Um passeio especial, este ano com homenagem a José Rafael
Por: José Morais
Fotos: Arquivo Revista
Notícias do Pedal
As Terras Ribatejanas, receberam este domingo 1 de junho, o tradicional passeio de Marinhais, com organização do Núcleo Cicloturismo Cansados de Marinhais, a mesma levou para a estrada o seu 20º passeio de bicicleta, nas comemorações do seu 26º aniversário realizado pelo concelho de Salvaterra de Magos.
A concentração ocorreu pelas 8 horas no recinto das festas, com os participantes a chegarem bem cedo, sendo dada a partida pelas 9 horas, a cerca de duas centenas de participante, oriundos de Pombal, Baronia, Estremoz, Monção, Bombarral, Algarve, e área da Grande Lisboa, num trajeto de 60 quilómetros aproximadamente.
As primeiras pedaladas
iniciaram-se rumo ao cemitério de Marinhais, aqui feita a primeira paragem, sendo
feita uma homenagem e relembrando os antigos elementos do Núcleo que já
partiram, com palavras evocadas pelo Padre João Borga.
De volta à estrada, a caravana seguiu rumo a Salvaterra de Magos, onde existiu nova paragem, desta vez no Museu de José Rafael, uma figura muito querida da modalidade, onde mostrou os seu espólio, e as suas recordações de 80 anos ligado ao ciclismo e ao cicloturismo.
Após a paragem, os cicloturistas pedalam rumo a Marinhais, onde no local da partida, foi dado um abastecimento, de fruta, bolos e água. Seguiu-se a segunda parte do passeio, em direção a Glória do Ribatejo, com o regresso a Marinhais, onde o pelotão percorreu as suas ruas, e chegando ao local da partida, o recinto das festas pouco passava das 12,15, onde terminou esta 20ª edição.
Após os banhos, esperavam os
participantes antes do almoço convívio, um pequeno beberete, onde se seguiu o
almoço, onde foi servida uma excelente sopa, e um porco no espeto, e as
sobremesas.
Os pontos
fortes do evento
Esta 20ª edição ficou marcada por vários momentos, primeiro, a tradicional homenagem no cemitério aos elementos que partiram, onde recordar os mesmos, é sempre um momento de grande tristeza. Seguiu-se a visita ao museu do José Rafael, ele que foi uma figura típica do pelotão cicloturista, que neste ano pedalou apenas até ao seu museu para mostrar o mesmo, já que se despediu da modalidade em 2024, ao fazer 90 anos de idade.
O terceiro momento foi no almoço convívio, entre cicloturistas e familiares, onde foram atribuídos dois “Galardões dos Carolas do Cicloturismo”, o primeiro atribuído as Clube Cicloturismo de Pombal, e o outro atribuído ao Núcleo Cicloturismo Cansados de Marinhais, pelo esforço feito ao longo dos anos em manterem a modalidade, a dedicação à mesma, e apesar das dificuldades que encontram anualmente, tem conseguido levar para as estrada passeios de cicloturismo, um galardão atribuído pela Revista Notícias do Pedal na comemoração dos seus 25 anos de existência.
Mas, o momento mais alto do dia, foi a homenagem a “José Rafael” o “Zé do Barrete” ou o “Salvaterra” como era conhecido no pelotão, ele que esteve 80 anos ligado ao ciclismo e ao cicloturismo, que completou 90 anos em 2024, e colocou a bicicleta no pedal, foi-lhe feita a homenagem justa este domingo, e a Revista Notícias do Pedal homenageou o mesmo, ao lhe atribuir também o “Galardão dos Carolas do Cicloturismo” e uma brochura com o título “Um olhar, um pensamento, uma vida…Vale a pena homenagear…” com um pouco de história de José Rafael, com algumas fotos, e muitas mensagens de amigos que deram o seu testemunho.
Temos de referir de que as homenagens devem sempre que possível ser feitas enquanto as pessoas se encontram entre nós, quando partem, muitas vezes são esquecidas, porem, estas homenagens deveriam de ser feitas muitas vezes por “quem de direito o deveria de fazer”, mas são esquecidas, e muitos são homenageados apenas às vezes por interesses enquanto vivos, ou depois de partirem, para como se costuma dizer na gíria, os que fazem as homenagens, ficarem bem na fotografia, ou dizerem que fazem algo, para aparecerem, ou tentarem apagar a má imagem que possuem, José Rafael foi homenageado em vida, muito merecida a mesma, a sua emoção era imensa, e as lagrimas nos olhos, algumas palavras que tentei saber dele, apenas conseguiu dizer, “não tenho palavras, obrigado, e tudo que consigo dizer” com lagrimas nos olhos.
Um
balanço do passeio
Para finalizar, e fazendo um balanço do 20º passeio de Marinhais, temos de dar mais uma vez os parabéns à organização, que mais um ano se esmerou antes, durante e após a realização, temos de referir que ainda a todas as mulheres que pedalaram, foram oferecidas flores, como a todas as outras presentes.
Com uma segurança feita pela
GNR e o Grupo de Motares, sem nada a apontar, basta dizer que em 2026 se espera
novamente de marcar presença, onde na 21ª edição se adicione “Passeio José
Rafael”.
Da nossa parte temos de agradecer a forma como mais uma vez a nossa reportagem foi recebida, e as condições e facilidades que tivemos para fazer a mesma.
Obrigado, e mais uma vez
parabéns.
Podem visualizar as fotos
deste evento em: https://photos.app.goo.gl/yBHfK1yKhgetQLbq7
Como cicloturismo e ciclo de
bicicleta e turismo de conhecer, fica aqui um pouco da:
História
de Marinhais
Casebres dispersos, terrenos incultos, estradas de areia, por aqui passava o Rei D. Miguel quando, de vilegiatura em Salvaterra de Magos, ia caçar veados na Tapada.
Esta localidade foi denominada
durante séculos como "Foros de Muge", dado que todos os terrenos
pertenciam à Freguesia de Muge, sob a forma de baldios.
Davam nas vistas as enormes extensões de terreno cobertas de camarinheiros (plantas empetráceas que produzem frutos pequenos e redondos chamados "camarinhas") em tal quantidade que a designação de Foros de Muge foi, a pouco e pouco, pelo Rei e sua comitiva, substituída pela de "Camarinhaes" (na escrita arcaica). Não se sabe se por deturpação da designação de Camarinhais, se pelo propósito de a simplificar, foi dado definitivamente à aldeia o nome de "Marinhais".
É difícil traçar uma evolução
histórica sobre Marinhais, pois os seus primeiros habitantes não eram das
redondezas, mas originários de mais a norte, nomeadamente da zona de Pombal,
Soure e Cantanhede.
Dos principais marcos históricos, destaca-se o ano de 1875, como a data provável de construção da Capela de S. Miguel Arcanjo. A inauguração da estação de caminho-de-ferro em 1902 foi outro notável acontecimento, estando o próprio Rei D. Carlos presente.
De todos os acontecimentos
aquele que mais marcou a ascensão de Marinhais foi a criação da freguesia em
1927.
Bons passeios boas pedaladas.
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