Rui Garrido disse em tribunal que não acompanhava a equipa nas provas
Por: José Santos
O julgamento dos 26 arguidos
no processo ‘Prova Limpa’, que envolve a extinta equipa de ciclismo do W52-FC
Porto, ficou marcado esta sexta-feira pelo depoimento do diretor clínico da
equipa, Rui Garrido, e de vários inspetores da Polícia Judiciária (PJ) que
estiveram envolvidos nas buscas às residências dos arguidos.
O médico foi a primeira
testemunha a prestar declarações e garantiu que "desconhecia
por completo a existência de métodos dopantes" entre os atletas, esclarecendo depois que foi
contratado pelo diretor-desportivo, Nuno Ribeiro, para assumir as funções de
diretor-clínico e que passavam essencialmente pela "inscrição da equipa no cumprimento dos requisitos
legais", tendo um papel mais interventivo "na altura do COVID". Referiu
ainda que nunca acompanhou a equipa nas provas de ciclismo e que aceitou o
convite porque gosta da modalidade e do FC Porto. "Recebi 2 mil euros na época, dava 200 euros por mês, e aceitei
porque gosto de ciclismo e do FC Porto", explicou. Rui
Garrido acrescentou que a sua ausência no seio da equipa nas provas deveu-se
porque "no ciclismo não é como no
futebol profissional, em que é obrigatório ter um médico a acompanhar",
justificou.
Por sua vez, a PJ explicou a
detenção de José Rodrigues, massagista e diretor-adjunto da W52-FC Porto, num
alojamento local, onde estava instalado com mais ciclistas. As autoridades
encontraram no quarto do dirigente uma mochila onde continha várias substâncias
dopantes, assim como seringas utilizadas e outras por usar. Na carteira, foi
encontrada uma fatura de compra de algumas das substâncias apreendidas.
Foram também explicadas as
buscas à residência de Hugo veloso, contabilista da extinta equipa da W52-FC
Porto, tendo sido apreendidos vários documentos, como faturas, IBAN, extratos
de conta que associavam os pagamentos aos ciclistas. As buscas continuaram
depois num armazém em Lousada, onde se encontrava material da equipa e estavam
estacionadas as viaturas de dois ciclistas. No interior dessas viaturas foram
encontradas ampolas.
A próxima sessão está agendada
para 22 de março, para serem ouvidas novas testemunhas.
Fonte: Record on-line
Sem comentários:
Enviar um comentário