Requalificação
do Largo do Rossio e Praça General Humberto Delgado (Ponte-Praça)
Para além de, pelas razões já
divulgadas, se manifestar contra a possibilidade proposta pela autarquia de um
parque de estacionamento subterrâneo no Rossio, o Ciclaveiro defende para esta
área do coração da cidade de Aveiro a retirada do tráfego motorizado formando
uma zona contínua de acesso apenas aos modos activos de deslocação (a pé e em
bicicleta) integrando o Rossio, a Praça do Peixe, a Praça Melo Freitas e as
várias artérias que os interligam, devolvendo esta área às pessoas e
potenciando o seu usufruto como espaço de vivência, com as vantagens óbvias
para todos os habitantes da cidade e aqueles que a visitam assim como para o
comércio local e para a própria imagem da cidade.
O Ciclaveiro defende, ainda, que a
intervenção na Ponte-Praça garanta, de forma coordenada com a intervenção na
Av. Dr. Lourenço Peixinho, também no âmbito do PEDUCA, a hierarquia de prioridades
em que assenta a mobilidade urbana sustentável: peões - velocípedes -
transportes colectivos - e, por último, veículos motorizados particulares. Deve
ser privilegiada, face ao tráfego motorizado, a continuidade de percursos
pedonais seguros e cómodos entre as várias ruas que confluem na Ponte-Praça,
sendo sempre acauteladas as condições especiais de mobilidade de utentes como
crianças, idosos e pessoas de mobilidade reduzida, e assegurada a continuidade
de percursos seguros para ciclistas.
Qualificação
da Rua da Pêga
A ciclovia da Rua da Pêga tem sido
descurada pela autarquia e é há vários anos diariamente ocupada por automóveis
estacionados em incumprimento da lei, inutilizando a sua finalidade de percurso
ciclável para a qual foi projectada e construída. A Rua da Pêga é o acesso
usado por um quinto dos utilizadores de bicicleta da Universidade que se prevê
dupliquem com o início do projecto U-Bike já este ano.
O Ciclaveiro congratula uma intervenção
de qualificação da Rua da Pêga que a dote de percursos pedonal e ciclável
efectivamente apelativos, cómodos e seguros, integrados e coerentes com os
restantes percursos para modos activos existentes e planeados para a cidade,
fomentando dessa forma a mobilidade a pé e em bicicleta nas deslocações em Aveiro
e entre o seu centro e a Universidade. Alertamos, assim, para a importância da
continuidade cómoda e segura destes percursos no cruzamento do antigo pavilhão
do Beira-Mar em direcção ao Alboi e à rotunda do Hospital, do tratamento
adequado das intersecções da ciclovia com as vias rodoviárias (pois são estes
os pontos mais perigosos para os ciclistas) tendo em atenção ambos os sentidos
de tráfego de velocípedes, de que dimensões da ciclovia, distâncias a
obstáculos e outras características cumpram as normas e boas práticas
internacionais, e da requalificação do espaço rodoviário para velocidades
ajustadas a meio urbano.
Centro
Coordenador de Transportes
O Centro Coordenador de Transportes
(CCT) deve ter em conta todos os modos de transporte e seus utilizadores,
privilegiando a intermodalidade entre modos activos de deslocação (a pé e em
bicicleta) e os transportes públicos, como é reconhecido ser uma das melhores
soluções de mobilidade sustentável e há várias décadas prática comum nos países
europeus mais desenvolvidos. Deve nesse sentido incluir estacionamentos para
bicicleta de média e longa duração em quantidade apropriada e cumprindo os
requisitos de comodidade, segurança e protecção às condições meteorológicas.
Devem ser assegurados acessos fáceis a estes modos ao CCT, nomeadamente através
da Av. Dr. Lourenço Peixinho, em coordenação com a intervenção planeada no
âmbito do PEDUCA, e do centro da cidade.
Requalificação
e construção de escolas
Relativamente às intervenção da
autarquia em escolas do concelho, nomeadamente a construção da nova Escola
Básica de 1º Ciclo de São Bernardo e as requalificações da Escola Básica João
Afonso de Aveiro e da Escola Secundária Jaime Magalhães Lima (Esgueira), é
importante que estas contribuam também para a adopção de hábitos mais saudáveis
e sustentáveis pelos futuros cidadãos adultos, garantindo para isso a criação e
melhoria de condições que permitam e incentivem a comunidade escolar a um maior
recurso às deslocações a pé em bicicletas nas viagens diárias para a escola.
É, assim, essencial que os referidos
estabelecimentos de ensino sejam dotados de estacionamentos para bicicletas
protegidos das condições meteorológicas, que sejam asseguradas condições de
efectiva segurança rodoviária na envolvente dos estabelecimentos, em especial
junto das entradas onde deve ser dissuadido o tráfego de atravessamento e
existir medidas de acalmia efectiva de velocidade. É importante que outras
intervenções nas proximidades de escolas privilegiam e garantam a continuidade
de percursos seguros e cómodos para as deslocações a pé e em bicicleta para as
escolas.
Fonte: Ciclaveiro
- Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta
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