Por: José Morais
Terminou mais um Tour de França, foi sem dúvida
memorável a edição de 2022, foram 21 de competição, que pode ser interpretada
de diversas formas, uma será o desempenho dos ciclistas, onde se destacaram
diversas áreas, a classificação geral, as vitórias nas etapas, a montanha, o
contrarrelógio, o trabalho gregário, e muitas mais coisas, ora vejamos.
Wout van Aert da
equipa da TJV
Foi o número um, e tem de ser o primeiro desta lista,
Van Aert neste Tour não teve palavras, com três etapas, o luxo verde e gregário
para Vingegaard, fonte de muito espetáculo quase todos os dias, hoje é o melhor
do mundo, com o ciclista a poder ser colocado em qualquer missão, ele cumpre a
mesma, superando as expectativas.
Porque se o mesmo tiver de ganhar, ele ganha, que é hora
de poder salvar Jonas nos pavés, porque isso ele salva, se é hora de terminar e
fazer explodir Pogacar no Hautacam, porque ele explode e faz, a versatilidade
faz dele uma peça invejável e única para qualquer equipa, como é perfeito, um
ciclista que pode ver em tudo e que nessa mistura de liberdade e
responsabilidades, é notado pelo quanto ele é um bom ciclista.
Bob Jungels da
equipa da ACT
Aqui temos de ressaltar a recuperação deste ciclista
luxemburguês, depois de dois anos com problemas físicos e ainda má sorte, ele
foi conseguiu mostrar novamente que tinha pernas, e estava bem como
antigamente, conseguiu um triunfo parcial com uma exibição de 60 km, sendo a
subida mais forte de uma fuga de nível, levando seu rosto para um AG2R dizimado
na ausência de O'Connor, além disso, ele manteve uma regularidade decente para
terminar em 12º da geral, algo que nem sequer foi forçado no início da prova, deixando
claro que todos se quiserem, podem voltar ao que eram, e que o talento brilha
por conta própria quando a saúde e o destino não são cruzados de forma negativa
ao longo do caminho.
Primoz Roglič da
equipa da TJV
Foi o homem-chave da conquista de Vingegaard, com um
conceito muito pessoal, o exemplo que Roglic dá é de admirar, já
que com lesões, e aparentemente com duas vértebras fraturadas, ele também
demonstrou ser profissional, não parou e continuou na prova, e onde mesmo assim
conseguiu atacar fortemente Pogacar na Galibier o qual contribui para sua crise
subsequente, mas demonstrou o bom companheiro que é, pois naquela época ele
ainda tinha poucas chances de fazer algo por si mesmo, mas, ele para ele pouco importava
as suas mazelas, decidindo sacrificar-se nas poucas opções em benefício do
coletivo da equipa, é foi um profissional em todos os sentidos da palavra, com
respeito total por todos.
Tadej Pogačar da
equipa da UAD
Foi
o segundo na geral, venceu três etapas, sabendo a pouco por tudo que ele é, mas
apesar de derrotado, é um ciclista que continua a ganhar prestígio, é alguém
que que tem todos contra ele, mas sendo fiel ao seus valores combativos, nunca
deixou de ser ele próprio, algo que é típico no ciclismo ofensivo o qual ele
sempre incutiu desde a sua incursão de elite, mesmo não tendo pernas, ele nunca
parou de tentar perturbar Vingegaard, e a isso chama-se atitude, o que numa era
de muitas estrelas isso é exigido, perdendo da melhor maneira, mas um guerreiro
até ao fim.
Geraint Thomas da
equipa da GD
Quando
iniciou o Tour, era talvez a menor expetativa da Ineos, mas enganou, e acabando
por ser o que melhor resultados conseguiu, com um desempenho acima de qualquer
expetativa que se esperasse, foi dos mais regulares, e ficando quase ao nível
tanto de Vingegaard ou Pogacar, com os seus 37 anos, resistiu, a demostrar no
final no pódio a sua validade, onde demostrou que usando a experiencia a mesma
é fundamental, já que sempre conseguiu gerir as suas perdas e os momentos mais
críticos, para não esvaziar as suas condições físicas, que poderiam comprometer
o pódio, conseguiu assim fazer a coisa certa, com um resultado muito
positivo.
Magnus Cort
Nielsen da equipa da EFE
Com
um Giro de Itália muito difícil, onde as suas condições físicas não eram as
melhores, Magnus Cort Nielsen consegui recupera bem no Tour, sendo um showman
em viagem no seu país, tentando nas suas fugas mostrar a sua camisola, mas o
seu dia grande foi a vitória no decimo
dia de prova, que deu a única alegria à sua equipa neste Tour, juntamente com o
colega Powless, a quem teve de ajudar nos dia que tiveram os paralelos pela
frente, ele esteve no seu auge, e recebeu reconhecimento por isso, não em
apenas nos resultados, mas em espetáculo dado, já que os seus sucessos muitas
vezes são gerados por dias muito divertidos.
Jasper Philipsen da
equipa da ACD
Esta
foi sem dúvida uma edição do Tour um pouco cruel para os velocistas, onde
podiam brilhar muito pouco, e para o melhor velocista, não foi o melhor, após
alguma frustração em 2021 por ter alcançado diversos segundos lugares, em 2022
conseguiu recuperar, e deu um salto de qualidade, mas temos de referir que além
dos seus dois triunfos parciais, conseguiu ser o velocista mais regular, e
sofreu por alguns posicionamentos em alguns dias, algo que vai ter de continuar
a trabalhar, e a polir, porem ele possui pernas para ser um dos melhores da
modalidade, algo que ele já demostrou no seu máximo, com a Alpecin também a
continuar a mostrar o quanto ele pode fazer, mesmo com um orçamento tão pequeno
que a equipa possui.
Jonas Vingegaard da
equipa da TJV
Por fim, Jonas Vingegaard, a conquista do mesmo foi
composta por diversos fatores fora dele, a equipa, a estratégia, o sacrifício
dos outros, algo que sem isto nada poderia ter sido útil, se o dinamarquês não
tivesse a condição que tinha, com o ciclismo ofensivo da Jumbo, e a entrega de Roglic,
não seria de nenhuma utilidade se Jonas Vingegaard não pudesse chegar ao fim,
desta forma teremos de lhe dar mérito, apesar do mesmo poder ser um pouco
desvalorizado, o dinamarquês tinha a obrigação de vencer Pogacar, o mesmo
ciclista que no inicio do Tour tudo indicava que era imbatível no entender de
muitos, Jonas Vingegaard foi superior ao ciclista esloveno, o qual sempre que Pogacar
atacava, ele respondia às suas ofensiva quando ele queria, mostrando que era
ele que estava no comando, e disse que aqueles dias em que não fazia diferença,
era mais pela falta de iniciativa dele, do que por uma igualdade, o que Pogacar
sempre foi uma ilusão, foram assim dois triunfos parciais, a montanha e o mais
importante, a geral, levando a camisola para casa, e que agora pode abrir-se as
portas para uma rivalidade memorável da era moderna do ciclismo.
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