Para Mosquera, “o argumento dos caminhos de Santiago é um património que é muito importante”
Cruzar as fronteiras para
Portugal foi um desafio para O Gran Camiño, mas Ezequiel Mosquera descreve a
experiência como sensacional, revelando que há várias coisas para trabalhar
para a próxima edição da prova galega de ciclismo.
“Hoje, tivemos aqui
autoridades portuguesas, penso que muito contentes com a sensação, o contexto e
o formato do evento que tivemos o gosto de levar lá”, resumiu, em declarações à
Lusa.
O diretor d’O Gran Camiño
referia-se à presença de Artur Lopes, presidente do Comité Olímpico de Portugal
(COP), e de Cândido Barbosa, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo
(FPC), na quinta e última etapa da prova galega, que hoje terminou em Santiago
de Compostela.
“Cruzar a fronteira não é
fácil em termos organizativos. Aqui tens tudo sob controlo e lá tens uma
sensação de impotência. Para nós, foi uma experiência difícil, um desafio, mas
foi sensacional, porque nos deu o ponto que procurávamos de que não somos ‘Volta
a’, nem ‘Tour de’, nem ‘clássica de’, somos O Gran Camiño. E o resto das
palavras estão a mais”, defendeu.
Para Mosquera, “o argumento
dos caminhos de Santiago é um património que é muito importante”.
“E a saída de Portugal foi um
claro exemplo que tem de ser assim. Sair de outro país como Volta à Galiza
seria impossível”, pontuou.
O antigo ciclista não quis
adiantar se, na próxima edição, a prova que percorre os ‘caminhos de Santiago’
terá novamente uma etapa portuguesa, argumentando que “há várias coisas em que
trabalhar”, nomeadamente a promoção ao circuito UCI ProSeries (a prova
atualmente é da categoria 2.1, como a Volta a Portugal).
“Estamos numa categoria que
não merecemos, e não somos nós que dizemos, é ‘vox populi’. Precisamos de ter
mais do que um grande evento para poder defender esse projeto. A data também
tem de ser estudada, mas temos de começar já”, assumiu.
O vice-campeão da Vuelta2010
não revelou as datas para as quais O Gran Camiño, afetado por condições
meteorológicas adversas nas duas edições anteriores, pretende mudar-se.
“Ainda não sei quando serão as
novas datas, precisamos de estudar muito bem, com as equipas e todos os atores.
É vital, de alguma maneira, que tenhamos uma data em que não tenhamos de estar
com o coração nas mãos”, disse.
O diretor d’O Gran Camiño
reconheceu que quando colocou a prova em fevereiro sabia que podia haver “dias
maus”, como acontece na Galiza, nesta altura do ano.
“Sabíamos que podíamos ter
dias maus, mas não tão maus como nas últimas duas edições. Os dois últimos anos
foram difíceis, foi o pior cenário possível, mas aconteceu. O melhor é não
arriscar. Mas também é certo que, na nossa categoria, se nos metermos nas
profundezas do calendário, estamos mortos antes de sair para a estrada”,
alertou.
A quarta edição d’O Gran
Camiño começou na quarta-feira, em Portugal, e terminou hoje, em Santiago de
Compostela, com a vitória do canadiano Derek Gee (Israel-Premier Tech).
Fonte: Sapo on-line
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