Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Depois de quatro dias marcados por sprints e quedas, a Volta a Itália de 2025 entra agora num território mais traiçoeiro e táctico. A 5ª etapa terá apenas 151 quilómetros de extensão e ligará as localidades de Ceglie Messapica e Matera. É curta no papel, mas esconde múltiplas armadilhas e abre espaço para diferentes interpretações tácticas, num percurso típico da criatividade italiana. Fazemos uma antevisão do dia de amanhã.
Embora classificado como dia de transição, o perfil da etapa está longe de ser plano. A subida de Montescaglioso (2,9 km a 8,3%) a 28 km do fim poderá ser um primeiro ponto para existirem ataques ou tornar a corrida dura, especialmente para descartar sprinters mais pesados, caso equipas como a UAE ou a Visma imponham ritmo. A seguir, o terreno torna-se irregular e ondulante, com curtas subidas e descidas técnicas que dificultam a reentrada de homens mais atrasados.
A subida de 5,6 km a 4,6% a 12
km da meta, seguida da rampa de 700 metros a 8% (chega aos 10% máx.) a 1,9 km
do fim, oferecem oportunidades ideais para puncheurs ou homens de clássicas
atacarem. No entanto, o último quilómetro é em ligeira subida e os sprinters
que conseguirem sobreviver, poderão ter alguma vantagem.
O Tempo
Não se fará sentir qualquer
vento significativo, pelo que não deverá ter influência no resultado do dia.
Os
Favoritos
Mads Pedersen (Lidl-Trek) - Sprinta em subida, sobe bem, é resiliente e tem o apoio de uma equipa sólida. Se Ciccone e Vacek endurecerem a corrida, os sprinters mais puros devem ficar para trás. Após dois triunfos e uma boa defesa da Maglia Rosa na etapa 4 (apesar das quedas), a confiança está alta e a forma é evidente. Risco: perder Vacek/Kragh cedo demais ou falhar o posicionamento nos últimos 2 km.
Rivais
diretos (dependentes do ritmo na subida de Montescaglioso)
Se houver
seleção dura:
Corbin Strong (Israel-Premier
Tech) - Um dos sprinters que melhor passa colinas. Forma crescente e pode bater
Pedersen num final tenso.
Filippo Fiorelli (VF Group-Bardiani) - Muito
sólido em finais inclinados. Pódio não seria surpresa.
Se o
ritmo for mais suave:
Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck), Olav Kooij (Team Visma | Lease a Bike), Paul Magnier (Soudal - Quick-Step), Orluis Aular (Movistar Team)
Perigo
nos últimos quilómetros – os atacantes
A subida de 700 m a 8% a 1,9
km da meta será o ponto de viragem caso o pelotão hesite:
Tom Pidcock (Q36.5) - Táctico,
explosivo, agressivo. Pode atacar ali e abrir espaço antes de alguém reagir.
Candidato sério se se mexer no momento certo.
Diego Ulissi (UAE) - Veterano
dos finais técnicos. Ideal para se infiltrar num sprint reduzido ou lançar um
ataque que vale uma etapa.
Christian Scaroni (Astana) -
Rápido em subidas curtas. Discreto, mas perigoso.
Paul Double e Felix Engelhardt são outsiders:
pouco marcados, com perfil ideal para o terreno.
Outros
nomes a seguir de perto
Quinten Hermans, Dorian Godon,
Andrea Vendrame, Jon Barrenetxea: Todos têm pedigree em corridas acidentadas e
são candidatos ao top-10 (ou melhor) se a corrida abrir cedo.
Candidatos
à classificação geral - atentos, mas discretos
Primoz Roglic, Juan Ayuso:
Devem estar atentos para não perder tempo, mas dificilmente atacarão.
Richard Carapaz, Romain
Bardet: Mais propensos a testar as pernas. Se o grupo hesitar, podem tentar
surpreender.
Isaac del Toro, Jay Vine
(UAE): Ambos em forma ascendente e Vine já venceu um final idêntico na
Romandia. Se a UAE quiser baralhar as contas, são duas boas cartas.
Previsão
Volta a Itália: 5ª etapa
*** Mads Pedersen
** Kaden Groves, Olav Kooij,
Paul Magnier, Corbin Strong
* Wout van Aert, Filippo
Fiorelli, Orluis Aular, Andrea Vendrame, Tom Pidcock, Francesco Busatto, Diego
Ulissi, Rick Pluimers, Primoz Roglic
Escolha: Mads Pedersen
Como: Sprint em grupo reduzido
Pode visualizar este artigo
em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/antevisao-volta-a-italia-5a-etapa-dia-ideal-para-uma-fuga-ou-para-puncheurs-quilometro-final-em-subida
Sem comentários:
Enviar um comentário