Texto e fotos: José Morais
Alcanhões
é uma vila portuguesa do distrito de Santarém, a cerca de 80 km de Lisboa,
pertencente à província do Ribatejo, esta vila ribatejana fica a sul da cidade
de Santarém, e foi nesta vila que estivemos este primeiro domingo de outubro,
iniciamos o mês com um grande passeio de cicloturismo, foi o primeiro, e será
sem dúvida o primeiro de muitos, a organização esteve a cargo do Núcleo de
Cicloturismo “O Cantinho do Avô”, e teve apoio da Federação Portuguesa de
Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB), já que fazia parte o passeio
do seu calendário oficial nacional.
Bem
cedo Alcanhões começou a ser evadida por bicicletas, a concentração ocorreu
junto ao Núcleo O Cantinho do Avô, confirmadas as inscrições, preparadas as
bicicletas, dois dedos de conversa, e pelas 9 horas tudo estava a postos para
ser dada a partida, para o passeio que tinha 60 quilómetros, percorridos pelo
distrito de Santarém, sendo o mesmo dividido por duas partes, com uma primeira
passagem pelo local da partida, onde foi feita uma paragem para um
abastecimento liquido e sólido, retomadas as pedaladas, na segunda passagem,
terminaram as pedaladas, que ocorreu depois das 12 horas.
Com
um trajeto de dificuldade praticamente baixa, apenas uma subida marcou os
participantes, o percurso era assim excelente para rolar, com paisagens sem
dúvida magnificas, algumas das quais eram vinhas, não estivéssemos nós numa
zona vinícola, ao mesmo tempo que os participantes podiam conviver entre si,
numa manhã de domingo sem dúvida excelente para a prática da modalidade, a qual
acordou fresca, vindo mais tarde a ser aquecida pelo calor que se fez sentir.
Olhando
o evento:
Com
algumas dificuldades nos últimos anos na modalidade, pela crise que o país
passou, e ainda sente, este ano tivemos dois novos passeio, ambos de sucesso, o
primeiro em Tires, organizado pelo Monte Real, e agora este, do Cantinho do
Avô, que se esmerou na sua realização, também esta organização, apesar de só
este ano ter formado o Núcleo, muitos dos seus cicloturistas já andavam nestas
andanças há vários anos, e assim conseguiram sem dúvida um êxito no seu
passeio. Souberam assim os mesmo receber na sua terra, tanto antes, durante,
como depois, ofereceram um abastecimento sem dúvida excelente, com um almoço
final divinal. Na estrada o acompanhamento foi muito bom, com uma velocidade a
manter o pelotão praticamente junto, sendo dada a segurança pelo Grupo de
Motard Bispos do Asfalto a toda a caravana.
Momento
alto do evento, foi também marcado já quase no final, com uma paragem de
homenagem a José Balreira, um antigo ciclista da terra dos anos 30, tendo
corrido, entre outros clubes, pelo Benfica, foi treinador dos Águias de
Alpiarça em 1955, e fundador e sócio honorário da Associação de Ciclismo de
Santarém, tendo pertencido ao seu Conselho Técnico, em 1991 foi agraciado pelo
Ministério da Educação com a Medalha de Bons Serviços Desportivos.
No
final, ouvimos Alexandre, responsável pelo evento, o qual se mostrou satisfeito
pelo número de participantes, e pela forma como o passeio decorreu, sendo um
incentivo a futuras edições. Alexandre, referiu que os apoios são muitos pouco
ou quase nenhuns, apenas o seu café/restaurante do nome no Núcleo, que está a
apoiar a iniciativa, mas esperam marcar o máximo de presenças nos eventos, como
forma de divulgar e incentivar ainda mais a modalidade. Finalizou deixando a
sua mensagem, venham até Alcanhões, serão sempre bem-vindos, e se não vierem
antes, venham para o ano, cá os recebemos de braços abertos.
E
pouco mais para dizer, num evento que juntou mais de duas centenas de
participantes, alguns das redondezas, muitos da área da Grande Lisboa, outros
de mais longe, como de Tavira, Gáfete, Pombal, Leiria, com um final sem dúvida
muito bom, onde todos saíram com muita satisfação, deixando no ar a vontade de
voltarem no próximo ano.
Temos
de dar mais uma vez os parabéns á organização, foi excelente em tudo, pela
primeira vez foi muito positivo, e mais uma vez não posso deixar de referir,
como já o fiz este ano ao primeiro passeio do Tires que também foi realizado
pela 1ª vez, superou alguns passeios realizados já há vários anos, e muitas
vezes ficam a desejar, continuem assim, força nesse projeto, e parabéns.
E
como costume, não só de passear de bicicleta, ou saborear um bom prato, faz
parte do cicloturismo, também a cultura e a história são importantes, assim
fica um pouco da história de Alcanhões, um local que se recomenda a visitar.
História de Alcanhões
A 21 de março de 1928, Alcanhões foi elevada a vila por decreto assinado
por Óscar Carmona, Presidente da República de Portugal na época, como resposta
a uma proposta apresentada pelo Governador Civil de Santarém.
Alcanhões teve a presença dos romanos, na parte norte da vila
encontram-se ruínas daquilo que foram balneários tipicamente romanos. Foi
também ocupada pelos mouros antes da conquista de Santarém, local onde já
existia uma povoação.
No século XII, Alcanhões fazia parte da freguesia de São Mateus, tal
como o bairro ribeirinho da cidade de Santarém.
No século 14, aquele lugar teria servido de ponto de encontro da Corte
Real, destacando-se a sua presença sobretudo nos reinados de D. Pedro I e D.
Fernando nos Paços Reais de Alcanhões, como comprovam as crónicas de Fernão
Lopes.
Foi aqui, em Alcanhões, que se acordou a paz com Castela e Aragão numa
situação de grande instabilidade política no reinado de D. Fernando. Foi também
aqui que se engendrou o plano definitivo para o assassinato de D. Maria Teles,
que era casada com o infante D. João (filho de D. Inês de Castro e de D. Pedro
I) e que era irmã da rainha D. Leonor Teles. A herdeira do trono era D.
Beatriz, filha do rei. O assassinato não passava de um pretexto para celebrar o
casamento entre o infante D. João e D. Beatriz e, assim, estaria encontrado o
herdeiro ao trono. Então, o infante D. João, antevendo a possibilidade de vir a
ser Rei de Portugal, decide matar a sua própria mulher, D. Maria Teles em
Coimbra. E assim, partem de Alcanhões, onde delinearam o plano definitivo para
o assassinato da irmã da rainha D. Leonor, "às pressas". Por este
motivo é que, ainda hoje, as pessoas naturais de Alcanhões são adjetivados de
"apre
Nos finais do século XIV, a antiga residência real era conhecida por
"Paços Velhos de Alcanhões", devido ao seu avançado estado de
degradação. Foi D. Manuel I que doou a propriedade a D. João de Meneses,
mordomo-mor do reino de Portugal que exigia o pagamento de dois frangos por
altura do Natal como renda, existindo ainda uma cláusula que obrigava o novo
proprietário a recuperar os Paços Velhos de Alcanhões, impedindo a sua venda ou
penhora. Hoje, ainda se conservam dois tanques, uma parte da torre de menagem e
um antigo fontanário.
No início do século XVI, a povoação já era composta por cerca de 30
casas, um número considerável para a época. A partir de 1514, a povoação
beneficiou de uma certa autonomia religiosa e, através de uma petição ao Prior
de São Mateus, foi possível começar a realizar celebrações religiosas nesse
lugar, pois tinham de percorrer uma longa distância para chegar à Igreja
Paroquial da freguesia, localizada a cerca de 7 quilómetros das suas casas.
Finalmente, no dia 6 de outubro de 1852, estando no trono D. Maria II, o
Cardeal D. Guilherme, Patriarca de Lisboa, concedia a total autonomia civil e
religiosa a Alcanhões. Pode-se, assim, estabelecer esta data como o nascimento
da freguesia alcanhoense e a sua separação da freguesia de São Mateus que teria
sido extinto no ano anterior pelo mesmo cardeal. E assim, a freguesia da
Ribeira de Santarém e de Alcanhões tornar-se-iam independentes uma da outra.
Parceria: Notícias do Pedal/FPCUB
Podem visualizar mais fotos em: https://photos.google.com/share/AF1QipPSghswkRmxDwgKqEUc1k6Uw4wm1evITyt7XS_077jhDYAi31Q_xMDNUl7TRgMNGQ?key=LW1TVFhMeENncUFfQXhHOEg0UkZtYzhFX19lUWh3
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