O ciclista André Cardoso foi
ouvido pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) esta segunda-feira,
considerando que o mesmo lhe vai dar razão na disputa com a União Ciclista
Internacional (UCI) e assegurar-lhe assim um “futuro” atualmente incerto.
“Quero que se faça justiça e
mostrar que o TAS é um tribunal independente, que toma decisões corretas. Não é
porque a UCI nunca perdeu um caso no TAS que me vai impedir de lutar pelo que
acredito”, disse, em declarações à agência Lusa.
Em 2017, o portuense foi
impedido de se estrear na Volta a França em bicicleta devido a um controlo
positivo a EPO, só que a amostra B revelou um resultado diferente da A,
inconclusiva, ou seja, não se comprovou o uso de substância dopante.
“A amostra B não confirma a A
e quando assim é não há dúvidas no código da Agência Mundial Antidopagem.
Porque é que as regras haveriam de ser diferentes para mim?”, questiona.
O ciclista revela que fez “o
investimento de toda uma carreira em todo este processo” de defesa e lembra que
tem “três filhos para criar”.
“Não faz sentido investir tanto
para fazer prevalecer a verdade. Quero ser ressarcido de todos os danos que me
foram causados, passados e futuros”, insiste.
O atleta de 36 anos, que foi
punido com quatro anos, esteve em tribunal todo o dia para ser ouvido por
videoconferência, ficando com a convicção de que “vai haver uma nova
audiência”, desconhecendo ainda a data.
“A minha pena nem é o que mais
me importa, trata-se de fazer justiça. A verdade ser reposta. Para que é que ia
estar agora, nesta altura do campeonato, à espera de que a pena seja encurtada?
Objetivo é que a verdade venha ao de cima de uma vez por todas”, reforçou.
André Cardoso entende que
“alguém cometeu erros e vai ter de os assumir”, principalmente nos danos
passados e futuros na sua carreira, que acredita poder durar até aos 40 anos.
Na audição, recordou que
sempre foi um “atleta disponível, simpático a fazer controlos fora de horas e a
abrir a porta de casa, algo que poderia não ter feito naquele dia”,
considerando que tudo isso mostra a “boa fé” que sempre o caracterizou.
Fonte: Sapo on-line
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