O ciclista australiano Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) foi o mais forte no sprint da quinta etapa da Volta a Itália, marcada por várias quedas por causa da chuva que lançaram o ‘caos’ entre o pelotão
Por: Lusa
Foto: EPA
Groves, de 24 anos, cumpriu os
171 quilómetros entre Atripalda e Salerno em 4:30.19 horas, à frente do
italiano Jonathan Milan (Bahrain-Victorious), segundo, e do dinamarquês Mads
Pedersen (Trek-Segafredo), terceiro.
Na geral, o norueguês Andreas
Leknessund (DSM) escapou aos azares do dia e segurou a camisola rosa por mais
um dia, 28 segundos à frente do belga Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), que
caiu duas vezes, mas segue em segundo, e 30 diante do francês Aurélien
Paret-Peintre (AG2R-Citroën), terceiro, com o português João Almeida (UAE
Emirates) em quarto, a um minuto.
Evenepoel deu o mote para o
que se seguiria logo nos primeiros quilómetros, ao cair, por causa de um cão
que se ‘atravessou’ no caminho, e obrigar a equipa a trazê-lo de
volta ao pelotão, enquanto uma pequena fuga, sem expressão, se formou na
frente, com o francês Thibaut Pinot (Groupama-FDJ) a reforçar a liderança da
classificação da montanha.
O dia decorreu cauteloso à
medida que a chuva se intensificava, com médias de velocidade baixas, até que
os últimos quilómetros vieram semear o ‘pânico’ entre os candidatos.
Rolava-se nos últimos 7.000
metros da tirada quando uma queda partiu o grupo principal em dois, apanhando o
esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), uma data de sprinters, incluindo Groves,
e outros nomes fortes, com Almeida também a ficar ‘cortado’.
Mais tarde, quando os grupos
se tinham ‘recolado’, já dentro dos neutralizados últimos três quilómetros,
Evenepoel olhou para a esquerda e não viu ciclistas da Trek-Segafredo pela sua
direita, caindo e levando alguns com ele, ainda que tenha cortado a meta
aparentemente sem mazelas.
O sprint final manteve a toada
de nervosismo e Groves lançou primeiro a tentativa, mantendo-se na frente para
erguer os braços.
Perdeu de manhã o lançador, o
neerlandês Ramon Sinkeldam, que abandonou devido a doença, mas acabou a
impor-se à frente do ‘caos’ em Salerno, que foi tal que Mark Cavendish
(Astana) caiu durante o sprint e ainda foi quarto, a deslizar no chão por cima
da meta - Alberto Dainese (DSM), que tinha chegado à frente do britânico, foi
relegado para o fim do primeiro pelotão, uma vez que o colégio de comissários o
‘responsabilizou’ pela queda.
O próprio vencedor do dia caiu
a sete quilómetros da meta, mas recuperou e acabou a vencer na segunda grande
Volta da carreira, depois de ter também erguido os braços na Volta a Espanha em
2022, ficando a faltar o Tour para completar o trio.
“Caí na
rotunda, mas consegui ‘engatar’ a corrente e seguir, mas não foi muito calmo,
perdemo-nos todos. Tive sorte de estar em boa posição e tive pernas para
vencer”, contou.
Os favoritos foram chegando a ‘conta gotas’ e
beneficiaram da isenção de perda de tempo após azares nos últimos três
quilómetros, não tendo ganho para o susto e sem mazelas, como confirmou Roglic.
"Hoje,
foram quatro horas de corrida em que perdi quatro anos de vida. Não foi
incrível", disse o português João Almeida, hoje ‘a
salvo’, resumindo o espírito da quinta etapa.
Ainda assim, o australiano Jay
Vine, companheiro de equipa do luso, perdeu mais de um minuto na tirada,
cedendo terreno na luta pelo ‘top 10’,
e o neerlandês Bauke Mollema (Trek-Segafredo) e o colombiano Rigoberto Urán (EF
Education-Easy Post) também se atrasaram.
Na quinta-feira, a sexta etapa
começa e termina em Nápoles, percorrendo 162 quilómetros com uma metade final
mais plana e um arranque com duas subidas categorizadas, uma de segunda e outra
de terceira categoria.
Fonte: Sapo on-line
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