Ciclista holandês venceu, este domingo, a 2.ª etapa do Tour e é o novo camisola amarela
Por: Lusa
A camisola amarela da Volta a
França deixou Mathieu van der Poel emocionado, com o ciclista holandês a
confessar que é duro não ter Raymond Poulidor a testemunhar o feito, que
alegrou rivais como Julian Alaphilippe ou Tadej Pogacar.
"É simplesmente incrível.
[...] Podemos sonhar com um cenário como este, mas concretizá-lo... Vou guardar
a minha camisola amarela num lugar bonito", disse o jovem corredor da
Alpecin-Fenix, de 26 anos.
A estreia no Tour de Van der
Poel, que este domingo venceu a segunda etapa da 108.ª edição no Muro de
Bretanha, permitiu-lhe homenagear novamente o avô, o 'eterno segundo' Raymond
Poulidor, depois da homenagem prestada por si e pela sua equipa nos dias
anteriores.
Se na véspera, e na
apresentação das equipas, na quinta-feira, em Brest, usou uma camisola amarela
e roxa inspirada nas cores usadas por 'Poupou' durante toda a sua carreira na
antiga equipa Team Mercier, nos anos 1960 e 1970, hoje vestiu a amarela que
sempre escapou ao seu avô.
"A emoção chegou quando
me deram 100% certeza de que eu tinha a camisola amarela. Obviamente, foi um
momento muito forte. É duro que ele não esteja aqui. Imagino como estaria
orgulhoso, mas ele não está cá e não podemos fazer nada para mudar isso",
lamentou, referindo-se ao avô que morreu em novembro de 2019.
Van der Poel atacou com tudo e estreou-se a
vencer no Tour: o último quilómetro da 2.ª etapa
'Poupou' é uma das figuras
míticas da história do ciclismo, tendo conquistado o carinho dos adeptos da
modalidade, nomeadamente dos franceses, não só pela sua personalidade, mas
também por ser o 'eterno segundo' da Volta a França.
Nascido em 15 de abril de
1936, Poulidor, que teve o 'azar' de ser contemporâneo do francês Jacques
Anquetil e do belga Eddy Merckx (ambos ganharam por cinco vezes o Tour), subiu
por oito vezes ao pódio final da 'Grande Boucle' - foi três vezes segundo e
cinco terceiro -, sem nunca ter vestido a camisola amarela da prova francesa.
"A minha mãe [Corinne
Poulidor] chegou hoje ao Tour, penso que escolhi o dia certo [para
ganhar]", revelou Van der Poel, agradecendo também à equipa que, "por
vezes", acredita mais nele do que ele próprio.
Neto do lendário ciclista,
'VDP' é também filho de Adri van der Poel e, hoje, os dois entraram na história
da Volta a França, ao tornarem-se no primeiro duo pai/filho a vestir a camisola
amarela na prova -- o pai fê-lo durante um dia, em 1984.
"Estou incrivelmente
feliz. Penso que posso defender a amarela até ao contrarrelógio [quinta etapa],
mas não mais tempo. Adorava chegar a Paris, se isso não prejudicar as minhas
chances na prova olímpica de BTT", assumiu o também especialista nesta
vertente, que tem como grande objetivo da temporada ganhar o ouro em
Tóquio'2020.
Adversários
felizes
O feito do holandês deixou
felizes até os seus adversários, com o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates),
segundo na etapa e terceiro na geral, a "tirar o chapéu" ao ciclista
da Alpecin-Fenix.
"Claro que teria gostado
de ser eu a ganhar, mas estou contente por ele. No início da etapa, ele
brincava a dizer que eu, o Primoz [Roglic] e ele atacaríamos na primeira subida
ao Muro de Bretanha, mas afinal estava a dizer a verdade, porque atacou.
Surpreendeu-me, mas estou contente que ele tenha vencido", revelou o
vencedor do Tour2020, que chegou a seis segundos de 'VDP', à frente de Roglic
(Jumbo-Visma).
Também Julian Alaphilippe
(Deceuninck-QuickStep) elogiou o homem que o destronou na geral, assumindo que
"foi o mais forte".
"Ontem [sábado], ele
estava desiludido por não ter vencido a etapa, mas mesmo assim veio dar-me os
parabéns. Lutamos toda a temporada, mas estimamo-nos, porque somos corredores
com um estilo similar, adoramos atacar. Ele foi à procura da camisola,
merece-a", assumiu o francês, agora segundo da geral a oito segundos.
Fonte: Record on-line
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