quarta-feira, 31 de julho de 2019

“81ª Volta a Portugal/1ª Etapa”

Partida:

Miranda do Corvo

A primeira referência a Miranda do Corvo num documento data de finais do século X, embora as evidências arqueológicas apontem para uma ocupação muito anterior. O documento em causa terá sido redigido no Mosteiro de Lorvão, em 998, e atesta a existência de uma estrutura militar em Miranda do Corvo, ao fazer referência a uma torre. 

Sabe-se hoje que houve ocupação em Vila Nova na época pré-histórica e em Chão de Lamas na proto-história. As recentes escavações arqueológicas no casal romano da Eira Velha, em Lamas, trouxeram à luz do dia os vestígios de uma comunidade do tipo casal agrícola, intimamente ligado aos grandes eixos viários da época romana.

A ocupação mais antiga identificada durante os trabalhos arqueológicos realizados no Alto do Calvário aponta para a Idade Média e trata-se da necrópole de sepulturas escavadas na rocha. 


Os resultados dos trabalhos arqueológicos colocaram a descoberto:  

Uma estrutura pétrea, de finais da Idade Média, que assegurava o acesso à torre; 

Um derrube composto por silhares de grandes dimensões, datável do século XVII, que correspondia a parte da muralha do castelo; 

Uma necrópole de sepulturas escavadas na rocha, anterior ao século XII; 

A existência na zona Oeste do cabeço, no largo do Calvário, próximo das escadas que nos levam ao Cristo Rei, de duas sepulturas nas quais os indivíduos foram enterrados “de acordo com a tradição islâmica, em decúbito lateral direito, a olhar para Este”, ainda não datáveis. 

 Através destes vestígios, consegue-se hoje corroborar que este espaço é utilizado há pelo menos 900 anos como necrópole, senão mais. 

O povoado de Miranda do Corvo terá surgido em torno do castelo. Daqui era possível vigiar e defender duas importantes vias de comunicação: a antiga via romana que passava por Corvo e ligava Sellium (Tomar) a Aeminium (Coimbra) e a via que ligava o interior da Península ao Ocidente, a via Colimbriana. Provirá desta função de vigilância o nome de Miranda, do latim mirandus (atalaia)? 


Sobranceira à vila, esta atalaia assentava no alto de um cabeço, sendo provável que a povoação se tenha desenvolvido em torno do atual Alto do Calvário. Apesar da sua importância na linha defensiva do Mondego, durante e após a ‘Reconquista’ da cidade de Coimbra, são escassas as informações sobre a sua história. 

Sabemos que ano de 1116, a região foi severamente atacada durante uma expedição almorávida, sendo apenas travada às portas de Coimbra. O castelo de Miranda do Corvo terá sido destruído, existindo relato do séc. XII, do seu cerco e conquista, da forte destruição, do elevado número de mortes e dos prisioneiros realizados. 

O Castelo terá permanecido em ruína, não se conhecendo a exata data da sua reconstrução. Em 1136 os habitantes de Miranda receberam foral de D. Afonso Henriques, o qual foi depois confirmado por D. Afonso II.  

Em 1383, existe referência ao facto de João Afonso Teles ter aberto as portas a D. João I de Castela quando este seguia para Lisboa para contestar o Mestre de Aviz. 


Ao longo dos séculos a construção foi-se arruinando. O Livro das Posturas da Câmara Municipal de Miranda do Corvo refere a existência de um aluimento do que restava do castelo, em maio de 1799. Deste ano, data ainda a publicação de posturas sobre o roubo das pedras através das quais o município proíbe a população de retirar pedras para construção própria. Muitas destas pedras foram utilizadas nas obras de renovação da Ponte do Corvo, sobre a ribeira do Alhêda, obra que se iniciou nesta data. 

A terceira invasão francesa trouxe novamente ao concelho algum protagonismo pela sua localização na linha estratégica de movimentação dos exércitos. Parte do combate de Casal Novo, que decorreu na madrugada de 14 de Março de 1811, deu-se na freguesia de Lamas. As consequências da guerra fizeram-se sentir no concelho de forma muito significativa, com a carestia de géneros, a destruição e os campos estéreis, em parte devido à política de terra queimada, e pela grande epidemia que assolou as freguesias durante os meses seguintes. 

O concelho abrangia então vasta área, que ia quase do Ceira, perto de Coimbra, até à ribeira de Alje, a sul das serras, compreendendo aproximadamente as atuais freguesias de Miranda, Lamas, Vila Nova e Campelo, que passou para Figueiró dos Vinhos, nos começos do regime liberal. 


Chegada:

Leiria, uma cidade com história.

O Concelho de Leiria ocupa uma posição privilegiada no quadro do nosso país e particularmente no plano regional.

Confina a Norte com o Concelho de Pombal, a Este também com o de Pombal e com o de Ourém, a Sul com o da Batalha e o de Porto de Mós, a Oeste é limitado pelo Concelho da Marinha Grande e pelo Oceano Atlântico.

Fica inserido na Região Centro e apresenta-se como área de grande influência socioeconómica e fortemente representativa do total da região.

A cidade de Leiria, sede de concelho e capital de distrito, fica a uma distância de 146 quilómetros de Lisboa e de 72 quilómetros de Coimbra, sendo a sua localização um dos elementos principais que concorre para o seu crescimento e desenvolvimento. Leiria é servida por um importante conjunto de infra-estruturas rodoviárias, nomeadamente a A1, a A8, a A17, a A19, o IC2 e as EN 109, 242 e 113.

Leiria é o centro de uma região que junta à agricultura e à pecuária tradicionais as indústrias de moldes, alimentos compostos para animais, moagem, serração de madeiras, resinagem, cimentos, metais, cerâmica, plásticos, serração de mármores, construção civil, comércio e turismo citadino e ambiental.

Fonte: Podium

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