Sergio Higuita triunfa na última etapa e na consagração de Remco Evenepoel
Por: José Carlos Gomes
O colombiano Sergio Higuita (Bora-hansgrohe) ganhou hoje a quinta e última etapa da Volta ao Algarve, uma viagem de 173 quilómetros, entre Lagoa e o alto do Malhão, Loulé, que consagrou o belga Remco Evenepoel (Quick-Step Alpha Vinyl Team) como vencedor da 48.º edição da corrida mais internacional do ciclismo português.
A primeira hora fez-se a um ritmo vertiginoso, levando
a que a fuga do dia apenas se formasse depois de percorridos 50 quilómetros.
Foram vinte os homens que se adiantaram, mas não resistiram à primeira passagem
pelo Malhão, a 24 quilómetros do final.
Na primeira abordagem à montanha de Loulé, Daniel Martínez (INEOS Grenadiers) desferiu um poderoso ataque, que deixou na frente um grupo com apenas 16 corredores, entre os quais o português Tiago Antunes (Efapel Cycling), único representante das equipas nacionais. Na aproximação à subida final, um numeroso grupo, rebocado pelos homens da INEOS Grenadiers, juntou-se à cabeça de corrida. Foi um pelotão com cerca de 30 elementos que abordou os 3 quilómetros finais.
Remco Evenepoel mostrou-se autoritário. Impôs o ritmo à entrada dos últimos 1500 metros. Só Sergio Higuita, Daniel Martínez, Brandon McNulty (UAE Team Emirates) e David Gaudu (Groupama-FDJ) aguentaram a pedalada do belga. O estadunidense Brandon McNulty fez uma mudança de velocidade, nos derradeiros 300 metros, que levou Evenepoel a descolar. Nada de preocupante para quem iniciou a etapa com mais de um minuto de vantagem sobre a concorrência direta.
Na disputa da vitória parcial, os dois colombianos do grupo da frente revelaram melhor nível do que os rivais. Sergio Higuita, que já dera mostras de poder ganhar na Fóia, não fosse a queda com a meta à vista, foi o mais rápido. O campeão nacional da Colômbia impôs-se diante do compatriota Daniel Martínez, ao fim de 4h14m53s de etapa (média: 40,725 km/h). O terceiro foi Brandon McNulty, a 1 segundo. Remco Evenepoel cortaria a meta na quinta posição, a 9 segundos, mas celebrando a conquista da segunda Volta ao Algarve da carreira, repetindo o feito de 2020. O melhor português na chegada foi Frederico Figueiredo (Glassdrive-Q8-Anicolor), oitavo classificado, a 40 segundos.
“Antes de mais quero dedicar esta
vitória à bisavó da minha namorada, que faleceu no dia em que caí (2ª etapa).
Ter a possibilidade de vencer a etapa, cair e chegar ao hotel e receber essa má
notícia… É um grande golpe. Hoje saímos para a etapa motivados para dar o
melhor e conseguimos esta vitória. A equipa teve dias difíceis no Algarve, um
dos nossos caiu e partiu a clavícula, outro ficou doente, mas hoje ganhámos.
Evenepoel estava muito forte, impôs um ritmo que nos deixou a todos no
‘gancho’. Pensava atacar mais tarde, mas o McNulty antecipou-se e, ainda bem.
Estava um vento muito forte de frente e, para não arriscar cair de novo, decidi
esperar pelos últimos 100 metros para ultrapassar o Daniel Martínez. Estou
feliz com esta vitória, sobretudo por consegui-la após vencer o campeonato da
Colômbia que conquistei há oito dias”, afirmou Sergio Higuita.
Remco Evenepoel foi ladeado no pódio pelo
estadunidense Brandon McNulty, que gastou mais 1m17s, e por Daniel Martínez,
que completou a corrida a 1m21s do vencedor.
“Queria voltar e fazer o mesmo que há
dois anos e estou feliz por o ter conseguido. Sabia que esta semana o
contrarrelógio era o mais importante. Ontem dei tudo e ainda sentia hoje nas
pernas, mas quando nos aproximámos da última subida a equipa fez um grande
trabalho. Ataquei, mas vi que eles ainda estavam a seguir. Percebi que não iam
atacar imediatamente e decidi meter um ritmo alto até os 200 metros. Sabia que
a vantagem era grande e só queria saborear os últimos metros na minha camisola
amarela, por isso é que celebrei um pouco na meta”, explica o
vencedor.
Remco Evenepoel revela que “o plano antes da corrida era sobreviver nas etapas de
montanha e ganhar o máximo de tempo possível no contrarrelógio. Fiz também o
meu trabalho na preparação dos sprints do Fabio [Jakobsen], ganhámos duas
etapas”.
Fabio Jakobsen (Quick-Step Alpha Vinyl Team),
dominador dos sprints, conquistou a Camisola Verde Crédito Agrícola, dos
pontos. João Matias (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) teve mais uma jornada de
árdua labuta, mas recompensada com a Camisola Azul Lusíadas, de melhor
trepador. Remco Evenepoel juntou a Camisola Branca IPDJ, de melhor jovem, à
Camisola Amarela Turismo do Algarve, de vencedor da geral. A INEOS Grenadiers
venceu por equipas.
Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo
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