Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A comunidade velocipédica
portuguesa ainda faz sentir o seu entusiasmo após a vitória de João Almeida na
Volta à Romandia, principalmente através das redes sociais. Como é lógico uma
das questões que voltou à discussão entre os internautas é a da possibilidade
de ser criada uma equipa totalmente composta por ciclistas lusos e que pudesse
competir ao mais alto nível.
Então e se conseguíssemos
fazer nascer um projecto de ciclismo do escalão Pro Team totalmente português?
Se essa realidade se concretizasse, estes seriam os corredores que eu
contrataria para formar uma equipa sólida, versátil e competitiva no panorama internacional.
Num contexto onde o ciclismo
português tem produzido talento de qualidade, mas onde as oportunidades de
afirmação em estruturas nacionais são cada vez mais escassas, a ideia de uma
formação 100% portuguesa no segundo escalão mundial poderia ganhar força e
legitimidade. Combinando experiência, juventude e polivalência, este grupo de
22 corredores seria a base para uma equipa ambiciosa, pronta para representar o
país nas principais provas do calendário continental.
Obviamente que isto é no
papel, porque para passar da teoria à prática... Mas peguei num punhado de
atletas que estão espalhados pelos diversos escalões e equipas e formei um
plantel de 22 homens.
Um
plantel pensado para todos os terrenos
Este conjunto permitiria
atacar diferentes frentes: voltas por etapas, clássicas, chegadas ao sprint e
contrarrelógios. Eis a divisão táctica dos perfis:
João Almeida: o melhor
corredor português da actualidade, especialista em subidas longas e regular em
contrarrelógios, ideal para liderar em corridas por etapas.
António Morgado: talento
emergente, combativo e polivalente, com perfil para discutir provas de um dia e
evoluir para provas de uma semana e grandes voltas.
Rui Costa: veterano com
currículo World Tour, estratega nato e ainda competitivo em terreno montanhoso
e dias imprevisíveis.
Ruben Guerreiro, Afonso
Eulálio, Tiago Antunes e Joaquim Silva: elementos consistentes em subidas, com
provas dadas no escalão continental e capacidade de trabalho em apoio aos
líderes.
Iúri Leitão: campeão mundial
de pista, sprinter explosivo com capacidade de se impor em finais rápidos.
Rui Oliveira e Ivo Oliveira:
fortes no plano, com um historial sólido em pista e estrada.
Francisco Campos: finalizador
eficaz e etapas planas.
Lucas Lopes e Rafael Durães:
jovens em crescimento, ambos com vocação para finais ao sprint e com grande
margem de desenvolvimento.
Nelson Oliveira: um dos
melhores contrarrelogistas portugueses, com grande capacidade de trabalho.
Rafael Reis: especialista no
esforço individual, valioso em prólogos e fugas de longe.
António Carvalho, André
Carvalho, Pedro Pinto, Emanuel Duarte e Fábio Costa: corredores completos,
úteis em terrenos mistos, provas de um dia e como peças tácticas de apoio.
Daniel Lima e Afonso Silva:
jovens com margem de progressão, ideais para integrar num sistema de formação
contínua e ganhar experiência no pelotão profissional.
Para dar corpo a uma estrutura
com este perfil, seria necessário um investimento ajustado à realidade do
escalão Pro Team. As estimativas apontam para salários anuais entre:
O orçamento total, incluindo
salários, staff, equipamentos, logística e deslocações, situar-se-ia entre os 5
e os 7 milhões de euros anuais, dentro da média para equipas Pro Team com
ambições reais de competitividade.
E
patrocinadores?
Para uma equipa com esta
identidade, os parceiros naturais seriam empresas portuguesas ligadas à inovação,
ao território e ao desporto. Exemplos:
EDP, Galp ou REN (energia)
Delta Cafés, Sumol+Compal
(consumo)
NOS, Altice Portugal
(telecomunicações)
GoldNutrition, Prozis
(suplementos)
Salvador Caetano (automóvel)
Ciclismo:
um desporto que merece mais
Num país onde o investimento
desportivo continua fortemente concentrado no futebol, o ciclismo português
tem, ano após ano, dado provas de competência, dedicação e resultados
internacionais de elevado nível. Ciclistas como Rui Costa, João Almeida, Iúri Leitão,
Rui Oliveira, Ivo Oliveira, Tata Martins, Tiago Ferreira, entre muitos outros,
demonstraram que, com apoios e estruturas, é possível competir com os melhores
do mundo.
Um sonho
possível
Mais do que um exercício de
imaginação, esta proposta até poderia representar uma ideia realista e
estruturada. Portugal tem talento, tem experiência técnica e tem identidade
suficiente para dar corpo a uma equipa Pro Team composta unicamente por ciclistas
nacionais. Claro que seria necessário o apoio estratégico e uma visão de longo
prazo, no que poderia ser um projecto mobilizador para o ciclismo português e
um exemplo de como o desporto pode servir o país com orgulho e ambição.
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