Frederico Figueiredo não sabe se terá “outra oportunidade igual ou idêntica” para ganhar a Volta a Portugal, mas continua a trabalhar para ‘agarrá-la’ caso surja, a começar já nesta temporada velocipédica, em que terá objetivos mais internacionais
Por: Lusa
Frederico Figueiredo não sabe
se terá “outra oportunidade igual ou
idêntica” para ganhar a Volta
a Portugal, mas continua a trabalhar para ‘agarrá-la’ caso surja, a começar já nesta temporada
velocipédica, em que terá objetivos mais internacionais.
“Acho que
a vida não se pode levar com arrependimentos. Gostava de a ter ganho, nunca
escondi isso, mas não me posso arrepender daquilo que fiz, porque também não
iria ser bom para mim”, defendeu, em entrevista à Lusa.
‘Fred’ referia-se à Volta2022, em que foi
incontestavelmente o ciclista mais forte na estrada, mas ‘abdicou’ do triunfo ao
aguardar por Mauricio Moreira sempre que o seu colega uruguaio passou
dificuldades. Hoje, revisita esses momentos de forma prática, descontraída e
sem tristezas, três características intrínsecas do seu (bom) caráter.
“Se o
futuro não me quiser dar nenhuma Volta a Portugal, ninguém vai morrer por isso.
Agora, gostava de a ter ganho, sem dúvida alguma. Não sei se vai haver outra
oportunidade igual ou idêntica, mas vou continuar a treinar e a fazer o meu
trabalho. Se surgir, eu agarro-a”, prometeu.
Aos 32 anos, e depois de
também ser terceiro (2020) e quinto (2018 e 2021) na prova ‘rainha’ do ciclismo
português, o trepador nascido em Lisboa e radicado em São João de Ver garante não pensar que a chance de
2022 não se irá repetir.
“Ano após
ano, é o que tiver de ser. Não sou muito de pensar que aquela oportunidade foi
a última. Foi uma grande oportunidade. Prefiro pensar assim a estar a pensar
que foi a última. Grandes oportunidades podem surgir muitas vezes na vida,
agora vamos ver se ela vai surgir ou não”, completou.
Para já, Figueiredo olha para
um novo ano com as cores da Sabgal-Anicolor, equipa com a qual só quis renovar
para 2024, por querer “voltar a sentir a pressão de correr sem contrato”,
e que lhe propõe este ano “um calendário mais internacional”.
“Acho que
é objetivo da equipa correr muito mais fora, para conseguir dar o outro passo,
para a categoria seguinte [segunda divisão]. Claro que isso é muito mais
ambicioso. E o calendário internacional é muito ambicioso e traz muitas
corridas importantes. Eu irei já ter 50 e poucos dias de corrida. Os objetivos
vão ter de se reformular, vão ter de ser diferentes, mantendo só a Volta a
Portugal”, perspetivou.
Ressalvando que “o objetivo principal é sempre ganhar” a
Volta “claro que, a nível pessoal, se o puder
fazer bem, não vou deixar os outros fazer melhor”, ‘Fred’ salienta
que tem “muitas corridas durante o ano” em que pode “dar
muito nas vistas”.
O mais credenciado ciclista
português do pelotão nacional sempre gostou de “fazer
o calendário lá fora”, até porque sempre correu a um bom nível,
e para este ano vai apontando a provas com o Gran Camiño ou a Volta às
Astúrias, corridas que lhe “encaixam na
perfeição”.
Embora esteja entusiasmado com
uma temporada mais ‘internacional’,
o ciclista da Sabgal-Anicolor parece ter desistido definitivamente do sonho de
representar uma equipa estrangeira.
“Acho que
isso já é uma coisa que é quase, quase impossível de acontecer. Só há uns anos
é que vimos o André Cardoso ir para fora com 31, creio [foi com 28]. Isso já
aconteceu há muitos anos. O que fazem agora é pegar nos ciclistas em juniores e
passá-los diretos para uma equipa sub-23. Vemos o caso do Gonçalo Tavares, do
António Morgado… o nosso pelotão é muito fraquinho ao nível de jovens, porque
eles [equipas estrangeiras] os vêm buscar logo em juniores”,
vincou.
Por: Sapo on-line
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