Na
altura, trabalhava para o “Jornal Duas Rodas”, e no dia 13 de abril fazia a
apresentação da iniciativa que se iria realizar no dia 17 de abril. Nesse dia,
também marquei presença, nessa altura bem preparado já que andava muito de
bicicleta, e lá estava eu para fazer mais uma reportagem, era difícil de
trabalhar, de fazer fotos, mas lá consegui.
Inicialmente
estava prevista a participação de Mário Soares em fazer apenas cerca de 6 quilómetros,
porem Soares, contornou o protocolo, e continuou, parando apenas 10 quilómetros
depois, com 2000 amantes das bicicletas a fazer-lhe Guarda de Honra, deixando
para trás segurança, e comunicação especial, com destaque para as televisões,
que mal conseguiram fazer imagens, e quando resolveu finalmente parar, tive o
prazer de ter as palavras em exclusivo para o Jornal para onde trabalhava, ao
qual dizia: “Optimo! Optimo! Diverti-me imenso, e aprendi a andar nas bicicletas
com mudanças que eu não sabia, isto é uma maravilha! E confessa: claro que nas
subidas maiores tive aqui umas mãozinhas do presidente da Assembleia da
Federação, mas consegui. Penso que para um participante não foi nada mal.”
Estas
as palavras que tive de exclusividade, para mim uma honra, já que na altura estava
á pouco mais de dois anos na comunicação social, e era um grande passo, porque
acreditem pedalar e fazer reportagem, era obra, ao qual deixo também aqui o
recorte do jornal dessa altura.
Desde
esse dia mantivemos alguma amizade, e por várias vezes estivemos juntos, hoje
infelizmente perdi uma pessoa que admirava, um amigo, mas a vida é assim,
independentemente do que tenha feito, das diversas opiniões, para mim teve
sempre o meu respeito, e neste momento de tristeza, apenas duas palavras, Até Sempre…
Finalizo,
deixando as condolências a todas a família neste momento doloroso, com um
abraço especial ao seu filho João Soares, deixando aqui algumas das suas
recordações.
Mário
Alberto Nobre Lopes Soares, Mais conhecido por “Mário Soares”, nasceu em Lisboa
a 7 de dezembro de 1924, e faleceu hoje em Lisboa a 7 de janeiro de 2017 aos 92
anos, foi um dos maiores políticos portugueses.
Político
de profissão e vocação, co-fundador do Partido Socialista, a 19 de abril de
1973, o percurso de Mário Soares inicia-se nos grupos de oposição ao Estado
Novo, atividades que levariam o governo de Salazar a deportá-lo para São Tomé,
onde permaneceu até o governo de Marcello Caetano lhe permitir o exílio em França.
No
processo de transição democrática subsequente ao 25 de abril de 1974 afirma-se
como líder partidário no campo democrático, sendo ainda Ministro de alguns dos
governos provisórios. Em seguida foi Primeiro-Ministro dos I, II e IX governos
constitucionais, acompanhando o processo de construção de políticas sociais
pré-adesão às Comunidades Europeias, sendo Presidente da República durante dois
mandatos, entre 1986 e 1996.
Mário Soares 1924-2017
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