Rafael Barbas, nascido a 27 de junho de 2004 na Guarda, é um jovem ciclista português que representa a nossa estrutura desde 2023, ano em que deu o salto para o pelotão profissional com a equipa. Desde então, tem vindo a destacar-se não só pela sua evolução desportiva, mas também pela capacidade de conciliar a exigente licenciatura em Medicina com o ciclismo de alto rendimento.
Em 2025, Rafael alcançou um
dos pontos altos do seu percurso ao vencer a classificação da juventude no
Grande Prémio O Jogo, resultado que espelha o trabalho desenvolvido em conjunto
com a estrutura da Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua e confirma o seu estatuto
como um dos melhores sub-23 do pelotão nacional.
Ao longo desta temporada, Rafael tem enfrentado desafios únicos e vivido momentos marcantes, tanto na vertente académica como na desportiva, onde o próprio Rafael admite que o fator mais importante é: A coragem!
Como está
a correr a universidade e como estás a conciliar com o ciclismo?
“A universidade está a correr
bem, embora este ano tenha optado por me focar um pouco mais no rendimento
desportivo. Aos poucos, consigo acompanhar o curso e tento não deixar nada para
trás. Medicina nunca foi um curso “fácil”; exige muito tempo, muitas horas de
estudo e, sobretudo, muita força de vontade, tal como o desporto profissional.
Conciliar estes dois mundos, ambos de elevada exigência, é um verdadeiro
desafio. Quando se atinge um certo nível de exigência, a ideia de “conciliar
tudo” deixa de ser prática e só quem vive estas realidades percebe a
dificuldade de tentar ser excelente em mais do que uma área ao mesmo tempo.”
Como foi
a preparação para o GP O Jogo / Volta a Portugal do Futuro?
“A preparação para estas duas provas foi provavelmente a melhor que já fiz desde que comecei no ciclismo. Sabia que estava num bom nível, na minha melhor forma física até então, graças ao trabalho com o meu treinador, Gustavo, e à decisão de priorizar os treinos em relação aos estudos - uma escolha difícil, mas que se revelou acertada para este bloco competitivo.”
Quais
foram as sensações de vencer a classificação da juventude no GP O Jogo?
“Entrei no GP O Jogo com o
objetivo de avaliar as sensações, vindo de um estágio em altitude. Logo no
primeiro dia, vesti a camisola branca e isso passou a ser um objetivo a manter
até ao final. Fiquei extremamente contente - apesar de ser uma classificação
secundária, foi a minha primeira conquista e a minha primeira camisola no
ciclismo de estrada, tornando-se um momento especial.”
A Volta a
Portugal seguiu-se. Quais as diferenças entre correr uma corrida para sub-23 e
as de mais corridas do calendário?
“Existem muitas diferenças,
sobretudo no estilo de corrida. Nas provas sub-23, há ataques e movimentações
constantes, sem o poderio das equipas para controlar a corrida como acontece
nas provas principais do calendário. Isso dificulta o controlo das etapas,
especialmente quando se tem um número reduzido de elementos na equipa. Apesar
de o resultado não ter sido o ambicionado, fiquei satisfeito pela qualidade
demonstrada e espero ter deixado a minha marca na estrada.”
Quais são
os teus objetivos para o resto da temporada?
“Antes deste bloco de
corridas, sabia que teria de “levantar o pé” e focar-me nos exames da faculdade
em maio e junho, uma decisão difícil devido a sentir que estou numa excelente
forma física. No entanto, as prioridades mudam e espero continuar a evoluir,
preparando-me para os próximos objetivos e corridas que aí vêm.”
Que
conselhos dás a atletas jovens que querem continuar a estudar, mas também
querem perseguir carreira no ciclismo?
“Coragem. Não adianta dizer
que é fácil ou realista conciliar as duas coisas, porque sinceramente não é -
tudo depende da exigência dos objetivos de cada um. O mais importante é ter
consciência das próprias limitações e não recear tomar decisões difíceis,
optando por uma ou outra área em certos momentos da vida. É possível conquistar
muito em diferentes áreas, mas viver com dúvidas e arrependimentos é das piores
coisas que existem. Não digo que não se deva conciliar desporto e estudos, mas
cada um tem de descobrir o seu próprio equilíbrio.”
Qual é a
Importância da estrutura da equipa para o teu desenvolvimento como atleta e
pessoa?
“Na Tavfer-Ovos
Matinados-Mortágua encontrei o apoio necessário no início do meu percurso
académico. Foi possível manter-me nos dois mundos graças ao suporte de toda a
equipa, tornando o processo muito mais fácil. Aprendi muito com o staff e os
colegas, e acredito que o trabalho da equipa no desenvolvimento dos jovens é
notável, não só para mim, mas para todos os que passam por esta estrutura. A
todos eles, o meu obrigado.”
A história de Rafael Barbas é
um exemplo inspirador de resiliência, dedicação e paixão pelo ciclismo e pelos
estudos. O seu percurso demonstra que, apesar das dificuldades e dos
sacrifícios, é possível alcançar resultados de destaque quando se conta com uma
estrutura sólida e se mantém o foco nos objetivos. O futuro promete novos
desafios e conquistas para Rafael, que continuará a ser uma referência para
todos os jovens atletas que sonham em conciliar o desporto de alto rendimento
com a vida académica.
Fonte: Equipa Ciclismo
Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua
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