"Estou muito feliz, deveras
feliz. A equipa voltou a estar muito forte, trabalhámos de forma perfeita o dia
todo e, no fim, pude ganhar, é top. Conseguimos um arranque lindo e vou tentar
desfrutar dia a dia", contou.
O esloveno espera poder
terminar em grande uma "época muito estranha", com muitas corridas
para ele e "muito stress", mas na qual pôde desfrutar ao lado de
"alguns tipos insanos, como o Sepp Kuss [hoje oitavo], que está a
voar".
Ainda antes de o pelotão
chegar a Pamplona, de onde a Vuelta parte para a segunda etapa na quarta-feira,
a Groupama-FDJ, que viu David Gaudu e Thibaut Pinot perderem tempo, a Education
First, defraudada pelo azarado colombiano Daniel Martínez, e a INEOS, de um
Chris Froome que cortou a meta a mais de 11 minutos, podem já ter dito
"adeus às armas" a caminho da cidade onde viveu o escritor Ernest
Hemingway.
No outro oposto, o irlandês
Dan Martin mostrou que pode ser candidato ao pódio final, assim como Hugh
Carthy (Education First) - sobretudo após os azares de Martínez e do canadiano
Michael Woods -, ou o espanhol Enric Mas (Movistar), a mostrar credenciais numa
equipa que conta com Alejandro Valverde, o vice-campeão do ano passado.
Com a quebra de Froome, a
voltar de um longo calvário por lesão, Richard Carapaz é o líder incontestado
da INEOS, provando-o ao ser segundo, a cinco segundos de Roglic, com Esteban
Chaves (Mitchelton-Scott) em quarto, após um bom dia. O austríaco Felix
Grossschartner (BORA-hansgrohe) fecha o primeiro 'top 5'.
Nenhum corredor do quinteto
luso se aproximou hoje dos primeiros lugares, com Rui Costa (UAE Emirates) no
23.º lugar, já a 1.38 minutos, e Nelson Oliveira (Movistar) no 53.º, a 7.33.
Rui Oliveira (UAE Emirates)
foi 100.º, a 15.20, melhor do que o irmão e colega de equipa Ivo, 165.º a
20.13, enquanto Ricardo Vilela (Burgos-BH) cortou a meta em 105.º, também a
15.20.
Fonte: Record on-line
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