quarta-feira, 7 de maio de 2025

“Opinião: E se Portugal tivesse uma equipa Pro Team inteiramente nacional?”


Por: Carlos Silva

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

A comunidade velocipédica portuguesa ainda faz sentir o seu entusiasmo após a vitória de João Almeida na Volta à Romandia, principalmente através das redes sociais. Como é lógico uma das questões que voltou à discussão entre os internautas é a da possibilidade de ser criada uma equipa totalmente composta por ciclistas lusos e que pudesse competir ao mais alto nível. 

Então e se conseguíssemos fazer nascer um projecto de ciclismo do escalão Pro Team totalmente português? Se essa realidade se concretizasse, estes seriam os corredores que eu contrataria para formar uma equipa sólida, versátil e competitiva no panorama internacional.

Num contexto onde o ciclismo português tem produzido talento de qualidade, mas onde as oportunidades de afirmação em estruturas nacionais são cada vez mais escassas, a ideia de uma formação 100% portuguesa no segundo escalão mundial poderia ganhar força e legitimidade. Combinando experiência, juventude e polivalência, este grupo de 22 corredores seria a base para uma equipa ambiciosa, pronta para representar o país nas principais provas do calendário continental.

Obviamente que isto é no papel, porque para passar da teoria à prática... Mas peguei num punhado de atletas que estão espalhados pelos diversos escalões e equipas e formei um plantel de 22 homens.

 

Um plantel pensado para todos os terrenos

 

Este conjunto permitiria atacar diferentes frentes: voltas por etapas, clássicas, chegadas ao sprint e contrarrelógios. Eis a divisão táctica dos perfis:

João Almeida: o melhor corredor português da actualidade, especialista em subidas longas e regular em contrarrelógios, ideal para liderar em corridas por etapas.

António Morgado: talento emergente, combativo e polivalente, com perfil para discutir provas de um dia e evoluir para provas de uma semana e grandes voltas.

Rui Costa: veterano com currículo World Tour, estratega nato e ainda competitivo em terreno montanhoso e dias imprevisíveis.

Ruben Guerreiro, Afonso Eulálio, Tiago Antunes e Joaquim Silva: elementos consistentes em subidas, com provas dadas no escalão continental e capacidade de trabalho em apoio aos líderes.

Iúri Leitão: campeão mundial de pista, sprinter explosivo com capacidade de se impor em finais rápidos.

Rui Oliveira e Ivo Oliveira: fortes no plano, com um historial sólido em pista e estrada.

Francisco Campos: finalizador eficaz e etapas planas.

Lucas Lopes e Rafael Durães: jovens em crescimento, ambos com vocação para finais ao sprint e com grande margem de desenvolvimento.

Nelson Oliveira: um dos melhores contrarrelogistas portugueses, com grande capacidade de trabalho.

Rafael Reis: especialista no esforço individual, valioso em prólogos e fugas de longe.

António Carvalho, André Carvalho, Pedro Pinto, Emanuel Duarte e Fábio Costa: corredores completos, úteis em terrenos mistos, provas de um dia e como peças tácticas de apoio.

Daniel Lima e Afonso Silva: jovens com margem de progressão, ideais para integrar num sistema de formação contínua e ganhar experiência no pelotão profissional.

Para dar corpo a uma estrutura com este perfil, seria necessário um investimento ajustado à realidade do escalão Pro Team. As estimativas apontam para salários anuais entre:

O orçamento total, incluindo salários, staff, equipamentos, logística e deslocações, situar-se-ia entre os 5 e os 7 milhões de euros anuais, dentro da média para equipas Pro Team com ambições reais de competitividade.

 

E patrocinadores?

 

Para uma equipa com esta identidade, os parceiros naturais seriam empresas portuguesas ligadas à inovação, ao território e ao desporto. Exemplos:

EDP, Galp ou REN (energia)

Delta Cafés, Sumol+Compal (consumo)

NOS, Altice Portugal (telecomunicações)

GoldNutrition, Prozis (suplementos)

Salvador Caetano (automóvel)

 

Ciclismo: um desporto que merece mais

 

Num país onde o investimento desportivo continua fortemente concentrado no futebol, o ciclismo português tem, ano após ano, dado provas de competência, dedicação e resultados internacionais de elevado nível. Ciclistas como Rui Costa, João Almeida, Iúri Leitão, Rui Oliveira, Ivo Oliveira, Tata Martins, Tiago Ferreira, entre muitos outros, demonstraram que, com apoios e estruturas, é possível competir com os melhores do mundo.

 

Um sonho possível

 

Mais do que um exercício de imaginação, esta proposta até poderia representar uma ideia realista e estruturada. Portugal tem talento, tem experiência técnica e tem identidade suficiente para dar corpo a uma equipa Pro Team composta unicamente por ciclistas nacionais. Claro que seria necessário o apoio estratégico e uma visão de longo prazo, no que poderia ser um projecto mobilizador para o ciclismo português e um exemplo de como o desporto pode servir o país com orgulho e ambição.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/opiniao-e-se-portugal-tivesse-uma-equipa-proteam-inteiramente-nacional

Sem comentários:

Enviar um comentário

Ficha Técnica

  • Titulo: Revista Notícias do Pedal
  • Diretor: José Manuel Cunha Morais
  • Subdiretor: Helena Ricardo Morais
  • Periodicidade: Diária
  • Registado: Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº: 125457
  • Proprietário e Editor: José Manuel Cunha Morais
  • Morada: Rua do Meirinha, 6 Mogos, 2625-608 Vialonga
  • Redacção: José Morais
  • Fotografia e Vídeo: José Morais, Helena Morais
  • Assistência direção, área informática: Hugo Morais
  • Sede de Redacção: Rua do Meirinha, 6 Mogos, 2625-608 Vialonga
  • Contactos: Telefone / Fax: 219525458 - Email: josemanuelmorais@sapo.pt noticiasdopedal@gmail.com - geral.revistanoticiasdopedal.com