Por:
Lusa
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A
equipa sul-africana ProTouch está a correr a 81.ª Volta a Portugal em bicicleta
com um diretor desportivo português 'emprestado', José Ferreira Rodrigues, que
dá uma ajuda na vontade de afirmação na Europa.
A
equipa "procurava um diretor de nível 3", conta à Lusa José Ferreira
Rodrigues, que aproveitou a oportunidade mesmo com a dificuldade de não falar
inglês. "Com espírito, tudo se consegue", atira o técnico que em
Portugal lidera a Fortunna-Maia.
Assim,
juntou-se à formação da África do Sul naquela que descreve como "a
primeira aventura da vida deles" na Europa, que os deixou
"surpreendidos", até porque muitos "vêm às escuras".
Apesar
de as coisas estarem a correr "razoavelmente bem", conta, há alguns
problemas com a logística, por "[falta de] capacidade material para poder
corresponder ao valor humano que têm".
Ainda
assim, a ambição é alta numa formação que tem menos de um ano, mas lidera o
'ranking' UCI de África e já coloca três atletas na seleção sul-africana para
os Jogos Africanos, Jayde Julius, Clint Henricks e Kent Main, presentes na
Volta.
"Eles
querem fazer história em Portugal. (...) Continuamos a sonhar que é possível
ganhar uma etapa. Têm o objetivo de criar raízes na Europa e tornarem-se uma
equipa mais capaz, mais forte, e poder competir com os europeus", revela o
diretor.
A
correr no escalão Continental, há a ambição na ProTouch de crescer, tendo como
exemplo a Dimension Data, equipa do mesmo país que compete no WorldTour, mas há
muito que está ainda "no segredo dos deuses", revela.
"Há
essa crença, estão a fazer abordagens, até a pensar numa parceria com uma equipa
que já exista. Está em aberto, não há grandes certezas, mas há a vontade",
conta.
Depois
de ir percebendo "dia a dia o que faziam e como faziam", foi
trabalhando sete ciclistas "para todos os terrenos", ainda que lhes
falte "experiência para uma prova importantíssima".
Conta
com um par de "jovens que podem fazer coisas interessantes" no
futuro, se derem o 'salto', um apoio com a outra equipa africana, a angolana
Bai Sicasal-Petro de Luanda, "sempre unidos para terminar as etapas",
e a vontade de revelarem que têm "muita capacidade".
"Muitas
vezes, a capacidade de sofrimento é que faz a diferença", comenta o antigo
ciclista.
Jayde
Julius tem sido um dos mais combativos, depois de ter estado, na terceira
etapa, numa fuga que quase chegou isolada à meta, e destacou à Lusa a
"prova de grande escala" em que participam.
Já
Kent Main vê esta como "uma grande experiência de aprendizagem", na
"maior prova que qualquer um já fez", mas vão estar "à caça
todos os dias" com vontade de "entrar nas fugas e estar na discussão
das etapas", completa o colega de equipa.
"O
José é um homem com uma grande paixão. Temos desfrutado da experiência dele e
de estar com ele. Conhece a corrida, já a fez, e ajuda imenso a equipa. Dá-nos
ótimas dicas e ajuda-nos a preparar. É essa experiência e paixão que nos tenta
passar", revela.
Ferreira
Rodrigues, antigo massagista que aproveita esse tempo para privar mais com os
atletas, é também alguém "com grande calma nos momentos difíceis, o que
torna tudo mais fácil", assevera Kent Main.
"Ensinou-nos
muito, definitivamente. Aprendemos todos os dias, até porque somos todos jovens
numa equipa pequena. Deu-nos crença em nós mesmos, quer que ganhemos aqui uma
etapa e acreditamos nisso", acrescenta.
Julius
lembra a terceira etapa, em que o diretor o ajudou "a gerir o
esforço", para lembrar que "as pequenas coisas fazem uma grande
diferença, e a sua inteligência ajuda imenso".
"Com
a minha experiência, vou percebendo e tentando minimizar os prejuízos que
possam vir a ter. Querem ganhar alguma coisa, sinto que têm essa vontade, e
estou aqui para colaborar", remata José Ferreira Rodrigues.
Fonte:
Record on-line
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