Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A Corsa Rosa, primeira Grande Volta da temporada, apresenta este ano uma edição marcada por novidades e diversidade de terreno. A partida na Albânia, a primeira vez que o país acolheu uma Grande Volta e o grande número de etapas de montanha na segunda metade da corrida marcam o desenho de um percurso que, até agora, tem colocado à prova os candidatos à geral.
Esta quinta-feira, o pelotão
enfrenta a 12.ª etapa, que se antevê como uma oportunidade para os sprinters
voltarem a brilhar e da qual vamos fazer a nossa antevisão.
A etapa liga as localidades de Modena e Viadana, num traçado essencialmente plano, que poderá ser decisivo na luta pela Camisola Ciclamino. Apesar da sua configuração, não se trata de uma jornada totalmente isenta de obstáculos.
Há algumas subidas no
percurso, mas surgem longe da meta e não têm inclinação ou dureza suficientes
para criar grandes seleções ou eliminar os sprinters. A expectativa é de uma
última hora de corrida muito rápida e fluída, favorecendo as equipas com interesse
num final ao sprint.
Ainda assim, o desfecho da
etapa está longe de ser simples: a apenas 350 metros da meta, os organizadores
colocaram uma curva apertada que poderá introduzir um fator de risco e
imprevisibilidade. A colocação será crucial e poderá fazer toda a diferença na
definição do vencedor.
Condições Climatéricas
O vento poderá desempenhar um papel decisivo no desenrolar da 12.ª etapa da Volta a Itália. Está previsto vento forte de sudoeste, o que representa um risco considerável para o pelotão. Nas primeiras horas da jornada, o vento frontal deverá dificultar a formação da fuga, tornando-a menos apelativa e mais dispendiosa em termos de esforço e gasto energético.
No entanto, a situação muda
após o primeiro sprint intermédio, situado a 113 quilómetros da meta. A direção
do percurso altera-se, e com ela também a exposição ao vento. A partir desse
ponto, o traçado é maioritariamente descendente e plano, com vento favorável, o
que poderá provocar velocidades muito elevadas.
Além disso, existirão várias
zonas expostas com vento lateral, criando condições ideais para a formação de
abanicos. As equipas dos homens da geral terão de estar particularmente
atentas, pois qualquer distração poderá resultar em cortes significativos e
perdas de tempo difíceis de recuperar.
Os
Favoritos
Kaden Groves parte como o grande favorito após ter vencido de forma convincente o último sprint em pelotão compacto. Demonstrou velocidade pura e consistência, e os obstáculos no percurso não deverão ser suficientes para o preocupar. Além disso, beneficia de uma Alpecin-Deceuninck inteiramente dedicada à sua liderança, algo que muitas equipas rivais não conseguem garantir.
Mads Pedersen é outro nome
incontornável. Apesar de ter falhado a vitória em Nápoles, o dinamarquês da
Lidl-Trek é sempre uma ameaça num sprint puro. Contudo, tem despendido mais
energia do que os seus principais adversários e o desgaste pode pesar.
Casper van Uden já triunfou
num sprint em grupo nesta edição e volta a ser uma ameaça natural. A sua
colocação será decisiva. Olav Kooij completa este lote de favoritos, embora o
seu sucesso dependa, em grande parte, da dinâmica de liderança com Wout van
Aert dentro da Team Visma | Lease a Bike, particularmente nas lutas de
posicionamento.
Outsiders
com ambição
Do grupo de candidatos fora do
quarteto principal, destacam-se Milan Fretin e Matteo Moschetti, ambos com
velocidade suficiente para surpreender. Paul Magnier e Sam Bennett são também
nomes a ter em conta, capazes de capitalizar qualquer desorganização dos
comboios principais.
Há ainda um leque de sprinters
que podem beneficiar de contextos mais caóticos: Max Kanter, Giovanni Lonardi,
Corbin Strong, Matevz Govekar, Orluis Aular, Maikel Zijlaard, Luca Mozzato e
Filippo Fiorelli. Todos esperam um cenário em que a etapa seja disputada de
forma menos controlada, o que poderá abrir espaço para oportunidades
inesperadas.
Fuga com
potencial?
Apesar do perfil propício ao
sprint, o vento forte previsto pode abrir a porta a uma fuga bem sucedida. Para
isso, será crucial manter a diferença abaixo dos dois minutos e assegurar
colaboração contínua entre as equipas interessadas no sprint.
Por outro lado, caso a fuga
consiga manter uma média próxima dos 50 km/h nos últimos 100 quilómetros, o
pelotão terá de impôr um ritmo quase insustentável para neutralizar a vantagem.
Alguns ciclistas têm a experiência e inteligência táctica necessárias para
conduzir um grupo desta forma, como ficou claro na etapa de Nápoles, onde Taco
van der Hoorn e Enzo Paleni quase roubaram o protagonismo.
Além deles, há vários nomes
com perfil oportunista que poderão tentar a sua sorte: Stefano Oldani, Dries De
Bondt, Andrea Vendrame, Owain Doull, Kasper Asgreen, Kevin Geniets, Joshua
Tarling, Marco Frigo, Jon Barrenetxea, Lorenzo Milesi, Mirco Maestri, Christian
Scaroni e Martin Marcellusi.
Previsão
Volta a Itália 12ª etapa:
*** Kaden Groves, Olav Kooij
** Mads Pedersen, Casper van
Uden, Milan Fretin
* Matteo Moschetti, Max
Kanter, Paul Magnier, Giovanni Lonardi, Sam Bennett, Orluis Aular, Maikel
Zijlaard
Escolha: Kaden Groves
Como: Sprint em pelotão
compacto
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