quinta-feira, 22 de julho de 2021

“João Almeida e Nelson Oliveira com ambição de brilhar na prova de fundo dos Jogos Olímpicos”


João Almeida e Nelson Oliveira vão competir na prova de fundo dos Jogos Olímpicos, no dia 24 de julho, em Tóquio. A icónica subida ao Monte Fuji poderá favorecer os trepadores, numa corrida que será, certamente, muito dura.

Na prova de fundo dos Jogos Olímpicos os atletas vão ter de percorrer 234 quilómetros, num percurso montanhoso, que conta com 4865 metros de subida.  A primeira, a Doushi Road, vai surgir aos 40 quilómetros de prova, com uma inclinação de 5,7%, durante 5,9 quilómetros, que não deverá trazer muitas dificuldades aos corredores nem fazer muitas diferenças. Após 20 quilómetros os corredores têm mais uma subida, Kagosaka Pass. 

A icónica escalada ao Monte Fuji surgirá quando ainda faltarem 98 quilómetros para a meta, após um período de algum descanso, em plano. Esta subida terá 15 quilómetros e uma inclinação de 5,8%, com pouca probabilidade de que um ataque importante possa decidir a corrida.

Seguir-se-á uma descida até ao circuito de Fuji, onde os atletas vão ter de completar uma volta e meia, preparando-se para a derradeira prova de fogo: o Passe de Mikuni. Esta será a subida mais desafiante da corrida, na qual ao longo de 9 quilómetros, os corredores chegam a ter zonas com inclinação de 17%. Este será um ponto fulcral da prova, que irá certamente, selecionar os melhores.

Após uma descida, os corredores vão dirigir-se a Kagosaka, uma das subidas que fizeram no início da corrida. Chegados ao topo, restarão apenas 21,5 quilómetros, maioritariamente planos ou em descidas, que levarão os corredores de regresso ao circuito de Fuji. Aí terão de completar uma volta, para cortarem a meta que ditará o novo campeão olímpico de fundo.

No entanto, com os quilómetros finais em terreno plano, muita coisa pode acontecer. “A corrida vai ser dura e complicada. O nível é muito alto. Há um máximo de 5 corredores por equipa, o que fará com que não haja uma equipa dominante, que queira assumir o controlo. Como não há tantos corredores por equipa, não haverá tantos para controlar os ataques. Nós só temos dois e não vamos conseguir estar em todo o lado. Vai ser uma corrida muito aberta, em que será necessário perspicácia e sorte. Teremos de correr com inteligência e fazer uma leitura eficaz da corrida”, explicou José Poeira, selecionador nacional de estrada, que acompanha João Almeida e Nelson Oliveira, em Tóquio.

“Os nossos corredores prepararam-se muito bem e estão ansiosos para correr. A câmara térmica foi muito útil na preparação deles, pois garantiu que o choque não fosse tão grande. Claro que os primeiros dois dias foram mais complicados, mesmo a nível do fuso horário, mas já se adaptaram e sentem-se bem. O percurso é-lhes bastante favorável e têm muita ambição

de conseguir um bom resultado. Queremos tentar terminar nos 10 primeiros e vamos lutar por isso. Seria ótimo. Temos dois corredores muito bons e com muito nível. Eles vão estar bem, o percurso é bom e temos fortes hipóteses de um bom resultado”, afirmou José Poeira.

Esta será uma corrida onde a vantagem estará do lado dos trepadores, como é o caso do vencedor da Volta à França, Tadej Pogacar, e do terceiro classificado, Richard Carapaz, que também estará presente. Quem também poderá ter uma palavra a dizer é Primoz Roglic que, com a saída prematura do Tour, poderá ter tido mais tempo para se preparar para os Jogos Olímpicos.

No entanto, irá correr pela Eslovénia, tal como Pogacar, o que poderá não jogar a seu favor, caso o seu compatriota se mostre em melhor forma. Entre os belgas, Remco Evenepoel e Wout Van Aert também poderão ter uma palavra a dizer, até porque, caso a corrida se discuta ao sprint e este último estiver no grupo, terá fortes hipóteses de conseguir a vitória. A equipa colombiana também deverá ter sida em conta, com três corredores de grande qualidade, Esteban Chaves, Nairo Quintana e Sergio Higuita, assim como a italiana, com Gianni Moscon, Vincenzo Nibali e Gulio Ciccone.

Além destes, há muitos outros corredores de grande qualidade que têm hipótese de lutar pelas medalhas. Entre eles estão os irmãos Adam e Simon Yates, que correm pela Grã-Bretanha, assim como Maximilian Schachmann (Alemanha), o espanhol Alejandro Valverde (Espanha), Michael Woods (Canadá), David Gaudu (França), Bauke Mollema (Países Baixos), Jakob Fuglsang (Dinamarca), Dan Martin (Irlanda) e Alexey Lutsenko (Cazaquistão). 

Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo

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