Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A Volta ao Limburgo,
tradicionalmente uma corrida modesta do calendário belga, estreou-se este ano
numa nova e ambiciosa posição no calendário internacional, colocada entre as
Clássicas do pavê e as Ardenas. O objetivo, segundo os organizadores das Clássicas
da Flandres, é claro: transformar a prova num trampolim relevante rumo à Amstel
Gold Race. No entanto, a edição de 2025, ganha ao sprint pelo belga Milan
Fretin, da Cofidis, ficou marcada não pelo sucesso desportivo, mas pelo caos
instalado na reta final.
O derradeiro quilómetro da
corrida ficou manchado por um acidente aparatoso, quando os ciclistas surgiram
de ambos os lados das barreiras, provocando uma colisão confusa e perigosa. A
equipa Team Flanders-Baloise foi uma das mais prejudicadas, com vários dos seus
elementos envolvidos no incidente. Yentl Vandevelde, visivelmente abalado após
cruzar a meta a pé, não poupou críticas à organização.
“Esta chegada foi extremamente
insegura”, declarou ao WielerFlits. “Algo assim não pode acontecer numa corrida
deste nível. Metade do pelotão desviou-se para trás das barreiras, que não
tinham qualquer tipo de proteção adequada. O meu colega Alex Colman foi o
primeiro a embater numa delas – era apenas uma barreira metálica sem
amortecimento".
Segundo Vandevelde, o problema
residiu sobretudo na má concepção do final. “Deviam ter começado a colocar
barreiras mais cedo, ao longo do último quilómetro, ou então não ter colocado
nenhuma. Assim, deixaram um ‘funil’ sem escapatória, e quando se corre a esta
velocidade, isso é perigoso".
Apesar de os ciclistas
conhecerem o circuito – devido às três voltas locais que antecederam o sprint
final – as advertências não foram suficientes. “Na penúltima volta, disse aos
meus colegas que tinha quase a certeza de que ia haver uma queda naquela curva.
O pelotão já se tinha desviado para a esquerda, era previsível. Na última
volta, tentei jogar pelo seguro e levei o nosso sprinter, Vince Gerits, pela
curva interior. Mas o Alex caiu mesmo à minha frente e eu não tive como evitar.
Caí de costas".
As consequências do acidente
foram sérias. Enquanto Vandevelde conseguiu terminar a corrida a pé, os seus
colegas sofreram lesões preocupantes. “O Vince partiu a clavícula e o Alex
perdeu provavelmente alguns dentes”, revelou, resignado.
A organização ainda não
comentou oficialmente o sucedido, mas o episódio lança um sério alerta sobre a
segurança nas corridas e reforça a urgência de rever o planeamento das
chegadas, sobretudo em provas que ambicionam crescer no panorama internacional.
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