Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Durante várias temporadas, a
rivalidade entre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard ofereceu duelos equilibrados
e imprevisíveis nas Grandes Voltas. Mas, na 12.ª etapa da Volta a França 2025,
esse equilíbrio ruiu. O dinamarquês da Team Visma | Lease a Bike foi claramente
batido pelo Campeão do Mundo, perdendo mais de dois minutos numa jornada
marcante nos Pirenéus, com chegada em Hautacam.
Visivelmente abatido após a
chegada, Vingegaard optou por não prestar declarações e seguiu diretamente para
o autocarro da equipa, evitando os jornalistas presentes na zona de meta. Uma
atitude que, embora compreensível para alguns, não foi bem recebida por Bjarne
Riis, ex-ciclista profissional e vencedor da Volta a França em 1996.
"Acho que não foi uma boa
atitude da parte do Jonas não falar com a imprensa", apontou Riis durante
a sua análise para a BT.dk. Ainda assim, demonstrou alguma empatia com a
situação: "Percebo que ele queira um momento de tranquilidade. Provavelmente
precisa de paz e sossego, e falará na sexta-feira embora seja num dia de
contrarrelógio, o que limita as possibilidades."
Riis, com vasta experiência na
gestão de altos e baixos no ciclismo profissional, considera que o silêncio
absoluto pode ser contraproducente, mesmo nos piores dias. "Entendo o
sentimento, mas às vezes basta dizer uma frase curta. Algo como: ‘Hoje não foi
o meu dia, estou desapontado, preciso de tempo para refletir, mas volto em
breve.’ Isso bastava. É difícil quando se está no olho do furacão, mas isso
também faz parte do jogo."
A etapa de Hautacam marcou uma
viragem clara na narrativa do Tour deste ano, com Pogacar a assumir o controlo
absoluto da corrida e Vingegaard a ceder terreno importante. O gesto de
silêncio do dinamarquês contrastou com os momentos anteriores da sua carreira,
onde, mesmo em dificuldade, costumava mostrar-se mais disponível para reagir à
adversidade.
Riis concluiu a sua análise
com uma nota de realismo: "É duro, sim. Mas no ciclismo, temos de aceitar
tudo, os dias bons e os maus. E isto também é parte da responsabilidade de ser
um líder numa Grande Volta."
O próximo teste de Jonas
Vingegaard será o contrarrelógio individual da 13.ª etapa. Será a oportunidade
ideal para dar uma resposta em estrada, e talvez também fora dela.
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