Foto: NUNO
VEIGA / LUSA
O presidente da Federação Portuguesa
de Ciclismo (FPC) disse à agência Lusa que as regras do concurso para a
concessão da organização da Volta a Portugal procuram acompanhar a evolução
natural da modalidade.
Salientando que a decisão de não
renovar o contrato de concessão da Volta a Portugal com o atual organizador se
prende apenas com a evolução natural do ciclismo, Delmino Pereira lembrou que o
ciclismo é cíclico.
“Desde que foi assinado este
contrato [com a Podium] já se passaram muitos anos, uns 15 ou 16. O ciclismo
está em permanente mudança, houve muitas transformações e o modelo tem de ser
alterado”, frisou.
Para o responsável federativo,
existe um novo ciclismo a nível mundial: “A própria FPC tem uma política
desportiva global do ciclismo e da bicicleta. São factos novos que é importante
que sejam bem interpretados. É uma janela de oportunidade para a modalidade.
Nunca se falou tanto na bicicleta e nós temos de estar à altura destes novos
valores. Obviamente, tudo isto não caminhará se não houver aqui uma ética
irrepreensível. E isto é um eixo fundamental no novo ciclismo.”
Delmino Pereira referiu que todos os
envolvidos no ciclismo têm consciência de que a modalidade “não terá qualquer
hipótese de sobrevivência” se não houver uma postura irrepreensível na luta
antidoping, pelo que, no novo contrato de concessão dos direitos da exploração
da Volta a Portugal, a FPC se advogou o direito de vetar a presença de equipas
que não cumpram esse requisito.
“É importante que a Federação tenha
essa capacidade, que não tem neste momento. Penso que nenhum organizador será
contra ela, até porque qualquer organizador na defesa do bom nome e prestígio
dos seus patrocinadores quererá o apoio da Federação”, completou.
Outra das condições estipuladas no
concurso, que adjudicará a organização da Volta a Portugal durante oito anos, a
partir de 2018, é a maior projeção internacional da prova rainha do calendário
luso.
“É muito importante termos um evento
com a marca Portugal, somos uma grande potência e é importante que a Volta dê o
seu contributo. É uma tarefa difícil. É um desafio, mas temos de lutar por ele.
A história da Volta é demasiado forte e ela também têm de ter uma notoriedade
internacional”, defendeu à Lusa.
A FPC pretende ainda que a Volta a
Portugal tenha uma lógica de cobertura territorial, embora Delmino Pereira
reconheça que nem sempre é possível.
“Mas vamos lutar para não excluir
regiões. É importante manter a identidade e o orgulho nacional na prova”,
concluiu.
A 24 de novembro, em entrevista ao
jornal desportivo A Bola, o presidente Delmino Pereira anunciou que a FPC não
iria renovar o contrato com a Podium, atual organizadora da prova rainha do
calendário nacional, e que iria definir um novo modelo de concessão para 2018.
As
candidaturas podem ser apresentadas até 31 de março, com o novo organizador a
ser conhecido até 30 de abril.
Fonte: SAPO Desporto c/Lusa
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