Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Após o esforço do contrarrelógio, o pelotão da Volta a Itália regressa ao terreno montanhoso com uma 11.ª etapa de transição apenas no papel. Com mais de 3800 metros de desnível acumulado, é um dia que poderá ser decisivo tanto para os aspirantes à classificação geral como para os caçadores de etapas, consoante a forma como a corrida for abordada. Fazemos a antevisão do dia.
A etapa arranca de forma explosiva com a temível ascensão ao San Pellegrino in Alpe, uma das subidas mais exigentes desta edição, com 14,2 km a 8% de inclinação média. É um colosso que vai fazer doer as pernas e que poderá criar cortes prematuros, especialmente se o pelotão estiver ainda a ressentir-se da fadiga acumulada. Apesar disso, a decisão táctica mais provável é deixar sair uma fuga, especialmente porque os favoritos à geral estarão a tentar guardar forças para os dias decisivos.
A fase intermédia da etapa inclui uma série de colinas que, embora não sejam extremamente duras em perfil isolado, como os 11 km a 4,9% a 39 km do fim, e os 3 km a 5% a 24 km da meta, podem acumular desgaste e funcionar como plataforma para ataques, seja a partir da fuga, seja de equipas que queiram agitar a corrida.
A subida final para Castelnuovo Ne’ Monti, com 5,8 km a 5,8%, não é longa nem particularmente íngreme, mas chega no fim de um dia muito duro. Se os líderes da geral se limitarem a fazer marcações entre si, poderemos ver os fugitivos a discutir a etapa, sobretudo aqueles que subam bem e que consigam isolar-se antes da última descida. Ainda assim, os últimos 6 km técnicos, quase todos em descida, terminam com uma rampa até à meta que pode provocar diferenças mínimas ou definir um sprint reduzido.
A etapa apresenta uma subida
brutal no início do San Pellegrino em Alpe, com mais de 14 quilómetros de
extensão e 8% de inclinação, uma das mais difíceis da corrida. Mas se o gatilho
não for puxado, então é provável que tenhamos um dia para a fuga, enquanto os
ciclistas da categoria GC estarão a marcar-se uns aos outros no final
montanhoso em Castelnuovo Ne Monti;
Condições
Climatéricas
Poderemos ter mais alguma chuva e isso pode tornar o dia muito traiçoeiro e tenso. Isto favoreceria ainda mais a fuga, que já tem a vantagem inicial pelo facto de até agora neste Giro, não ter havido ataques nas etapas com subidas longas.
Favoritos
Na luta pela geral, tudo
indica que será um dia de marcações. A UAE Team Emirates - XRG, com Del Toro e
Ayuso nas duas primeiras posições e Brandon McNulty e Adam Yates ainda entre os
dez melhores, tem margem e profundidade para endurecer a corrida, mas o momento
atual sugere contenção: a liderança está segura e não há necessidade de riscos.
Primoz Roglic (Red Bull - BORA
- hansgrohe) parece renascido após o contrarrelógio, mas está isolado e a
equipa já deu sinais de fragilidade. A subida final não oferece terreno
suficiente para criar diferenças significativas, a não ser pelas bonificações
de tempo ou eventuais contratempos ou quebras.
Assim, o foco estará na fuga,
onde os perfis de ciclistas a considerar são vastos. A dificuldade da etapa
promete eliminar sprinters e puros roladores e a exigência de colinas
consecutivas até ao final valoriza ciclistas completos e tacticamente inteligentes.
A ascensão inicial ao San Pellegrino in Alpe servirá como funil e só os
verdadeiros trepadores resistirão a partir daí.
Nomes como Michael Storer,
Romain Bardet, Jefferson Cepeda, Davide Formolo, Lorenzo Fortunato, Paul Double
ou Mattia Cattaneo encaixam perfeitamente neste tipo de dia. Também Diego
Ulissi, se recuperar bem do desgaste, pode aspirar a algo, sobretudo graças ao
final técnico.
Equipas como Lidl-Trek, Jayco
AlUla e Decathlon AG2R também deverão jogar forte, podendo lançar cartas como
Mathias Vacek, Felix Engelhardt ou Pierre Gautherat.
Previsão
Volta a Itália 11ª etapa:
*** Tom Pidcock, Mathias
Vacek, Pello Bilbao
**Max Poole, Wout Poels, Marco
Frigo, Wilco Kelderman
*Primoz Roglic, Isaac del
Toro, Juan Ayuso, Giulio Ciccone, Einer Rubio, Lorenzo Fortunato, Nicolas
Prodhomme, Kevin Geniets, Mattia Cattaneo, Romain Bardet, Wout van Aert, Mads
Pedersen
Escolha: Pello Bilbao
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