Por: Lusa
Foto: Nuno André Ferreira
Sérgio Sousa
disse esta terça-feira à Agência Lusa que decidiu abandonar o ciclismo no
final da temporada, por ter percebido que a modalidade não tinha mais nada para
lhe dar enquanto ciclista profissional.
"Ao entrar numa equipa continental estrangeira [a Vorarlberg], apercebi-me que, quase sempre, era dos ciclistas mais velhos a correr e cheguei a um ponto em que senti que tinha mais para dar do que para receber no ciclismo. Há que perceber que, quando se chega a uma certa idade, temos de tomar decisões, porque não podemos ser ciclistas a vida toda", explicou à Agência Lusa.
O clique para trocar a bicicleta pelo escritório surgiu com o convite para o cargo de diretor para as camadas jovens da lista da recandidatura de Delmino Pereira à presidência da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC).
"Costumava falar com o sr. Delmino para trocar ideias e, este ano, com a minha ida lá para fora, as conversas foram-se intensificando. Daí apareceu esta proposta de trabalhar com as camadas jovens aqui em Portugal. Vou ser sincero: não demorei muito tempo a tomar a decisão. Sei que esta minha decisão pode chocar muita gente, que pensa que se calhar sou muito novo. Eu seria muito novo se estivesse já noutro nível de ciclismo", disse o corredor de 32 anos.
O tirsense salientou que andou 11 anos em formações continentais, pelo que já não sentia a motivação de continuar mais um ano.
"Sempre tive o sonho de correr lá fora. Mas, quando se pensa em correr lá fora, pensa-se só em correr nas grandes equipas. Os anos foram passando e sentia que já não me identificava com o ciclismo português e tinha cada vez mais a certeza que o ciclismo tinha sido só uma passagem da minha vida. Antes de terminar a minha carreira, apareceu-me uma proposta para correr lá fora. Aceitei o desafio por achar que é uma equipa bem estruturada, com ambições de formar ciclistas jovens, que queria uma pessoa mais experiente, um líder para trabalhar com esses jovens, e que me abria um calendário internacional em vários países", reconheceu.
Cumprido o sonho internacional, que o levou a percorrer 11 países -- "No final de outubro, vou para o 12.º, vou correr à China" -, Sérgio Sousa olha para trás sem arrependimentos, a não ser um.
"Tenho pena de não ter conhecido o resto da Europa há dez anos. Com todo o respeito por Portugal, tenho pena de não ter visto isto há mais tempo", assumiu.
Este verão, pela primeira vez em 11 temporadas, o ainda ciclista da austríaca Vorarlberg viu a Volta a Portugal pela televisão e percebeu, finalmente, qual é o grande mal do ciclismo português.
"Tive a noção de que a Volta é um 'show off' muito grande. Agora entendo o porquê de certos ciclistas e certas equipas só se focarem na Volta a Portugal. O que não se entende e o que me doeu é que, eu estava na Áustria a acompanhar, e ninguém queria saber", disse, indicando que as formações internacionais olham com desconfiança para a prova rainha do calendário nacional por não as conhecerem.
"Comparando com o resto da Europa, [o ciclismo português] não está assim tão mal. O grande mal é as equipas não se mostrarem. E eles [estrangeiros] quando chegam cá veem o ciclista X ou o ciclista Y ganhar e não sabem quem é. Isso é que os assusta. E pela dureza que a Volta tem, ainda dá mais um ar de suspeição. Tem de se tentar mudar isso. Temos de tentar aliciar as equipas nacionais a irem mais lá fora ou a mostrarem-se nas provas internacionais realizadas em Portugal", concluiu.
Sérgio Sousa, de 32 anos, cumpriu quase toda a sua carreira em Portugal: entre 2005 e 2010 representou o Boavista, saindo para a Efapel, na qual esteve até 2014, altura em que assinou pela LA-Antarte.
No ano passado, o corredor de Santo Tirso, que foi vice-campeão de fundo e medalha de bronze no contrarrelógio dos nacionais de estrada de 2014, conseguiu o seu melhor resultado de sempre na Volta a Portugal, ao ser sétimo classificado, emigrando de seguida para a Vorarlberg.
"Ao entrar numa equipa continental estrangeira [a Vorarlberg], apercebi-me que, quase sempre, era dos ciclistas mais velhos a correr e cheguei a um ponto em que senti que tinha mais para dar do que para receber no ciclismo. Há que perceber que, quando se chega a uma certa idade, temos de tomar decisões, porque não podemos ser ciclistas a vida toda", explicou à Agência Lusa.
O clique para trocar a bicicleta pelo escritório surgiu com o convite para o cargo de diretor para as camadas jovens da lista da recandidatura de Delmino Pereira à presidência da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC).
"Costumava falar com o sr. Delmino para trocar ideias e, este ano, com a minha ida lá para fora, as conversas foram-se intensificando. Daí apareceu esta proposta de trabalhar com as camadas jovens aqui em Portugal. Vou ser sincero: não demorei muito tempo a tomar a decisão. Sei que esta minha decisão pode chocar muita gente, que pensa que se calhar sou muito novo. Eu seria muito novo se estivesse já noutro nível de ciclismo", disse o corredor de 32 anos.
O tirsense salientou que andou 11 anos em formações continentais, pelo que já não sentia a motivação de continuar mais um ano.
"Sempre tive o sonho de correr lá fora. Mas, quando se pensa em correr lá fora, pensa-se só em correr nas grandes equipas. Os anos foram passando e sentia que já não me identificava com o ciclismo português e tinha cada vez mais a certeza que o ciclismo tinha sido só uma passagem da minha vida. Antes de terminar a minha carreira, apareceu-me uma proposta para correr lá fora. Aceitei o desafio por achar que é uma equipa bem estruturada, com ambições de formar ciclistas jovens, que queria uma pessoa mais experiente, um líder para trabalhar com esses jovens, e que me abria um calendário internacional em vários países", reconheceu.
Cumprido o sonho internacional, que o levou a percorrer 11 países -- "No final de outubro, vou para o 12.º, vou correr à China" -, Sérgio Sousa olha para trás sem arrependimentos, a não ser um.
"Tenho pena de não ter conhecido o resto da Europa há dez anos. Com todo o respeito por Portugal, tenho pena de não ter visto isto há mais tempo", assumiu.
Este verão, pela primeira vez em 11 temporadas, o ainda ciclista da austríaca Vorarlberg viu a Volta a Portugal pela televisão e percebeu, finalmente, qual é o grande mal do ciclismo português.
"Tive a noção de que a Volta é um 'show off' muito grande. Agora entendo o porquê de certos ciclistas e certas equipas só se focarem na Volta a Portugal. O que não se entende e o que me doeu é que, eu estava na Áustria a acompanhar, e ninguém queria saber", disse, indicando que as formações internacionais olham com desconfiança para a prova rainha do calendário nacional por não as conhecerem.
"Comparando com o resto da Europa, [o ciclismo português] não está assim tão mal. O grande mal é as equipas não se mostrarem. E eles [estrangeiros] quando chegam cá veem o ciclista X ou o ciclista Y ganhar e não sabem quem é. Isso é que os assusta. E pela dureza que a Volta tem, ainda dá mais um ar de suspeição. Tem de se tentar mudar isso. Temos de tentar aliciar as equipas nacionais a irem mais lá fora ou a mostrarem-se nas provas internacionais realizadas em Portugal", concluiu.
Sérgio Sousa, de 32 anos, cumpriu quase toda a sua carreira em Portugal: entre 2005 e 2010 representou o Boavista, saindo para a Efapel, na qual esteve até 2014, altura em que assinou pela LA-Antarte.
No ano passado, o corredor de Santo Tirso, que foi vice-campeão de fundo e medalha de bronze no contrarrelógio dos nacionais de estrada de 2014, conseguiu o seu melhor resultado de sempre na Volta a Portugal, ao ser sétimo classificado, emigrando de seguida para a Vorarlberg.
Fonte: Record on-line
Sem comentários:
Enviar um comentário