Por:
Camilo Soldado
Foto:
Miguel Manso
A
cidade de Coimbra vai passar a ter 83 parqueamentos para bicicletas, mas ainda
não é conhecida a sua distribuição nem quando serão instalados. A medida foi
aprovada por unanimidade, nesta segunda-feira, em reunião do executivo da
Câmara Municipal de Coimbra e significa um investimento de 120 mil euros para a
autarquia.
Neste
momento, a cidade dispõe de apenas três quilómetros de ciclovia, mas está em
fase de concurso público uma empreitada de dois milhões de euros para
acrescentar 14,5 quilómetros a esse circuito. De acordo com a informação
disponibilizada pela câmara de Coimbra, “o objectivo é que cerca de um terço”
dos 83 postos “seja instalado na envolvente da rede de ciclovias
municipais”.
O
documento que foi aprovado é um anteprojecto, “uma vez que o projecto se
sobrepõe a algumas zonas de protecção de imóveis classificados” e carece, por
isso, do parecer da Direcção Regional da Cultura do Centro. Está também
prevista a colocação de cinco oficinas de self-service “que incluem um suporte
onde as bicicletas ficam suspensas, uma bomba de ar interna de alta qualidade
com manómetro e as ferramentas essenciais para pequenas reparações”, refere a
autarquia.
A
câmara de Coimbra acrescenta ainda que “com a instalação destas
infra-estruturas será, posteriormente, avaliada a possibilidade de serem
desenvolvidos sistemas de partilha de bicicletas (bikesharing) e trotinetes”.
A
vereadora Ana Bastos, eleita pelo movimento Somos Coimbra, saúda a medida, mas
avisa que a implementação de uma rede de partilha de bicicletas “pressupõe um
sistema tecnologicamente avançado, que não é compatível” com o que foi a
discussão na reunião de câmara. No mesmo sentido, o vereador da CDU, Francisco
Queirós, sublinhou que este “é um primeiro passo” e que o “o momento seguinte
não pode esperar muito”.
Ao
PÚBLICO, o urbanista e professor da Universidade de Aveiro, Frederico Moura e
Sá afirma que “qualquer medida que promova a descarbonização da mobilidade” lhe
parece “ajustada, oportuna e claramente contra a corrente”. Não obstante,
entende que o maior desafio “passa por tornar o centro das nossas cidades mais
amigáveis para os modos suaves/activos”.
No
comentário que enviou por email, Frederico Moura e Sá ressalva que não conhece
bem o caso concreto de Coimbra e que, por isso, fala apenas da realidade
portuguesa. O urbanista considera que se deveria começar a abandonar a “cultura
instalada de pistas segregadas/dedicadas” e produzir “territórios urbanos mais
amigos da bicicleta” e dos peões, ou seja, “baixando a velocidade e o volume de
tráfego nos centros” das cidades.
Fonte:
Público on-line
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