João Almeida e Nelson Oliveira vão competir na prova de fundo dos Jogos Olímpicos, no dia 24 de julho, em Tóquio. A icónica subida ao Monte Fuji poderá favorecer os trepadores, numa corrida que será, certamente, muito dura.
Na prova de fundo dos Jogos
Olímpicos os atletas vão ter de percorrer 234 quilómetros, num percurso
montanhoso, que conta com 4865 metros de subida. A primeira, a Doushi Road, vai surgir aos 40
quilómetros de prova, com uma inclinação de 5,7%, durante 5,9 quilómetros, que
não deverá trazer muitas dificuldades aos corredores nem fazer muitas
diferenças. Após 20 quilómetros os corredores têm mais uma subida, Kagosaka
Pass.
A icónica escalada ao Monte
Fuji surgirá quando ainda faltarem 98 quilómetros para a meta, após um período
de algum descanso, em plano. Esta subida terá 15 quilómetros e uma inclinação
de 5,8%, com pouca probabilidade de que um ataque importante possa decidir a
corrida.
Seguir-se-á uma descida até ao
circuito de Fuji, onde os atletas vão ter de completar uma volta e meia,
preparando-se para a derradeira prova de fogo: o Passe de Mikuni. Esta será a
subida mais desafiante da corrida, na qual ao longo de 9 quilómetros, os
corredores chegam a ter zonas com inclinação de 17%. Este será um ponto fulcral
da prova, que irá certamente, selecionar os melhores.
Após uma descida, os
corredores vão dirigir-se a Kagosaka, uma das subidas que fizeram no início da
corrida. Chegados ao topo, restarão apenas 21,5 quilómetros, maioritariamente
planos ou em descidas, que levarão os corredores de regresso ao circuito de
Fuji. Aí terão de completar uma volta, para cortarem a meta que ditará o novo
campeão olímpico de fundo.
No entanto, com os quilómetros
finais em terreno plano, muita coisa pode acontecer. “A corrida vai ser dura e complicada. O nível é muito
alto. Há um máximo de 5 corredores por equipa, o que fará com que não haja uma
equipa dominante, que queira assumir o controlo. Como não há tantos corredores
por equipa, não haverá tantos para controlar os ataques. Nós só temos dois e
não vamos conseguir estar em todo o lado. Vai ser uma corrida muito aberta, em
que será necessário perspicácia e sorte. Teremos de correr com inteligência e
fazer uma leitura eficaz da corrida”, explicou José Poeira,
selecionador nacional de estrada, que acompanha João Almeida e Nelson Oliveira, em Tóquio.
“Os
nossos corredores prepararam-se muito bem e estão ansiosos para correr. A
câmara térmica foi muito útil na preparação deles, pois garantiu que o choque
não fosse tão grande. Claro que os primeiros dois dias foram mais complicados,
mesmo a nível do fuso horário, mas já se adaptaram e sentem-se bem. O percurso
é-lhes bastante favorável e têm muita ambição
de
conseguir um bom resultado. Queremos tentar terminar nos 10 primeiros e vamos
lutar por isso. Seria ótimo. Temos dois corredores muito bons e com muito
nível. Eles vão estar bem, o percurso é bom e temos fortes hipóteses de um bom
resultado”, afirmou José Poeira.
Esta será uma corrida onde a
vantagem estará do lado dos trepadores, como é o caso do vencedor da Volta à
França, Tadej Pogacar, e do terceiro classificado, Richard Carapaz, que também
estará presente. Quem também poderá ter uma palavra a dizer é Primoz Roglic
que, com a saída prematura do Tour, poderá ter tido mais tempo para se preparar
para os Jogos Olímpicos.
No entanto, irá correr pela
Eslovénia, tal como Pogacar, o que poderá não jogar a seu favor, caso o seu
compatriota se mostre em melhor forma. Entre os belgas, Remco Evenepoel e Wout
Van Aert também poderão ter uma palavra a dizer, até porque, caso a corrida se
discuta ao sprint e este último estiver no grupo, terá fortes hipóteses de
conseguir a vitória. A equipa colombiana também deverá ter sida em conta, com
três corredores de grande qualidade, Esteban Chaves, Nairo Quintana e Sergio
Higuita, assim como a italiana, com Gianni Moscon, Vincenzo Nibali e Gulio
Ciccone.
Além destes, há muitos outros
corredores de grande qualidade que têm hipótese de lutar pelas medalhas. Entre
eles estão os irmãos Adam e Simon Yates, que correm pela Grã-Bretanha, assim
como Maximilian Schachmann (Alemanha), o espanhol Alejandro Valverde (Espanha),
Michael Woods (Canadá), David Gaudu (França), Bauke Mollema (Países Baixos),
Jakob Fuglsang (Dinamarca), Dan Martin (Irlanda) e Alexey Lutsenko
(Cazaquistão).
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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